Todas as vezes que eu falo de gorduras, muita gente ainda critica.
Acham que a indicação de uso de gorduras na alimentação é um contrassenso, mas sem entender um princípio básico e simples…
Existem as gorduras ruins… E as gorduras boas.
Quando você reduz a primeira e aumenta a segunda, fica em forma e se protege de grandes males dos tempos modernos, como diabetes, problemas cardiovasculares e demências como o Alzheimer.
Mas afinal, o que isso tem a ver com sentir dor? Como suas refeições podem estar lhe levando a dias mais doloridos e um incômodo frequente?
Vamos descobrir!
Alimentação e dores
Um estudo recente publicado na Nature Metabolism por médicos e cientistas de instituições de pesquisa americanas descobriu algo incrível (mas de certa forma esperado…).
Os pesquisadores fizeram vários testes, tanto em animais quanto em humanos, simplesmente mudando a dieta.
Os que comiam uma alimentação rica em alimentos processados e gorduras ruins, ou seja, óleos poli-insaturados ricos em ômega-6 (como o óleo de soja, por exemplo), passaram a comer gorduras boas, como o ômega-3.
E os resultados logo surgiram, com os pacientes relatando melhora nas dores crônicas relacionadas a alguma doença, como a diabetes.
Só para se ter uma ideia, observou-se que os níveis cutâneos de lipídios ômega-6 em pacientes com dor neuropática do diabetes tipo 2 estavam fortemente associados aos níveis de dor e à necessidade de tomar analgésicos.
Não é algo espantoso, visto que o ômega-6 é altamente pró-inflamatório…
Esses dados levaram os cientistas à conclusão de que mudar a dieta para uma alimentação mais natural e com gorduras boas, como o ômega-3, pode até mesmo reverter:
- Dores inflamatórias, como aquelas causadas por artrite, trauma ou cirurgia…
- Ou dores neuropáticas, como essas causadas pela diabetes tipo 2.
Portanto, melhorar a sua dieta e passar a consumir gorduras boas vai muito além de emagrecer…
Essa atitude previne doenças e também reduz dores crônicas. Então, se é o seu caso, vale a pena mudar o quanto antes!
Ômega 3 x ômega 6
Como disse, essa pesquisa apenas confirma o que já venho falando por aqui.
Vivemos um consumo desenfreado de ômega-6, que é pró-inflamatório, enquanto consumimos cada vez menos o ômega-3
A proporção de ômega 3:ômega 6 deveria ser 1:2.
Mas com o consumo desenfreado de óleos vegetais, alimentos processados, refinados e grãos fez com que atualmente essa proporção seja, em média, de 1:20!
Então, para reverter esse quadro, a primeira coisa a se fazer é obviamente parar de comer esses alimentos ruins…
E aumentar o consumo de:
- Peixes gordurosos selvagens, como salmão.
- Peixes como cavala, arenque, anchova, sardinha, truta e atum fresco.
- Carne de gado criado a pasto.
- Carne de aves e ovos de animais criados soltos.
- Suplementos de ômega 3, preferencialmente de krill oil, que têm menos risco de poluição marítima.
Portanto, ter mais saúde e se livrar de dores inconvenientes está nas suas mãos.
Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
- Jacob T. Boyd, Peter M. LoCoco, Ashley R. Furr, Michelle R. Bendele, Meilinn Tram, Qun Li, Fang-Mei Chang, Madeline E. Colley, Grace M. Samenuk, Dominic A. Arris, Erin E. Locke, Stephan B. H. Bach, Alejandro Tobon, Shivani B. Ruparel, Kenneth M. Hargreaves. Elevated dietary ω-6 polyunsaturated fatty acids induce reversible peripheral nerve dysfunction that exacerbates comorbid pain conditions. Nature Metabolism, 2021; 3 (6): 762 DOI: 10.1038/s42255-021-00410-x.
- University of Texas Health Science Center at San Antonio. “Western high-fat diet can cause chronic pain, according to new study.” ScienceDaily. ScienceDaily, 23 June 2021.
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