Na próxima vez que alguém começar a matracar sobre como o homem não foi projetado para comer carne, pergunte a ele se sabe o que fazer para se resguardar de falhas cognitivas ao envelhecer.
A resposta certamente não é tofu!
O seu cérebro foi especificamente projetado para funcionar em uma dieta de gorduras e nutrientes que você só pode obter de carne e peixe. E um nutriente em particular é absolutamente vital para um cérebro saudável, afiado e focado.
Uma vez que o seu nível começar a cair, você corre o mais alto risco de debilitação cognitiva, incluindo problemas com a memória, confusão, dificuldade de raciocínio – e até a Doença de Alzheimer.
Segundo estudo recente publicado no Journal Neurology, indivíduos acima de 65 anos com deficiência deste nutriente apresentavam testes cognitivos com notas menores, além de terem volume cerebral menor.
Isso é o que se chama literalmente um encolhimento cerebral, frequentemente o primeiro sinal da doença de Alzheimer!
Como reverter o declínio cognitivo?
Trata-se da vitamina B12. Parece simples, mas se essa deficiência passa desapercebida, e isso ocorre com muita frequência… Imagine: você pode estar sendo tratado para a doença errada!
E quanto mais demorar para se ter esse diagnóstico, mais perigo seu cérebro corre.
Esse estudo revelou que a B12 não só tem o poder de prevenir o declínio cognitivo, mas tem a capacidade de revertê-lo.
Em um estudo randomizado, duplo cego, de placebo controlado, publicado em Plos One, com 271 pessoas de terceira idade que sofriam de uma debilitação cerebral branda. Eles foram acompanhamentos por 2 anos e divididos em 2 grupos pelos pesquisadores britânicos: em um deles administrou-se placebo diário e no outro um suplemento de complexo B (0,5mg de B12, 0,8mg de ácido fólico e 20mg de B6).
No final do estudo, os idosos que receberam as vitaminas B saíram-se 70% melhor nos testes de memória do que aqueles que receberam placebos – e alguns deles até superaram as suas notas iniciais.
Eles ficaram mais velhos… e as suas mentes ficaram MELHORES com a idade, além de taxas menores de encolhimento cerebral.
A deficiência da vitamina B12 pode se manifestar de diversas maneiras, e se você não se cuidar, pode estar realmente tratando a doença errada.
A deficiência que passa desapercebida
Com o passar da idade, as pessoas se tornam mais suscetíveis a apresentarem deficiência de B12, e isso faz com que se pense que acontece só com as pessoas mais idosas. Mas é muito mais comum na população em geral do que se imagina!
A vitamina B12 é essencial para o funcionamento correto dos nervos. Ela ajuda a produzir a mielina, o isolamento em volta das terminações nervosas que permite que elas se comuniquem. Quando a comunicação é interrompida, as funções dos nervos podem ficar prejudicadas, acelerando o envelhecimento.
E os sintomas desse envelhecimento, presente com muita frequência nas pessoas acima dos 65 anos de idade, se confundem com os sintomas da deficiência de B12, como memória fraca, névoa mental, perda de motivação, apatia, oscilações de humor, baixa energia e fraqueza muscular.
Com isso, é muito comum que você reclame ao seu médico e ele poderá entender que a culpa disso é o próprio processo do envelhecimento.
Mas o “envelhecimento” não é o único diagnóstico errado.
Outros sintomas da deficiência são frequentemente ligados a condições muito mais sérias, como Esclerose Múltipla: perda de sensação e formigamento nas mãos e nos pés, a falta de equilíbrio e a perda de controle da bexiga, que podem resultar da falta de B12 em vez desta doença incurável.
Outra condição que também causa confusão, erroneamente diagnosticada como Demência ou Doença de Alzheimer, como confusão, névoa mental e perda de memória, podem na verdade ser deficiência de B12.
Com isso, pode ser que você esteja vivendo com diagnostico errado, e com sentenças vitalícias, sendo que essa condição poderia ter sido 100% revertida.
É uma pena que a maioria dos médicos hoje em dia não conheça os sinais da deficiência de B12. É facilmente diagnosticada, facilmente tratada e mais importante, facilmente revertida.
Infelizmente, já que a maioria dos médicos não lida com deficiências de nutrientes, eles não reconhecem os sinais até que seja tarde demais.
“Tarde demais” pode significar danos cerebrais irreversíveis e anemia. Você pode até acabar de cadeira de rodas pelo resto da sua vida por causa dos danos aos nervos causados pela deficiência de B12.
Se você estiver tentado a fazer um exame de sangue para checar os seus níveis de B12, calma aí, pois há algo que você precisa saber…
O exame de sangue para o nível de B12 é mais ou menos tão confiável quanto um candidato a presidente…
…ele ou ela lhe dirá algo realmente agradável, mas você sabe que não valerá nada, exatamente como quando você faz um exame sangue para a B12.
Há boas chances de ele lhe dizer que o seu nível está ótimo – mas não aceite isto de pronto.
É sabido que os exames de sangue são ruins para determinar precisamente o seu nível de B12.
Não precisamos ir longe para exemplificar isso. No estudo mostrado antes, do Journal Neurology, quatro em cinco marcadores para a B12 eram todos associados aos resultados mais baixos nos testes cognitivos e no encolhimento cerebral – todos exceto o marcador que você pensava ser confiável: o exame padrão de sangue.
Uma forma indireta e mais confiável é dosar o seu nível de homocisteína.
Certamente você associa a homocisteína com assuntos relacionados ao coração, mais um alto nível desse aminoácido implica na velocidade da atrofia do cerebral, pois a deficiência de B12 eleva muito os níveis de homocisteína. Então, se você tiver um alto nível de homocisteína, você sabe que não tem B12 suficiente.
E mesmo que você esteja deficiente em B12, é assintomático. Esse marcador estará bem elevado, pois os níveis normais de homocisteína são abaixo de 10 µmol/litro (micromoles por litro), e o ideal é 7 µmol/litro.
Valores de homocisteína acima de 10 µmol/litro elevam 3 vezes o risco de Doença de Alzheimer, e acima de 15 µmol/litro, elevam 5 vezes esse risco.
Como corrigir a vitamina B12
Procure fazer uma alimentação rica em peixes de águas profundas, laticínios e carne (especialmente as carnes de órgãos), mas de animais criados a pasto.
Além disso, um bom suplemento que contenha vitamina B12 é importante, cuja recomendação mínima é 1.000 mcg / dia, de preferência na forma sub-lingual.
Referências bibliográficas:
- Neurology. September 27, 2011;77(13):1276-82.
- The Journal of Family Practice. July 2007; 56(7): 537-542
- New England Journal of Medicine. February 5, 2009
- National Institutes of Health. February 11, 2016
- The Douglas Report.Dec 2011, vol. 11 nº 8
- Science News. September 27, 2011
- Livro Sinal Verde para a Carne Vermelha. Editora Gaia. 2011