Bactérias intestinais ligadas ao Alzheimer

Apesar do crescente número de pessoas com Alzheimer cuja expectativa é que aumente mais, pois a solução ainda é inconclusiva.

Entretanto, a microbiota intestinal pode desempenhar um papel importante da geração ou proteção contra a doença.

Agora, de acordo com a Scientific Reports, “Descobrir a base genética da abundância microbiana e o seu efeito na DA [doença de Alzheimer] poderia sugerir mudanças no estilo de vida que podem reduzir o risco de um indivíduo ter a doença.”

A equipe de pesquisa usando o maior estudo genético com interações com a microbiota intestinal, encontrou riscos significativos para Alzheimer em 4 bactérias associados com Apoliproteina E (APOE).

Estas bactérias liberam lipopolissacarídeos (LPS) e amiloides, que contribuem para inflamação no cérebro gerando citoquinas pro-inflamatórias podendo induzir Doença de Alzheimer.

São elas:

– Firmicutes (Lachnospira e Veillonella)

– Actinobacteria (Collinsella)

– Bacteroidetes (Bacterioidetes)

Por outro lado, há bactérias protetoras que metabolizam butirato, que ativam a liberação de fator neurotrófico cerebral (BDNF), reduzindo os níveis de risco para Doença de Alzheimer, explicado pelos pesquisadores:

“O butirato é um importante metabólito SCFA no cólon que pode ser um mediador crítico da resposta inflamatória do cólon. Juntamente com as suas propriedades anti-inflamatórias, o butirato também é essencial na manutenção de junções estreitas que previnem a permeabilidade intestinal disbiótica.”

São elas:

– Firmicutes phylum:  * grupo Eubacterium nodatum / * grupo Eisenbergiella / * grupo Eubacterium fissicatena

– Actinobacteria (Adlercreutzia, Gordonibacter)

– Bacterioidetes (Prevotella 9)

Isso ficou comprovado também por estudos com pesquisadores suíços e italianos.

Eles usando tomografia cerebral, observaram a conexão entre disbiose e desenvolvimento de placas de amiloide no cérebro, marcadores de proteínas e inflamação produzidas por bactérias intestinais, como lipopolissacarideos e ácidos graxos de cadeia curta (SCFA), no caso acetato e valerato.

Já o butirato, que também é um SCFA estava associado com menos placas amiloide.

Estratégia para uma microbiota intestinal saudável

Consumir:

– alimentos “naturais” orgânicos regularmente, pois estes garantem uma maior diversidade da microbiota. Incluir orégano, gengibre, pimenta preta e cayenne. Consumir estas ervas e temperos aumentam a diversidade das bactérias intestinais após cerca de 4 semanas, de acordo com estudo.

– fibras são componentes importantes na alimentação do microbioma.

– alimentos fermentados são uma sólida estratégia para melhorar a sua saúde e do seu microbioma. Segundo um estudo com 36 adultos que consumiam uma dieta rica em alimentos fermentados por 10 semanas, tiveram um aumento da diversidade microbiana, assim como redução de marcadores inflamatórios.

Evitar:

– alimentos processados e ultra processados, pois são ricos em químicos como herbicidas, que comprometem o microbioma. Além disso, são pobres em fibras e nutrientes, muitos com matéria prima transgênica, cheia de corantes, aditivos químicos e conservantes.

– adoçante artificial, pois alteram a flora intestinal de diversas formas

– antibióticos, usar somente quando for absolutamente necessário

Em meu artigo “Bactérias Intestinais Ligadas ao Alzheimer”, revelo descobertas cruciais sobre como certas bactérias intestinais estão associadas a um maior risco, enquanto outras podem proteger contra a doença. Com base em pesquisas, sublinho a importância de um microbioma intestinal saudável para prevenir o Alzheimer, destacando estratégias alimentares para fortalecer suas defesas contra essa condição. Se deseja uma abordagem personalizada para otimizar sua saúde intestinal e cerebral, convido-o a marcar uma consulta através do link https://linkbio.drrondo.com/.

Referências bibligraficas:

– Alzheimer’s Association, Alzheimer’s Disease Facts and Figures

– Scientific Reports March 31, 2023

– Science Alert September 27, 2023

– Science Daily November 13, 2020

– Brain Circulation 2019; 3: 124-129

– J Alzheimers Dis. 2020;78(2):683-697 – Appl Microbiol Biotechnol. 2021 Oct;105(20):7721-7730

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