Você já ouviu falar em síndrome do excesso de treinos?

Pouca gente sabe, mas a síndrome do excesso de treinos caracteriza-se por uma variedade de manifestações clínicas e laboratoriais que promovem a diminuição do desempenho dos atletas. A síndrome foi intensamente discutida pela comunidade médica no último Encontro Anual do Colégio Americano de Medicina Esportiva.

Entre estas manifestações algumas são bem mais pronunciadas, tais como a diminuição da testosterona; elevação do cortisol (hormônio esteroide secretado pela glândula adrenal); diminuição da relação testosterona/cortisol; destruição de glóbulos vermelhos (hemólise); anemias e elevação de enzimas citoplasmáticas (secretadas pela parte não nuclear da célula) e ainda a amenorreia (falhas na menstruação) nas mulheres.

É preciso então ficar atento à intensidade dos treinos e observar o aparecimento de alguns sinais que sinalizam o excesso na prática dos mesmos, bem como o aumento na produção dos radicais livres. Entre os sinais, podemos destacar os seguintes:

  • Mudanças no padrão de sono, especialmente insônia.
  • Maior tempo de cicatrização para pequenos ferimentos ou cortes.
  • Hipotensão arterial e tonturas quando se levanta de uma posição sentada.
  • Distúrbios gastrointestinais, especialmente diarreia.
  • Perda gradual de peso, sem dieta ou aumento de atividade física.
  • Aumento de frequência cardíaca durante sessões básicas de exercício.
  • Sensação de pernas pesadas no exercício.
  • Dificuldade de concentração e deterioração da acuidade mental.
  • Dificuldade de completar as sessões de treinamento de rotina, as quais não eram problema anteriormente.
  • Aumento da frequência cardíaca de repouso (medida pela manhã) em mais de 10 batimentos/minuto.
  • Sede excessiva e aumento do consumo de líquidos à noite.
  • Aumento de susceptibilidade a infecções, alergias, dores de cabeça e lesões.
  • Letargia e cansaço.
  • Perda de apetite.
  • Perda do entusiasmo, controle e motivação (atletas ou outras pessoas que normalmente têm prazer no exercício).
  • Diminuição da libido e do interesse em sexo.
  • Irregularidade ou ausência de menstruação em mulheres pré-menopausadas.
  • Dores musculares e articulares.
  • Cansaço persistente por mais de 24 horas após o treino.

Sendo assim, caso observe um ou mais destes sinais e suspeite que esteja treinando em excesso, diminua esta atividade e observe como evolui. Havendo persistência das manifestações, procure um médico.

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Referências bibliográficas:

  • Medical Tribune, April 20, 1995;20at
  • Journal of The American Dietetic Association, January 1992;92(1):89-90
  • Livro Atleta no Século XXI.   Editora Gaia
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