O artigo “Substância presente na carne eleva risco de doença”, publicado no portal Estadão.com.br, no dia 8 de abril deste ano, baseado no estudo “Intestinal microbiota metabolism of l-carnitine, a nutrient in red meat, promotes atherosclerosis”, traz a informação de que ingestão de carne é a responsável pelo aumento do risco cardiovascular pela ação da enzima TMAO. Porém, quero esclarecer aqui que as conclusões do estudo não foram totalmente consideradas. Antes de qualquer coisa, é importante entender o que realmente causa essa elevação enzimática.Vejamos. O consumo em excesso de carnitina – aminoácido essencial para metabolização das gorduras pela mitocôndria -, lecitina e colina – uma gordura comum da alimentação -, nutrientes encontrados comumente em produtos de origem animal tais como ovos, carnes, laticínios, peixes, frutos do mar e alimentos assados industrializados, bem como os multivitamínicos para crianças, pode causar um desequilíbrio na microflora intestinal devido à formação de bioprodutos, como a enzima TMAO, causadores de aterosclerose, tendo então um impacto direto e negativo no risco de doenças cardiovasculares. Portanto, não é a carne em si que gera o problema.