Neste momento de pandemia, as mães estão sofrendo pressão a que jamais foram submetidas. Cerca de 41% das mães estão sendo atingidas com isso, segundo as estatísticas de março de 2020, numa avaliação em mais de 3.000 mães americanas.
Agora, não é só vestir as crianças e alimentá-las, mas fazer aulas virtuais com elas, checar se aprenderam e até fazer provas com as mesmas.
Além de serem mães, esposas, donas de casa e exercerem sua profissão, se tornaram também professoras dos filhos, inclusive pagando as escolas para elas mesmo darem aulas às crianças.
Ou seja, as mães estão sucumbindo ao burnout. É muito mais do que estresse, preocupação ou fadiga, o que todas as mães experimentam de vez em quando.
É algo mais profundo que drena a sua habilidade efetiva de mãe, deixando-a sem condições de se conectar sadiamente com os seus filhos.
Pode, dependendo do grau, levar à depressão, distúrbios do sono e comportamento de dependência de bebida ou tabaco, apesar de não ser claro como isso ocorre.
Mas o que é Burnout materno?
Para o Burnout materno, são necessários 4 fatores:
- Exaustão.
- Sensação de não estar sendo uma boa mãe como sempre foi com os seus filhos.
- Sentir-se “jogando a toalha”, ou seja, não querer mais ser uma mãe.
- Sentir-se distanciada emocionalmente das crianças.
Fatores de risco para o Burnout materno
- Apoiar-se em padrões irreais
- Dificuldades econômicas familiares
- Não ter desejado ser mãe desde o início
- Falta de suporte social
Isso é um fenômeno moderno?
Como se trata de estatísticas recentes sobre esta realidade que estamos vivendo, ainda não temos dados longitudinais que falem diretamente sobre o assunto.
Mas certamente as mães de hoje devem passar por mais esgotamento do que as gerações anteriores, pois elas enfrentam uma pressão social nunca vista anteriormente para estarem “ligadas” com os filhos.
A maternidade intensiva, neste caso, torna-as mais responsáveis por administrar todos os aspectos dessa nova vida dos filhos, com o objetivo de protegê-los de danos potenciais e garantindo os seus melhores resultados
Realmente essa pressão é intensa, um padrão inatingível para muitas delas, aonde a autoexpectativa do perfeccionismo social acaba gerando maior estresse, depressão, ansiedade e culpa para as mães.
Como lidar com essa situação?
Ser mãe não é nada fácil, ainda mais nestes tempos de pandemia.
Portanto, blinde-se da carga das expectativas, pois só assim se pode encontrar a leveza e alegria cotidiana em criar seus filhos.
Estando à beira do esgotamento, são importantes estas considerações:
– Pense positivo
Não se deixe ser absorvida pelospensamentos negativos que só a deixam com mais ansiedade e exaustão.
– Tenha tempo para se fortalecer
É fundamental que se mantenha física e mentalmente equilibrada. Deve-se ter o apoio de atividades físicas que dissipam essa situação de estresse, como meditação ou mindfulness.
– Não se cobre de ser uma mãe perfeita
A procura por tentar ter padrões irrealistas não garante que seus filhos vão ser mais felizes ou mais bem-sucedidos.
– Redes sociais
Não gaste tempo e energia valiosos tentando mostrar uma fachada maravilhosa dos filhos nas redes sociais, querendo se comparar com mães que agem assim.
Isso não garante que a infância dos seus filhos seja mais mágica. Mantenha-se focada no seu próprio papel.
– Aceite ajuda
Para seu conforto e segurança, não se subestime de pedir ajuda, pois isso pode deixá-la melhor consigo mesma.
Não espere a situação ficar mais complicada, pois o esgotamento completo é algo que realmente pode acontecer.
A pandemia trouxe novos desafios para todos, e com as mães não é diferente. Fique atenta ao seu bem-estar. Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
- Journal of Child and Family Studies . 29, 648–659(2020)
- Journal of Child and Family Studies, 24(8), 2322–2331 (2015)
- Journal of Child and Family Studies 22, 614–620(2013)
- Burnout: o Nome da Moda para o Esgotamento Total – www.DrRondo.com
- 8 Dicas Fundamentais para Evitar o Burnout – www.DrRondo.com