Uma pesquisa do Imperial College of London, no Reino Unido, traz um grande alerta para as famílias.
Segundo análise global publicada recentemente no periódico Lancet, há diferenças gritantes entre a altura de crianças de várias partes do mundo.
E o motivo demonstra como os cuidados com elas precisam ser redobrados na fase de desenvolvimento.
O estudo avaliou dados de 65 milhões de crianças de 5 a 19 anos em 193 países.
Após uma análise minuciosa, os pesquisadores viram nos resultados que a altura e o peso das crianças em idade escolar variam enormemente em todo o mundo.
Para se ter uma ideia, em jovens de 19 anos, havia uma diferença de 20 cm entre os países “mais altos” e “mais baixos”.
Nós tendemos sempre a achar que essa é uma questão de genética, e que seria normal as pessoas de certas nacionalidades serem mais altas que as outras.
Isso pode até ser verdade em casos isolados, mas o que a pesquisa mostra vai além…
Por que algumas crianças são mais baixas
Para se ter uma ideia, o estudo mostrou que, em média, moças de 19 anos de Bangladesh ou da Guatemala tinham a mesma altura de meninas holandesas de 11 anos!
Você realmente acredita que é só uma questão genética? Por que países com mais recursos teriam crianças e jovens mais altas do que os outros?
Isso mesmo… A resposta é a nutrição!
Segundo os pesquisadores, o que explica a diferença de altura é a qualidade da alimentação infantil na fase de desenvolvimento.
Deficiências nutricionais tendem a formar crianças mais baixas, o que é apenas um indicativo físico de outra coisa: prejuízos à saúde.
Ficou ainda mais claro pela constatação de que nações que se desenvolveram nas últimas décadas, como a China e a Coreia do Sul, aumentaram a altura média dos jovens.
É óbvio que ter baixa estatura não é um problema de saúde… Mas quando falamos de nutrição infantil, se algumas crescem em média menos que as outras, é algo com o que devemos nos preocupar!
Atenção também ao peso
Mas você se engana ao pensar que nos países considerados mais ricos tudo são flores.
O estudo também avaliou o Índice de Massa Corporal (IMC), que mede a relação entre peso e altura.
Em alguns locais está o outro lado da moeda… O excesso de comida ruim!
Jovens dos Estados Unidos e da Nova Zelândia, por exemplo, tinham altura normal, mas estavam acima do peso considerado saudável.
“Nossas descobertas devem motivar políticas que aumentem a disponibilidade e reduzam o custo de alimentos nutritivos, pois isso ajudará as crianças a crescerem sem engordar excessivamente sua altura. […] Essas ações permitiriam que as crianças crescessem sem engordar excessivamente, com benefícios para a vida toda saúde e bem-estar.”, comenta a Dra. Andrea Rodriguez Martinez, principal autora do estudo.
Dicas para alimentação infantil
Depois desse alerta, imagino que você deva estar se perguntando quais as melhores opções para alimentação infantil.
Veja algumas dicas fundamentais:
- Evite oferecer ao seu filho uma alimentação refinada e industrializada, cheia de açúcar e grãos – como aqueles cereais matinais, por exemplo.
- Ofereça alimentos naturais, como os vegetais, de preferência orgânicos, além de carne e laticínios de animais criados a pasto.
- O ideal é que evitemos os carboidratos, mas como no caso das crianças isso é mais difícil, tente pelo menos minimizar o consumo de pães ou trocar pelo pão integral. O mesmo vale para os cereais.
- Cuidado com as comidas com excessos de conservantes, corantes e outros aditivos.
- No caso dos bebês, lembre-se que o aleitamento materno é a melhor alimentação. Aliás, crianças que mamam no peito pelo tempo indicado têm menos propensão à obesidade no futuro. Tudo começa cedo!
Estejamos atentos, pois a saúde das crianças depende de nós!
Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
- Andrea Rodriguez-Martinez et al. Height and body-mass index trajectories of school-aged children and adolescents from 1985 to 2019 in 200 countries and territories: a pooled analysis of 2181 population-based studies with 65 million participants. The Lancet, 2020; 396 (10261): 1511 DOI: 10.1016/S0140-6736(20)31859-6.
- Imperial College London. “Poor nutrition in school years may have created 20 cm height gap across nations.” ScienceDaily. ScienceDaily, 5 November 2020.
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