O efeito rebote da Semaglutida (Ozempic)

O uso do glucagon-like peptide 1 (GLP-1) agonista do receptor, como a Semaglutida (Ozempic) e Liraglutida (Victoza e Saxenda), virou uma febre entre celebridades de Hollywood e modelos da moda, estão tomando essa droga em grande quantidade.

Como um hormônio, o GLP-1 regula a insulina, afeta o sistema nervoso reduzindo a saciedade, aonde se come bem menos.

Segundo o cientista que escreveu na Modern Discontent on Substack:

“Embora esse efeito de aumentar a excreção de insulina possa ajudar os diabéticos, o que é curioso sobre a Semaglutida é sua estranha associação com a perda de peso, com muitas pessoas relatando falta de apetite quando em uso de GLP-1RAs. Dado que os hormônios incretina são liberados ao consumir alimentos, é possível que uma via de sinalização envolvendo hormônios incretina também possa ser utilizada para sinalizar a saciedade.

De fato, parece que o cérebro e o SNC também contêm receptores de GLP-1, que também respondem ao GLP-1 liberado após a alimentação. Parece também que alguns aspectos do sistema nervoso também podem produzir o próprio GLP-1

… Nesse caso, o mecanismo de feedback do GLP-1 produz uma resposta anorética (redução do apetite) que pode diminuir a ingestão de alimentos. Assim, há um efeito de plenitude induzido artificialmente produzido por esses GLP-1RAs”.

E de forma mais simples, o Dr. Robert Kushner da Northwestern University diz:

“Esse hormônio está dizendo ao seu cérebro: estou cheio, não preciso mais comer… O que as empresas farmacêuticas fizeram é tomado esse hormônio que ocorre naturalmente e reestruturado em uma droga.”          

O que acontece com o uso da droga

Conforme se para a medicação, as pessoas voltam a ganhar peso e depois de 1 ano após parar a medicação, em média 66% das pessoas recuperam o peso que estavam quando começaram o tratamento, além de voltarem às condições cardio metabólicas iniciais.

Em um estudo de 2 anos de uso ininterrupto com 68 semanas em média, se chega num platô de perda de peso.

Ou seja, não haverá mais progressos.

E após, frequentemente começam a ganhar peso até o final da avaliação desse período.

Mesmo assim, há pesquisadores que sugerem que se use a medicação continuadamente, algo que a Modern Discontent comenta:

“A importância de manter o tratamento farmacológico de longo prazo para controle de peso em pessoas com obesidade”, fornecer continuamente um produto farmacêutico.”   

“Considerando que os GLP-1RAs parecem ter efeitos neurológicos reais (ou seja, bloquear a fome e imitar a saciedade), há um sério componente mental que vale a pena considerar com relação a esses medicamentos e suas influências na relação que as pessoas têm com a comida.

Ou seja, a perda de um botão “desligar” na alimentação significa que o ganho de peso é possivelmente um resultado inevitável se não se controlam totalmente os fatores comportamentais e de estilo de vida (ou seja, eles voltam aos velhos hábitos que contribuíram para o ganho de peso).

Esta é uma consequência de sacrificar mudanças de estilo de vida de longo prazo que levarão a uma melhor saúde para soluções rápidas, onde o objetivo principal é apenas perder peso. É também um sinal crescente de como muitas pessoas estão fora de contato com o que colocam em seus corpos – tanto em termos de alimentos quanto de produtos farmacêuticos.”            

Preocupações com uso por longos períodos

As consequências são desconhecidas.

Há riscos com:

  1. Pancreatites, câncer pancreático

Um paciente desenvolveu carcinoma pancreático metastático com cerca de 65 dias de pós tratamento.

É clara a associação com GLP-1, incluindo a Semaglutida com carcinoma pancreático.

E os pesquisadores comentam:

“Com base neste estudo de farmacovigilância, os GLP-1RAs, exceto albiglutide, estão associados ao carcinoma pancreático”, observaram os pesquisadores, acrescentando: “Com base na investigação bibliométrica, cAMP/proteína-quinase, canal de Ca2+, estresse do retículo endoplasmático e estresse oxidativo estresse são patogênese potencial de carcinoma pancreático resultante de GLP-1RAs.”                

  1. Câncer de tireoide

Já em estudos com animais se observou a relação de Semaglutida com tumores de células C da tireoide “em exposições clinicamente relevantes”.

  1. Complicações de retinopatia, como hemorragias e cegueira.
  2. Liraglutida aumenta a adipogenesis, criando novas celulas gordurosas, ao menos em animais.
  3. Aumento de frequência cardíaca de repouso
  4. Perda de massa magra
  5. Náusea, vômitos e diarreia

Para perder peso, será que vale a pena esses riscos ?

Entendo que uma dieta com pouco carboidrato, enfatizando proteína animal e gorduras boas, além de fibras em boa quantidade, sejam a melhor estratégia para esse objetivo de perde peso com saúde.

Além disso, associar o exercício, especialmente o treino supra aeróbico, certamente lhe trará sucesso.

Considere mudar a alimentação e o estilo de vida.

 

Referências bibliográficas. 

– NPR.  January 30, 2023

– SubStack, Modern Discontent.  March 28, 2023

– J Investig Med. 2022 Jan; 70(1): 5–13

– Int J Clin Pharm. 2023 Mar 28.

– NovoMedLink.com Wegovy, Important Safety Information

– Cell. 2020 May 28;181(5):1112-1130.e16.

– Nature Medicine. 2022; vol 28, pages 2083–2091.

– J Biol Chem. 2012 Feb 24; 287(9): 6421–6430.

– Cardiovasc Diabetol. 2017 Jan 13;16(1):6.

– Livro Diabetes Zero. 2019. Dr. Wilson Rondó Jr

www.drrondo.com/glicemia-saudavel-sem-medicacao/

www.drrondo.com/diabetes-ou-medicina-reve-seus-tratamentos-ou-perde-guerra/

www.drrondo.com/e-diabetico-ou-conhece-alguem-que-seja/

< Artigo AnteriorPróximo Artigo >