E aí? Será que é alergia ou intolerância alimentar?
Há uma grande confusão entre os dois problemas. E este assunto é muito comentado pelo aumento da frequência de respostas a fatores ambientais, com os quais não convivíamos antes, ou alimentos que eram produzidos de forma natural, mas não são mais.
Então, vamos lá…
A alergia alimentar é desencadeada por uma reação imunológica a proteínas encontradas em um alimento ou bebida específica.
Já a intolerância alimentar é uma reação gastrointestinal a algo que você consumiu. Não tem correlação com o sistema imunológico.
Diversos fatores no mundo moderno podem desencadear as manifestações de alergias alimentares como:
– alimentos pasteurizados, industrializados, ricos em conservantes, preservativos, edulcorantes e que podem durar muito em prateleiras;
– deficiência de vitamina D;
– excessivo de utilização de antibióticos, que podem estar presentes nos tratamentos médicos e também indiretamente contido nas carnes de animais confinados;
– abuso de antiácidos;
– alimentos tóxicos com alta concentração de transgenia e pesticidas;
– um ambiente “muito limpo”, com ausência de exposição microbiana natural, promovido por uma busca por higiene. Nesse caso, crianças e adultos não estão mais expostos a patógenos naturais no ambiente, fazendo com que o sistema imunológico se torne hipersensível.
– excesso do uso de produtos de higiene pessoal e de limpeza dos ambientes que vivemos;
– alteração da composição do microbioma intestinal.
Como ocorrem essas alterações?
Quando você entra em contato com toxinas, ocorre uma ativação do sistema nervoso parassimpático, para ajudar a neutralizar essa agressão à saúde. Isso pode desencadear alergia alimentar.
Por outro lado, a vida em uma “bolha”, sem ameaças naturais, pode torná-lo hipersensível.
Leite: Alergia alimentar X Intolerância à lactose?
Alergia alimentar
As alergias alimentares ao leite ocorrem após se ingerir esse alimento, desencadeando uma resposta celular através da imunoglobulina-E (IgE), que é um anticorpo encontrado no sangue e nos mastócitos em todos os tecidos do corpo.
Conforme desencadeada essa reação, sempre que se ingere o alimento haverá produção de IgE para essa proteína alimentar, fixando-se na superfície dos mastócitos, o que causa liberação de histamina.
Haverá com isso manifestações de coceira na boca, náusea, vômito, diarreia e dor de estômago.
Pode ainda causar tontura, sensação de desmaio, tosse repetitiva, garganta apertada, rouca e pulso fraco, chegando até à uma reação anafilática com hipotensão, respiração ofegante e urticária.
Essas manifestações podem ser agudas ou ocorrerem em até 24 horas após a exposição.
Os alimentos considerados mais alergênicos são: amendoim, nozes, soja, trigo, leite, ovos, peixe e marisco
Normalmente essas alergias alimentares ocorrem já na infância.
Intolerância alimentar
Neste caso, os sintomas são causados por intolerância à lactose, desencadeando manifestações gastrointestinais pela dificuldade de digerir as proteínas do leite.
Outro fator causal de intolerância é a presença de algum aditivo químico no alimento.
Os alimentos considerados mais intolerantes são: lactose, glúten, conservantes, aditivos e tiramina (comum em carnes curadas, peixe, queijos envelhecidos e defumados).
Como se prevenir:
Comer uma dieta saudável baseada em alimentos não processados, idealmente orgânicos e / ou cultivados localmente.
– Minimize a ingestão de alimentos inflamatórios como açúcares e grãos
– Aumente a ingestão de gorduras ômega-3 de origem animal, especialmente com óleo de krill pela sua ação anti-inflamatória e redutor de manifestações alérgicas.
– Reduza a ingestão de gorduras ômega-6, tais como óleos vegetais hidrogenados e parcialmente hidrogenados (soja, milho e canola) e que estão presentes também nos alimentos refinados e industrializados.
– Otimize seus níveis de vitamina D por meio de uma exposição ao sol ou suplementação, se necessário. Sua importância no caso é pela ação reguladora do sistema imunológico.
– Alimentos fermentados e / ou probióticos. Ajudam a restaurar o equilíbrio da flora intestinal, podendo curar completamente suas alergias alimentares e regular seu sistema imunológico. Como exemplo temos:
- iogurte de leite cru de animais a pasto, além de outros lácteos cultivados como queijo e kefir, uma bebida láctea fermentada;
- chucrute, picles e outros vegetais fermentados;
- kimchi, natto e kefir;
- sopa de missô.
– Evite os antiácidos, pois alteram a acidez estomacal com consequente afeto negativo no microbioma intestinal
– Só usar antibióticos quando realmente for necessário e lembre-se que carne de animais confinados contém antibióticos.
– Minimize ao máximo alimentos processados, pois são ricos em açúcar, que alimentam bactérias nocivas em seu intestino.
– Evite laticínios pasteurizados, pois promovem aumento de secreção nas vias aéreas, além de poder piorar a asma. Procure consumir laticínios de animais à pasto.
– Pimenta malagueta e raiz-forte: são descongestionantes naturais, além de reduzir sintomas de alergia nasal.
– Quercetina: um flavanoide antioxidante presente nas maçãs, frutas vermelhas, uvas vermelhas, cebolas vermelhas, alcaparras e chá preto, apresentam ação anti-histamínica. Pode ser usada na forma de suplemento, que a literatura sugere 500 mg duas vezes ao dia.
– Óleo de eucalipto: repara membranas mucosas. Há várias formas que pode ser usado, como pingar uma gota em uma bola de algodão e cheirá-la várias vezes ao dia, ou adicionar algumas gotas à água do nebulizador. Outra opção são algumas gotas na água do banho.
É importante sabermos o que realmente está acontecendo e como estamos reagindo aos alimentos. A informação é sua melhor arma.
Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
- Science Daily, January 14, 2021
- Clinical and Experimental Immunology, 2010;160(1)
- Yale News, January 14, 2021
- Harvard Health Publishing, January 30, 2020
- Allergy, Asthma & Clinical Immunology, 2018;14(55)
- American College of Allergy, Asthma and Immunology, Food Allergies
- World Allergy Organization, Food Allergy
- Allergy August 2006: 61(8); 1009-1015
- Reuters February 17, 2009
- Probióticos podem ser a Resposta para sua Doença Inflamatória Intestinal – www.DrRondo.com
- Mais uma Descoberta sobre a Vitamina D e a sua Imunidade – www.DrRondo.com
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