Medicações para Pressão Alta e seus Riscos

Atualmente, cerca de 1 a cada 4 adultos apresentam hipertensão arterial, uma condição hoje considerada como a segunda maior ameaça à saúde pública. E dessas pessoas com o problema, praticamente a metade tem pressão alta descontrolada, o que as expõe a maiores riscos como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva e doença renal.

Eu não estou dizendo aqui que você deva mudar ou parar sua medicação por decisão própria, pois isso só pode ser feito pelo seu médico.

O que eu posso lhe aconselhar é que reveja a sua alimentação, estilo de vida, e se apresenta obesidade ou diabetes associada, pois é sabido que a resistência à insulina tem uma ligação direta com a piora da pressão.

Isso ficou claro em um estudo publicado na revista Diabetes, que mostra que esse vínculo é significativo, pois conforme aumentam os níveis de insulina, a pressão arterial também se eleva.

Porém, antes de se aprofundar nessas mudanças que mencionei, quero comentar sobre os medicamentos, pois muitas vezes estes podem ser reduzidos ou até suspensos (pelo seu médico).

Mas para isso, é necessária uma participação importantíssima de sua parte, pois as estatísticas mostram que cerca de metade das pessoas que fazem uso dos remédios não conseguem administrar sua condição, ficando claro que essas drogas não funcionam como o anunciado.

Além disso, muitas apresentam efeitos colaterais, que podem ser bastante prejudiciais e / ou debilitantes.

Veja alguns estudos que mostram os riscos:

1. Queda em idosos

Publicação na JAMA mostrou que pacientes com mais de 70 anos e hipertensos, fazendo uso de medicação para pressão, apresentam maior risco de quedas sérias, podendo necessitar hospitalização devido a fraturas, lesões cerebrais, luxação do quadril ou luxação no joelho, ombro ou mandíbula.

Ou seja, se houver uma redução importante da sua pressão arterial aumenta muito o risco de queda, como quando se levanta de repente do sofá, da cama, etc.

Segundo os autores:

“Medicamentos anti-hipertensivos foram associados a um risco aumentado de lesões graves em queda, particularmente entre aqueles com lesões anteriores. Os danos potenciais desses medicamentos devem ser pesados ​​na decisão de continuar o tratamento com medicamentos anti-hipertensivos em idosos com múltiplas condições crônicas”

2. Cegueira

De acordo com uma publicação on line no Ophthalmology, The Journal of the American Academy of Ophthalmology., concluiu-se que certos vasodilatadores usados para hipertensão aumentam o risco de degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Através de um comunicado de imprensa:   

“[…] Os pesquisadores conduziram um estudo de longo prazo de corte populacional de 1988 a 2013 de quase 5.000 residentes de Beaver Dam, Wisconsin, com idade entre 43 e 86 anos […] Descobriu-se que, após ajuste para idade, sexo e outros fatores, usar qualquer vasodilatador como Apresoline e Loniten, que abrem (dilatam) os vasos sanguíneos foi associado com um risco 72% maior de desenvolver DMRI em estágio inicial que entre as pessoas que não estavam tomando vasodilatadores. Estima-se que 8,2% desenvolveram sinais de DMRI precoce e, em comparação, entre aqueles que tomavam medicamentos vasodilatadores, 19,1% desenvolveram a doença.

Ficou claro também que tomar betabloqueadores orais, como Tenormin e Lopressor, estava associado a um aumento de 71% no risco de DMRI neovascular, uma forma mais avançada […] da doença. Entre aqueles que não tomavam betabloqueadores por via oral, cerca de 0,5% desenvolveram sinais de DMRI neovascular. Em comparação com aqueles que tomavam betabloqueadores por via oral, 1,2% desenvolveram DMRI neovascular.”

3. Remédios para pressão alta e câncer

Remédios para pressão que possuem os princípios ativos do tipo “sartanas”, como a losartana, valsartana e irbesartana, foram retirados do mercado, além de ser suspensa a sua fabricação, importação, distribuição e comercialização.

O motivo é o aumento do risco de câncer, aonde o fabricante alega “suspeita de contaminação”, por “impurezas”, conhecidas como nitrosaminas, no princípio ativo das “sartanas”. Isso ocorreu no Brasil e em outros países também.

4. Comprometimento da parte sexual

A hipertensão aumenta o risco de aterosclerose e aumenta a liberação de angiotensina II, que induz a uma hipertrofia vascular e provoca a disfunção endotelial através da redução de óxido nítrico (NO). Como consequência, há diminuição da circulação para as artérias que irrigam os órgãos genitais, provocando a disfunção sexual.

Anti-hipertensivos podem causar disfunção erétil, diminuição da ejaculação e libido, ginecomastia e priapismo, sendo que o mecanismo varia de acordo com a classe anti-hipertensiva utilizada.

Os diuréticos tiazídicos e os betabloqueadores, são as drogas mais citadas como sendo as que mais causam disfunções sexuais em pacientes hipertensos.

Portanto, que tal começar a mudar o seu estilo de vida? Isso pode te ajudar, e muito! Mas lembre-se, só mexa na sua medicação sob orientação do seu médico, certo? Supersaúde!

Referências bibliográficas:

  • JAMA Internal Medicine 2014;174(4):588-595
  • kevinMD.com March 6, 2014
  • Eurekalert May 28, 2014
  • Drug Development Research, 1992;25:85-95.
  • Archives of Internal Medicine, March 13, 1995;155:450-460.
  • www.drrondo.com/losartana-carcinogeno-grau-i/
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