A viscosidade sanguínea é considerada um fator de unificação para o risco de doença cardiovascular. Isso porque ela está correlacionada com todo fator de risco provado, incluindo tabagismo, diabetes tipo 2, síndrome metabólica, hipertensão arterial, LDL colesterol elevado, HDL colesterol baixo e idade. A esses fatores soma-se também o risco elevado nos homens.
Além disso, a viscosidade sanguínea é o único fator capaz de explicar porque as placas de aterosclerose ocorrem repetidamente em certas regiões arteriais do corpo e em outras não, como no caso de lesões de aterosclerose que ocorrem em grandes artérias próximas do coração e cérebro, mais vulneráveis a agressão pela espessura e ação abrasiva no fluxo sanguíneo.
Essa agressão precede uma inflamação arterial e é causada pela elevação da viscosidade sanguínea, o que simplesmente causa o sangue excessivamente espesso.
Um estudo prospectivo analisou durante 12 anos 331 homens de meia idade com pressão arterial elevada após medir a viscosidade sanguínea diastólica. Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com a intensidade de viscosidade. Com isso, os pesquisadores puderam analisar que o grupo com maior índice de viscosidade apresentou três vezes mais mortes cardiovasculares do que os grupos que apresentaram índices menores.
Por isso, avaliar a viscosidade sanguínea é uma forma muito eficiente de se detectar, precocemente, o risco de doenças cardiovasculares.
Um sinal vital para adultos acima de 60 anos
Como parte do “Estudo Longitudinal Baltimore” que trata sobre o envelhecimento, os pesquisadores do Instituto Nacional de Envelhecimento demonstraram que havia uma relação crítica entre viscosidade sanguínea e idade. Observou-se também que não há quase nenhuma associação entre aumento de viscosidade sanguínea e idade até os 60 anos de idade, mas após isso, a viscosidade sanguínea aumenta exponencialmente. Sendo assim, todo cuidado deve ser tomado de forma que se possam prevenir problemas futuros.
É muito comum as pessoas associarem a textura da viscosidade sanguínea com o óleo utilizado em motores de carros. E isso não está errado! Então, aproveitando essa associação, é importante lembrar que o nosso sangue funciona como o óleo que mantém o nosso corpo funcionando e que por isso precisa ter uma viscosidade adequada. Como acontece no seu carro, se o óleo está muito espesso ou fino demais, ele pode levar a danos na máquina e mesmo à pane.
Sangue que é muito grosso ou pegajoso também pode causar problemas com sua fluidez e provocar sérias lesões em seu sistema cardiovascular. Por isso, cuide-se!
Referências Bibliográficas:
– Ajmani R.S Et Al. Hemodynamic changes during aging associated with cerebral blood flow and impaired cognitive function. Neurobiol Aging. 2000 Mar-Apr, (2):257-69
– Ciuffetti G, et al. Prognostic impacto f low sttear whole blood viscosity in hypertensive men. Eur J Clin Invest. 2005 Feb; 35(2): 93-8