Provavelmente você já ouviu falar de muitas pesquisas sobre o relacionamento entre as mães e seus bebês. Mas e os pais? Onde entram nessa história? É fato que nos primeiros anos de vida, as crianças acabam se ligando mais às mães. Mas um novo estudo defende que as brincadeiras entre os pais e os pequenos também têm grande importância.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, reuniram informações obtidas em 78 estudos durante cerca de 40 anos. Segundo os cientistas, estatisticamente, comprovou-se que os pais brincam de forma mais física com as crianças de 0 a 3 anos.
Essas brincadeiras incluem, por exemplo, fazer cócegas, brincar de cavalinho ou correr atrás das crianças. O que a pesquisa mostrou e que esse tipo específico de atividade é importante para o desenvolvimento emocional.
O estudo afirma que brincando assim, os bebês recebem as primeiras lições de como controlar as emoções e comportamentos. Os dados apontam que, mais tarde, eles se tornarão crianças menos propensas a terem hiperatividade e agressividade, em especial quando entram na escola e precisam lidar com outras da mesma idade.
Mas, por que isso ocorre com os pais?
As falas dos pesquisadores envolvidos podem nos dar uma noção mais exata de como as brincadeiras dos pais podem ajudar. Segundo o Dr. Paul Ramchandani, da Universidade de Cambridge:
“A brincadeira físico cria situações divertidas e emocionantes nas quais as crianças precisam aplicar a autorregularão. Você pode ter que controlar sua força, aprender quando as coisas foram longe demais – ou talvez seu pai pise no seu pé por acidente e você se sinta zangado!
É um ambiente seguro no qual as crianças podem praticar como reagir. Se reagirem da maneira errada, podem ser repreendidas, mas não é o fim do mundo – e da próxima vez elas se lembrarão de se comportar de maneira diferente”.
Os pesquisadores esclarecem ainda que, obviamente, não são só os pais que podem brincar dessa forma com os bebês. O que se mostrou é que, em geral, são eles que mais fazem esse tipo de brincadeira. Mas as mães ou outros responsáveis também podem promover brincadeiras mais físicas.
A orientação é que se varie na forma de brincar. Afinal, enquanto as atividades mais enérgicas como essas promovem maior controle emocional, outras atuam em diferentes benefícios, como na cognição, por exemplo.
O importante é haver uma interação saudável entre pais, mães e bebês. Para se ter uma ideia, até aquela vozinha de bebê que fazemos para eles tem influência em seu aprendizado. Parece algo simples e até “bobo”, mas uma pesquisa recente mostrou que crianças pequenas que são tratadas assim tem um desenvolvimento melhor na linguagem. Clique aqui para conferir um pouco mais sobre o assunto e descobrir qual a melhor forma de “conversar” com seu bebê.
Portanto, nessa fase, o aprendizado é constante. E é papel de mães, pais e responsáveis proporcionarem o melhor ambiente para eles. Isso terá reflexos para o resto da vida! Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
- Annabel Amodia-Bidakowska, Ciara Laverty, Paul G. Ramchandani. Father-child play: A systematic review of its frequency, characteristics and potential impact on children’s development. Developmental Review, 2020; 57: 100924 DOI: 10.1016/j.dr.2020.100924.
- University of Cambridge. “Playtime with dad may improve children’s self-control.” ScienceDaily. ScienceDaily, 29 June 2020.
- Piazza et al. Mothers Consistently Alter Their Unique Vocal Fingerprints When Communicating with Infants. Current Biology, 2017 DOI: 10.1016/j.cub.2017.08.074.
- Naja Ferjan Ramírez, Sarah Roseberry Lytle, Patricia K. Kuhl. Parent coaching increases conversational turns and advances infant language development. Proceedings of the National Academy of Sciences, Feb. 3, 2020 DOI: 10.1073/pnas.1921653117.
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