Já é de amplo conhecimento a importância do uso de probioticos na prevenção, ou no suporte de tratamento da saúde mental.
Recentemente a JAMA Psychiatry, reforçou mais ainda esse entendimento, publicando estudo realizado por pesquisadores do Institute of Psychiatry, Psychology & Neuroscience at King’s College London.
Observou-se que a suplementação de probioticos de forma coadjuvante, melhora muito a remissão dos sintomas depressivos e de ansiedade, quando comparado com placebo.
Além disso, uma meta analise envolvendo 7 estudos, examinou o uso dos probioticos para tratamento de depressões.
Concluíram que os probioticos:
– melhoram os bio marcadores de depressão como fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF)
– reduzem a Proteína C Reativa
– reduzem o cortisol e cetoquinas pro-inflamatórias
– aumentam a produção de ácido gama aminobutirico (GABA), um neurotransmissor que inibe o excesso de disparo neuronal (neural firing)
Além disso, melhoram:
– a integridade da barreira intestinal
– aumentam a proteção imunológica
– reduziram a translocação bacteriana
– elevaram a produção de ácidos graxos de cadeia curta (SCKA), como o acetato, butirato e propionato, que desempenham importante papel na saúde do hospedeiro, desinflamando a mucosa intestinal.
– aumentam a substância cinzenta do cérebro, responsável pelas atividades cerebrais mais positivas, reduzindo sintomas depressivos.
– mudam a atividade cerebral especificamente em áreas envolvidas na regulação do humor, como as amigdalas no cérebro.
Alimentos fermentados reparam a depressão
O estresse de longa duração causa uma alteração da microbiota, que pode induzir a depressão.
Pesquisadores da Microbiome Ireland at University College Cork, investigaram a influência do uso de uma dieta psycobiotica, baseado na melhora do perfil do microbioma na saúde mental, durante 45 dias.
Dividiram em 2 grupos, sendo que um consumia à base da psycobiotica:
– alimentos fermentados: como chucrute, kefir, natto, missô
– vegetais ricos em prebioticos: como maçãs, bananas, cebola e repolho
Depois de 4 semanas
O outro grupo, foi só controle.
Resultado:
No grupo da dieta psycobiotica, houve redução do estresse, melhora do humor, além de mudanças positivas em 40 químicos diferentes.
Um doa autores do estudo, professor John Cryan, declarou:
“Embora o microbioma já tenha sido associado ao estresse e ao comportamento anteriormente, não estava claro se, ao alimentar esses micróbios, poderiam ser observados efeitos demonstráveis. Nosso estudo fornece um dos primeiros dados sobre a interação entre dieta, microbiota e sentimentos de estresse e humor.
O uso de dietas direcionadas à microbiota para modular positivamente a comunicação intestino-cérebro traz possibilidades para a redução do estresse e dos distúrbios associados ao estresse, mas são necessárias pesquisas adicionais para investigar os mecanismos subjacentes”.
A pesquisa reveladora sobre probióticos e saúde mental ilumina um caminho promissor para o tratamento da depressão. Evidências crescentes sugerem que um equilíbrio saudável da microbiota intestinal, obtido através da suplementação de probióticos, pode melhorar significativamente os sintomas de depressão e ansiedade. Este avanço científico não apenas reforça a conexão vital entre nosso intestino e o cérebro, mas também oferece uma alternativa natural e holística aos tratamentos convencionais. Para descobrir como os probióticos podem ser integrados em sua jornada de bem-estar mental, agende uma consulta e vamos explorar juntos opções personalizadas para sua saúde.
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Referências bibliográficas:
– JAMA Psychiatry. Published online June 14, 2023.
– J Clin Med. 2021 Feb; 10(4): 647.
– Molecular Psychiatry October 27, 2022
– University College Cork October 27, 2022