Experiências na Infância Influenciam nosso Modo de Encarar Atividades Físicas

Deixa eu te fazer uma pergunta… Quando você tem um tempo livre, o que prefere: praticar atividades físicas ou ficar sentado no sofá, vendo televisão? Se a sua resposta foi a segunda, saiba que não está sozinho. Muita gente também prefere ser sedentário nos momentos de lazer.

Por outro lado, há outros que usam qualquer tempinho que encontram para praticar exercícios. Correm, caminham, pedalam, nadam, praticam esportes… E, bom, como você deve imaginar, as consequências disso para a saúde são as melhores possíveis.

O que difere esses dois tipos de pessoas? Uma pesquisa americana pode ter a resposta. E ela pode estar lá atrás, na educação física do seu tempo de escola.

Atividades físicas e infância

Pesquisadores da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, têm estudado como os sentimentos das crianças com relação às atividades físicas têm influência no restante de suas vidas. Essa conexão emocional – boa ou ruim – seria responsável por como os indivíduos vão ver os exercícios dali em diante.

Segundo um dos responsáveis pela pesquisa, o professor Panteleimon Ekkekakis, o segredo pode estar no córtex pré-frontal. Nos adultos, essa região do cérebro regula como nos sentimos durante as atividades físicas, ajudando-nos a conhecer nossos limites de esforço.

Porém, nas crianças, a mesma região ainda não é tão desenvolvida. Assim, para elas pode ser mais difícil controlar as emoções, especialmente quando o exercício é difícil ou desagradável:

“Se as crianças não puderem regular o descontentamento, desistirão e começarão a ter sentimentos negativos sobre o exercício. Com o tempo, apenas a idéia de atividade física ativará um desejo inerente de evitá-lo.” comenta o pesquisador.

Então, como estimular atividades físicas nas crianças?

Em outros estudos, os pesquisadores também concluíram que muitas lembranças da infância e adolescência sobre atividades físicas, tanto as boas quanto as ruins, tinham influência no nível de sedentarismo dessas pessoas quando adultos.

As piores memórias eram aquelas relacionadas a testes físicos das aulas de educação física. Nesses casos, crianças e adolescentes que não conseguiam obter bons resultados lembravam-se frequentemente de sentirem ansiedade ou até sofrerem bullying.

Como lidar com esses maus momentos era mais difícil para elas, a memória fica marcada, influenciando o gosto – ou melhor, a falta dele – por exercícios.

O ideal para os pequenos, segundo os pesquisadores, seriam atividades que priorizassem o prazer das crianças em desenvolvê-las. Uma boa opção seriam brincadeiras menos estruturadas e mais naturais, evitando testes para medição de desempenho e habilidades.

Gerar essas boas memórias de atividades físicas como hábitos prazerosos é o que vai levá-los a serem adultos que gostam de praticar exercícios. Se você é pai , mãe ou responsável por crianças, lembre-se disso! A educação de agora pode ser o caminho para uma Supersaúde no futuro!

Referências bibliográficas:

Study to explore how cognitive development shapes attitudes about physical activity. Eurekalert. 10 out. 2018.

“My Best Memory Is When I Was Done with It”: PE Memories Are Associated with Adult Sedentary Behavior. Ladwig, Matthew A.; Vazou, Spyridoula; Ekkekakis, Panteleimon. Translational Journal of the American College of Sports Medicine. 3(16):119-129, August 15, 2018.

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