Descubra como isso acontece e as formas de se prevenir
Muito já se falou sobre o ácido úrico e suas consequências, mas você sabe exatamente como ele é produzido pelo seu corpo? É muito importante que você saiba como isso acontece para que possa se prevenir da maneira correta.
O ácido úrico é um bioproduto proveniente da degradação celular. Em outras palavras, quando a célula morre o DNA e o RNA são transformados em químicos que recebem o nome de purinas e que por sua vez são degradados em ácido úrico.
Dados revelam que o ácido úrico tem se elevado entre a população desde a primeira metade do século 20. Para se ter uma ideia, em 1920, a média do ácido úrico era de aproximadamente 3,5 ml/dl. Já em 1980 o nível subiu para 6 a 6,5 ml/dl e certamente é muito maior hoje.
A base deste aumento está no consumo de frutose – hoje o açúcar mais consumido na alimentação diária. A frutose eleva a produção de ácido úrico através de um processo complexo que faz com que a célula consuma seus ATPs rapidamente. Isso acaba gerando um choque e promovendo o crescimento do índice de morte celular. Por isso, faça muita atenção à sua alimentação, pois ao consumir uma quantidade excessiva de frutose a célula fica sem energia e entra em estado de choque, como se não tivesse mais suprimento de sangue.
Diante disso, as células deficientes de energia acabam por inflamar e ficam ainda mais susceptíveis aos danos causados pelo estresse oxidativo.
Hoje temos a consciência de que o ácido úrico elevado pode ser o preditor da cirrose hepática não alcoólica, diabetes, doença cardiovascular, hipertensão e obesidade. E para medir essa taxa existem testes simples e baratos que devem fazer parte do seu check up de rotina. Para os homens o nível ideal é de até 4 ml/dl, e para as mulheres é de até 3 ml/dl.
Considerando esses valores, caso o seu ácido úrico esteja acima do indicado, elimine o máximo de frutose que puder de sua alimentação e refaça o exame após algumas semanas.
Agora que você já sabe como o seu corpo produz o ácido úrico e quais o fatores capazes de acelerar o aumento da sua produção, é hora de adotar novas medidas! Vamos lá?
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Referências bibliográficas:
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