Você Ainda Acredita que Alergia é Genética?

Com frequência vejo as pessoas ainda acreditarem que as reações alérgicas são um destino herdado pelos genes de seus familiares.

Porém, quero que você saiba que a imensa maioria das alergias não é genética, mas sim “epigenética”.

No topo do seu DNA temos o epigenoma, que é a parte do seu material genético não herdado, mas sim quem direciona a expressão dos seus genes, conforme interagem com o ambiente. 

Esse é o motivo da grande incidência de reações alérgicas nos dias de hoje, pois estamos em um ambiente extremamente poluído e com os alimentos cheios de agressores não naturais, como pesticidas, adoçantes, corantes, antibióticos, hormônios, plásticos e etc.

Tudo é muito diferente da época dos nossos ancestrais, que não conviviam com essa desarmonia ambiental e alimentar.

Ou seja, a culpa das alergias não é um erro biológico herdado, mas sim a forma do seu sistema imunológico se defender dessas agressões não naturais. 

Quanto mais industrializado e poluído um país, maior o grau de manifestações alérgicas.

Até o pólen, tão condenado pelas pessoas, pode na verdade vir ligado a partículas de poluição do ar, sendo na verdade um condutor de alérgenos de proteínas, danificando seus pulmões e gerando uma resposta alérgica.   

Aí, nessas situações, vão lhe sugerir uma medicação antialérgica na qual você acaba ganhando uma série de efeitos colaterais.

Muitas vezes eles são até piores que a própria reação alérgica, como sonolência, alteração de pressão arterial, comprometimento da função sexual, além do risco de agredir fígado, rins e pele.

Mas a notícia boa é que pelo fato dessas reações serem de origem epigenética, certamente você pode controlar a expressão dos seus genes.

Basta reparar o seu microbioma intestinal, pois é aí que começam as manifestações alérgicas.

Há uma íntima correlação com a quantidade de bactérias desfavoráveis no seu intestino e o surgimento das alergias.

Por outro lado, quando há predominância em cerca de 85% das bactérias intestinais boas, elas melhoram a resposta imunológica e protegem contra as manifestações alérgicas.

Como tratar o intestino e aliviar as alergias: 

1. Fibras prebióticas 

Você quase não ouve falar nelas, mas se quiser manter as bactérias no seu trato digestivo saudáveis, felizes e abundantes em sua defesa, você precisa alimentá-las. 

É aí que entram os prebióticos, que agem como fertilizantes, alimentando seus probióticos para que eles possam fazer seu trabalho.

São certos tipos de fibra que você não pode digerir… Mas que as bactérias conseguem. 

Na alimentação, procure combinar alimentos ricos em fibras prebióticas, que são tecnicamente fibras alimentares que contém inulina, fruto-oligossacarídeos e oligossacarídeos (tipos de carboidratos). 

Como exemplo temos maçãs, bananas, sementes de linhaça moídas, nozes, cebolas, alho, alho-poró e alcachofras de Jerusalém.

No passado, a nossa alimentação era mais rica em fibras, o que nos ajudava a manter o adequado equilíbrio de ecologia intestinal. 

Mas hoje, com a dieta moderna rica em carboidratos refinados e açúcares, precisamos suplementar tanto os prebióticos como os probióticos.

2. Alimentos probióticos 

É a palavra da moda neste momento, pois eles são as bactérias “boas” que equilibram a sua ecologia intestinal, protegendo-a contra uma gama enorme de doenças, inclusive as alérgicas.

Com essas bactérias boas, você consegue expulsar as bactérias desfavoráveis, recuperando o equilíbrio da ecologia intestinal.

Para isso, consuma:

  • alimentos fermentados, como iogurte de leite cru de animais a pasto, além de outros lácteos cultivados como queijo e kefir, kvass e kimchi
  • chucrute, picles e outros vegetais fermentados 

3. Suplemento probiótico

É imperativo tratar a ecologia intestinal com probióticos, pois só assim se recupera a imunidade e consegue-se reduzir a inflamação na mucosa gastrointestinal e consequentes reações alérgicas. Para isso você precisa de um suplemento que atenda as seguintes premissas:

  • tenha no mínimo 200 milhões de CFU (unidade formadora de colônia).
  • resista à acidez gástrica e sucos biliares, chegando no intestino em condições de promover a reparação.
  • um produto que tenha reputação no mercado.
  • obrigatoriamente deve ser à base de Lactobacillus acidophilus.

4. Vitamina D 

Importantíssima para o combate das alergias, inclusive rinite alérgica.    

Cerca de 50% das pessoas são deficientes de vitamina D, o que consequentemente justifica o aumento de alergias ter se tornando tão frequente.

Comparando-se uma amostragem 567 homens idosos, observou-se que os que tinham melhor ecologia intestinal eram os que tinham níveis adequados de vitamina D.

A exposição à luz solar é a melhor maneira de aumentar os níveis de vitamina D, mas há condições que dificultam a sua absorção como:

  • após os 40 anos vai se tornando mais difícil sua assimilação, pois há uma tendência da vitamina D se depositar no tecido gorduroso da pele
  • indivíduos de pele escura 
  • deficiência de cofatores nutricionais como vitamina K, magnésio e cálcio
  • uso de estatinas
  • dietas sem ou com pouca gordura

Portanto, é adequado uma combinação de exposição ao sol e suplementação. Nesse caso, o que a literatura recomenda é entre 5.000 UI a 10.000 UI por dia, especialmente neste caso que estamos comentando sobre alergias.

Lembre-se de sempre ingeri-la com alimentos gordurosos e periodicamente fazer controles para não atingir níveis tóxicos.

A associação com vitamina K2 e magnésio é altamente recomendável.

Mas converse com o seu médico sobre isso.

Supersaúde!

Referências bibliográficas:

  • Environmental Epidemiology, October 2019 – Volume 3 – Issue – p 26.
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