O folato (vitamina B9) é essencial durante a gravidez, algo que já virou uma ação clássica desde 1990, quando passou a ser indicação oficial dos órgãos de saúde, na dosagem de 400 mcg de ácido fólico, para reduzir o risco de defeito do tubo neural nos bebês.
Apesar de não haver risco de associação de muito folato dos alimentos, o mesmo não ocorre com o ácido fólico, a versão sintética desse nutriente.
Enquanto essa fortificação dos alimentos e suplementação de ácido fólico na gestação, reduziu o aparecimento de defeito do tubo neural, outro problema começou a aparecer com o risco acima de 1 mg/dia.
Houve o aparecimento de manifestações de comportamento como no autismo destas crianças.
Portanto, neste caso a suplementação dessa forma sintética, quanto maior a dosagem, na verdade não trouxe melhores resultados, mas sim aumento de outro risco de comprometimento de desenvolvimento cerebral.
Isso ocorria especialmente quando além do excesso de ácido fólico, havia concomitantemente deficiência de vitamina B12, aumentando o risco de neuro desenvolvimento do bebê.
Isso ficou bem claro quando pesquisadores da U C Davis, através de um coautor do estudo, Konstantinos Zarbalis, comentou:
“Com altos níveis de ácido fólico ou deficiência de B12, houve uma mudança no desenvolvimento neural. Neurônios corticais que geralmente emergem durante um estágio posterior do desenvolvimento cerebral foram produzidos por um período de tempo mais longo e exigiram um período mais longo para se estabelecerem e assumirem sua posição adequada no cérebro em desenvolvimento. Além disso, tanto o alto nível de ácido fólico quanto a deficiência de B12 parecem fazer com que muitos neurônios desenvolvam menos interconexões.”
Em outubro de 2024, uma publicação no Environmental Health Perspectives Journal, observou que a suplementação com ácido fólico, a versão sintética do folato durante a gravidez, ajudava a atenuar os efeitos neuro tóxicos do chumbo.
Observaram também que as gestantes que não usavam a dosagem correta do folato, tiveram maior concentração de chumbo no sangue comprometendo os escores na escala de capacidade de resposta social, um instrumento que avalia o comportamento como do Autista nas crianças, nascidas dessas mães.
Os autores do estudo observaram que:
“A associação entre exposição gestacional ao chumbo e comportamentos autistas em crianças em idade pré-escolar foi mais forte quando as concentrações plasmáticas totais de folato gestacional ou a suplementação de ácido fólico foram menores”, disseram os autores do estudo.
“Os benefícios da suplementação pré-natal de ácido fólico para reduzir o risco de um defeito do tubo neural são bem documentados, e nossos resultados sugerem que a suplementação de ácido fólico durante a gravidez pode ter benefícios adicionais na mitigação dos efeitos da exposição ao chumbo.”
E essa associação entre autismo e exposição a metais pesados e pesticidas já é bem documentada de acordo com estudos anteriores.
Portanto, a gestação que não tem níveis adequados de folato, tem forte possibilidade desses efeitos desfavoráveis no seu bebê.
Os autores concluíram:
“Nosso trabalho se baseia em um conjunto de pesquisas que sugere que o folato pode ser útil para mitigar os efeitos neurotóxicos de produtos químicos” 7
Folato natural é a solução
O adequado portanto é usar o folato na forma de ácido folinico, que na mesma dosagem do ácido fólico não gera nenhum efeito adverso a nível cerebral.
A razão é que o ácido folinico é a forma encontrada nos alimentos, e quando ingerida, fica na forma ativa do folato.
Veja os alimentos ricos em folato:
– Aspargos, couve de Bruxelas, brócolis, espinafre e outros vegetais verde escuro.
– Feijões, bananas, limão, laranja, melão e morango.
Além disso, manter o nível adequado de vitamina B12, que é encontrado exclusivamente em animais.
Segundo a Unicef e Pure Earth, cerca de 33% das crianças hoje em dia tem alto grau de chumbo, o que tem efeito neuro tóxico causando:
– Redução de QI
– Redução da capacidade de atenção
– Maior risco de serem violentadas e comportamento criminal na idade adulta
Promove também danos em outros órgãos como: coração, pulmão, rins e sistema nervoso.
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Referências bibliográficas:
– Mayo Clinic, Folate (folic acid)
– Environmental Health Perspectives, October 16, 2024, Volume 132, Issue 10, Methods
– Environmental Health Perspectives, October 16, 2024, Volume 132, Issue 10, Conclusion
– News-Medical.Net, October 16, 2024
– U.S. CDC, Folic Acid: Sources and Recommended Intake
– Communications Biology, 2023, volume 6, Article number: 1133
– UC Davis Health, January 4, 2024
– Cochrane Database Syst Rev. 2013 May 31;2013(5):CD000951
– Pure Earth, Detail in New Report: The Toxic Truth
– Pure Earth, The Toxic Truth, Executive Summary
– World Health Organization, September 27, 2024