A hipertensão arterial é um problema muito sério, sendo possivelmente o segundo maior inimigo da saúde pública. Isso porque, 40% das pessoas têm o problema e não sabem. É muito frequente vermos indivíduos fazendo uso de medicação para a pressão, mas ainda sim não tendo o controle sob a mesma.
Talvez você não saiba, mas não é a hipertensão arterial que provoca a doença cardíaca. Muito pelo contrário. É a doença cardíaca que leva o indivíduo a ter problemas de hipertensão.
A boa notícia é que com uma alimentação adequada de acordo com o seu Tipo Metabólico, exercícios e técnicas antiestresse podem reverter o problema.
E o que os números dizem?
Quando você afere sua pressão arterial, o primeiro número representa a sua pressão sistólica enquanto o segundo é a sua pressão diastólica.
Exemplo:
Uma pressão avaliada como sendo 120/80 temos que:
120 = pressão arterial sistólica e 80 = pressão arterial diastólica
Ambos são números importantes, sendo que o maior – que representa a pressão sistólica – é emitido quando o ventrículo contrai, e o menor, quando o ventrículo relaxa.
Segundo os parâmetros de controle, detecção e prevenção de hipertensão arterial, os números que determinam se você sofre de hipertensão são:
Classificação de pressão arterial sistólica – diastólica | |
Normal | ‹ 120 e ‹ 80 |
Pré Hipertensão | 120 – 139 e 80 – 89 |
Hipertensão (estágio 1) | 140 – 159 e 90 – 99 |
Hipertensão (estágio 2) | › 160 ou › 100 |
Por JNC 7 Express Dec 2003
Como proceder para ter uma mensuração precisa?
É muito frequente você ter variações significativas durante o dia e até na mesma hora. O que importante é que essa pressão não se mantenha elevada.
Há diversos fatores que podem influir na leitura da pressão arterial, tais como:
1) Para os indivíduos acima do peso, o tamanho médio da braçadeira pode estar elevando falsamente a sua pressão. Acredita-se que cerca de 10% dos indivíduos obesos são falsamente diagnosticados como hipertensos devido ao problema dessas braçadeiras de pressão arterial. Converse com o seu médico sobre o assunto, para ter a certeza de estar usando a braçadeira no tamanho certo.
Lembre-se de que é grande o número de indivíduos acima do peso, e isso deve ser levado em consideração.
2) O modo como se checa a pressão. Se a pressão é medida com o braço em paralelo com o seu corpo, você poderá ler até 10% acima do que realmente é. O correto é fazer a leitura com o seu braço em ângulo reto com o seu corpo.
3) Hipertensão do avental branco. Ocorre com a elevação da pressão causada pelo estresse quando da visita ao médico. Nesses casos, a redução do estresse é o ponto principal. Para não ser diagnosticado falsamente com hipertensão, procure respirar profundamente e relaxe quando for checar a pressão.
Como a resistência à insulina leva à hipertensão?
Segundo estudos publicados no Journal Diabets, 2/3 (dois terços) dos indivíduos testados com resistência à insulina eram também hipertensos.
Sabemos que a resistência à insulina é diretamente atribuída ao consumo de muito açúcar, grãos e pouco exercício. Portanto, é grande a chance de que essas pessoas que têm hipertensão, consumirem uma alimentação rica em grãos e açúcares e pobre em gorduras saudáveis.
É sabido que a insulina acumula magnésio, que por sua vez relaxa os músculos; porém, se os seus receptores de insulina estão saturados e as suas células vão se tornando resistentes à insulina, o magnésio não é estocado, sendo eliminado através da urina.
Se o seu magnésio é baixo, os seus vasos sanguíneos se contraem, promovendo aumento da pressão arterial e diminuição do seu nível de energia.
Além disso, a insulina causa retenção de sódio, o que afeta também a sua pressão arterial. A retenção de sódio causa retenção de líquido, o que por sua vez causa hipertensão.
Outro mecanismo frutose → óxido nítrico → HA, importante na geração da hipertensão arterial, é o consumo excessivo de frutose.
Normalmente, a frutose é degradada em diversos sub-produtos, e um deles é o ácido úrico, que inibe a ação do óxido nítrico nas artérias, cuja ação é manter a elasticidade dos vasos sanguíneos. Portanto, a sua inibição leva a um aumento de pressão arterial. Isso é evidente em todos os estudos onde se correlaciona ácido úrico com hipertensão.
