O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um problema de saúde pública e acomete pessoas em todo o mundo.
Estima-se que nos Estados Unidos mais de 10% das crianças em idade escolar sofrem com o transtorno. No Brasil, entre estudantes de 6 a 17 anos, essa taxa é de quase 8%.
Um estudo realizado pela Rutgers Robert Wood Johnson Medical School, e publicado pelo Journal of Pediatrics, mostrou que crianças nascidas antes da 39ª semana de gestação são mais propensas a apresentar sintomas associados ao transtorno de déficit de atenção (TDAH).
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após procurarem estimar as associações entre a idade gestacional a termo (37 a 41 semanas) e os sintomas de TDAH em crianças de 9 anos relatados, pela primeira vez, por seus professores.
Sobre a participação dos professores durante a pesquisa, a autora do estudo e professora de Pediatria, Nancy Reichaman, relatou que os sintomas relatados por eles refletem o comportamento das crianças em um ambiente educacional estruturado por profissionais que trabalham com um grande número de crianças e que são capazes de observar a diferença de comportamentos entre elas nas salas de aula.
Importante mencionar que o TDAH se manifesta precocemente na infância por meio de sintomas como:
– hiperatividade;
– impulsividade;
– ou desatenção.
O diagnóstico do transtorno é feito clinicamente, sempre por um profissional especializado, e parte da observação de sintomas listados no Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtorno Mental (DSM).
O que o estudo mostrou
Os professores avaliaram seus alunos usando o Conners’ Teacher Rating Scale-Revised Short Form que incluía pontuações para sintomas de hiperatividade, TDAH, comportamento de oposição e problemas cognitivos ou desatenção.
Os resultados dessa pesquisa mostraram que:
– Crianças que nasceram entre 37 e 38 semanas tiveram uma pontuação consideravelmente mais alta nas escalas de avaliação dos professores para hiperatividade, TDAH, problemas cognitivos ou desatenção em comparação com as que nasceram entre 39 e 41 semanas, mas essa idade gestacional não foi significativamente associada ao comportamento de oposição.
– Cada semana de idade gestacional a termo estava associada a pontuações de hiperatividade 6% mais baixas e TDAH 5% mais baixas e problemas cognitivos ou pontuações de desatenção;
– O nascimento de 37 a 38 semanas estava associado a pontuações de hiperatividade 23% mais altas e pontuações de TDAH 17% mais altas quando comparadas com o nascimento de 39 a 41 semanas.
Mas por que isso acontece?
Quando uma criança nasce precocemente o organismo não está completamente formado e isso pode gerar alguns problemas de saúde.
No caso do TDAH a relação está no fato de que o cérebro dos bebês prematuros ainda é imaturo. Quando a gestação é completa os bebês se beneficiam do crescimento cerebral ainda no útero das mamães.
Então, se há um conselho que eu quero deixar para os papais que estão lendo este artigo é que façam o pré-natal corretamente. É durante esse acompanhamento que se tem clareza sobre a saúde gestacional e se afastam os riscos que podem causar o parto prematuro.
Supersaúde!
Referência bibliográfica
– Geethanjali Lingasubramanian, Hope Corman, Kelly Noonan, Nancy E. Reichman. Idade gestacional no termo e padrões de sintomas de TDAH relatados pelo professor. The Journal of Pediatrics, 2022; DOI: 10.1016/j.jpeds.2022.07.042
– Instituto NeuroSaber: https://institutoneurosaber.com.br/a-prevalencia-do-transtorno-do-deficit-de-atencao-e-hiperatividade-tdah/