Sabemos que segundo as pesquisas mais recentes devemos manter o ácido úrico em até 3,5 mg/dl para mulheres e 4,0 mg/dl para o homem, evidenciando-se uma importante relação entre ácido úrico, pressão arterial e risco cardiovascular.
Como ter o controle da sua pressão arterial?
1) Como a maior parte dos hipertensos tem alteração do controle da glicemia, procure normalizar o seu nível, o que vai ajudar no acerto da pressão. Para isso, remova grãos, açúcares e frutose da alimentação até que o seu peso e pressão arterial estejam normais.
De acordo com estudo de 2010, os indivíduos que consomem 74g de frutose por dia (equivalente a 2,5g de bebidas açucaradas) têm 77% mais risco de ter hipertensão arterial.
Como sempre recomendo nessas condições, deve-se consumir frutose até 15 gr/dia, para se ter um efeito benéfico.
2) Seguir o programa nutricional do Tipo Metabólico, que vai ajudá-lo a normalizar a insulina, reduzir peso e diminuir a pressão arterial e os riscos cardiovasculares, câncer, diabetes e Alzheimer.
3) Consuma carne de animais criados em pasto, pela alta concentração de Ômega 3. Essa é uma das melhores maneiras de ressensibilizar os seus receptores de insulina, caso já tenha resistência a ela.
4) Limite o consumo de café. A conecção entre cafeína e hipertensão arterial não é bem entendida, mas se você tem hipertensão, reduza gradativamente o número de cafés ou bebidas cafeinadas de sua dieta diária.
5) Outra substância que comumente eleva o ácido úrico, além da frutose, é a cerveja. Portanto, considere diminuir ou parar de consumí-la, caso esteja com hipertensão.
6) Pratique exercícios. Isso é vital para a sua saúde! Procure um programa de exercícios aeróbicos de alta intensidade, pois ganhará mais benefícios em menos tempo, melhorando sua complascência vascular e reduzindo sua resistência à insulina e hipertensão arterial.
Suplementos para controle da pressão arterial
1) Suplemente a sua alimentação com Ômega 3 de boa qualidade, com alta concentração de DHA e EPA e com certificado de pureza da origem do óleo, pois, na maioria, a concentração de mercúrio pode ser intensa, o que é, nesse caso, um potencializador da hipertensão arterial, sem falar nas outras consequências.
2) A vitamina D é essencial para a saúde cardiovascular e para a normalização da pressão arterial. Sua deficiência causa endurecimento das artérias, segundo estudo publicado no Congresso Anual do American College of Cardiology, de 2011.
Há diversos mecanismos que explicam a conexão entre níveis de vitamina D e pressão arterial. Estão entre eles:
· a falta de sol reduz os níveis de vitamina D, e como consequência, promovem o aumento da produção de Parato Hormônio, o que aumenta a pressão arterial;
· deficiência de vitamina D está relacionada com resistência à insulina e Síndrome Metabólica;
· vitamina D é reguladora do Sistema Renina Angiotensina, e quando se está deficiente dessa vitamina, esse sistema é ativado, o que leva à hipertensão;
· exposição ao sol tem ação na liberação de endorfinas, que promovem bem-estar e euforia, o que alivia o estresse, fator importante para resolver a hipertensão arterial.
3) Suplementação de magnésio – Tem ação no relaxamento das artérias.
4) Vitaminas C e E. Os estudos mostram que elas agem na redução da pressão arterial.
Lembre-se de usar somente vitaminas naturais e não as sintéticas, pois essas não são biodisponíveis. No caso da vitamina E, só use na forma “d” alfa tocoferol, que é a natural; a sintética é na forma “dl” alfa tocoferol.
Medicações de pressão
É importante que seja tomada diariamente a medição de pressão orientada pelo seu médico. E qualquer mudança, deverá ser feita somente com supervisão.
Lembre-se que a retirada de forma abrupta ou inadequada, pode gerar efeito rebote, podendo colocá-lo em risco.
Então, conforme for mudando o seu estilo de vida, plano alimentar e suplementação, com o transcorrer do tempo, poderá colher os frutos que deseja!
Referências bibliográficas:
– CDC Gov. Sept 5, 2012-11-05
– Diabetes. 1998 Feb; 47(2):270-5
– Journal of the American Society of Nephrology. 2010 Sep; 21(9):1543-9
– Hypertension. 1997, 30:150-156
– General Internal Medicine. 2011; 26(10):1105-1111