O mel é o resultado de um trabalho impressionante, exemplo de eficiência e de coletividade. Para você ter uma ideia, são necessárias cerca de 60 mil abelhas, que viajam por uma área de quase 100 km visitando aproximadamente 2 milhões de flores… Tudo isso para produzir 500g de mel!
Ele é uma associação de açúcar, elementos traços, minerais, vitaminas, aminoácidos e enzimas. Era usado muito frequentemente antes do açúcar se tornar de fácil acesso, no século 16. Quais seriam suas outras utilidades, além, é claro, de servir para adoçar?
1 – No tratamento de feridas
O mel foi usado no começo do século passado no tratamento de feridas, e caiu em desuso com o advento da Penicilina. Porém, atualmente vem ganhando popularidade para essa função, no objetivo de combater infecções sérias de pele.
Ele é ideal para tratar feridas, pois age como antioxidante, antifúngico e antibacteriano. Libera peróxido de hidrogênio através de um processo enzimático, o que explica suas qualidades antissépticas, mas vale lembrar: o mel não deve ser processado.
Segundo estudo, quase 100% dos indivíduos que tratavam úlceras tiveram remissão da ferida usando-o de forma tópica.
2 – Herpes
A aplicação tópica do mel traz excelentes benefícios na remissão das lesões herpéticas:
- reduz líquido da lesão, que é o componente que pode transmitir o vírus para outras áreas ou outras pessoas;
- suprime o crescimento de microorganismos;
- no contato do mel com a ferida, há naturalmente uma liberação de peróxido de hidrogênio pela presença da enzima glucose oxidase (o mesmo que acontece quando você usa a água oxigenada – clique aqui para ler um post exclusivo sobre isso).
Num estudo que comparou o uso de mel ao aciclovir (agente antiviral) no local da herpes, o mel apresentou melhores resultados. No caso do herpes labial, ele foi 43% melhor e no caso do herpes genital foi 59% mais eficiente.
As dores e coceira também foram mais inibidas com o mel e uma pequena porcentagem de pacientes teve remissão completa da lesão. Vale lembrar que tanto o mel quanto o aciclovir não curam a herpes, apenas tratam os sintomas.
3 – Tosse
Muitas culturas ao redor do mundo usam o mel para o alívio da tosse. Na verdade, a Organização Mundial de Saúde já sugeriu o seu uso para esse propósito, uma vez que ele não causa os efeitos colaterais que são associados a muitos dos remédios para tosse vendidos sem prescrição. (Para saber mais, clique aqui para ler o artigo “Mel é melhor que xarope para tosse” .
4 – Alergias
O mel é muito eficiente na eliminação de reações alérgicas, e os estudos mostram que se ele é colhido na região aonde se vive – o mais próximo possível – maior é a sua eficiência. Ele ativa o seu sistema imunológico e promove com o passar do tempo um ganho imunológico natural.
Use 1 colher por dia, cerca de 1 mês antes das épocas de mais reações alérgicas, como a época da liberação dos pólens e de inverno.
Segundo estudos, isso promove:
- redução de 60% dos sintomas
- redução de 70% de sintomas severos
- redução de 50% do uso de anti-histaminico
5 – Mel e energia
O mel é excelente como gerador de energia rápida, sendo indicado para atletas, antes e depois dos treinos.
6 – Dermatite seborreica (caspas)
Diluir mel com água morna tem mostrado significante melhora nestes casos. Em um estudo, ele foi usado dessa forma por 4 semanas em dias alternados, com significante melhora.
7 – Produtos de higiene pessoal
Além das suas propriedades antimicrobianas, o mel é um produto umectante, ideal para o tratamento capilar. Pode fazer parte de shampoos, hidratantes e condicionadores, como na sugestão abaixo:
- condicionador de cabelo: misture ½ copo de mel com ¼ de copo de óleo de oliva. Coloque uma pequena quantidade no couro cabeludo, até criar uma película no cabelo. Em seguida, cubra o couro cabeludo com uma touca de banho por 30 minutos. Após, use o seu shampoo e o condicionador.
Nem todo mel é criado igual
A atividade antibacteriana em alguns méis é cerca de 100 vezes mais potente do que outros. Os produtos processados e refinados pecam pela ausência das propriedades medicinais, pois neles são removidas as partículas microscópicas provenientes de dentro da flor, que fariam o néctar ser reprovado os padrões de qualidade definidos pela maioria das agências de segurança alimentar do mundo. Porém, sem estes, não há como determinar a origem do mel, se é de fonte legítima e segura.
Quando for escolher, procure um produto natural, cru, não filtrado, 100% puro e de fonte confiável.
Advertência
Atenção: evite mel de áreas próximas a monoculturas, como plantações de milho, soja, cana etc. Como esses cultivos têm alta concentração de pesticidas, as abelhas e consequentemente o mel podem ficar contaminados. Outro detalhe importante: apesar de ter diversos benefícios para a saúde, deve ser consumido com moderação, por conter grande quantidade de frutose.
Referências bibliográficas:
- International Journal of Lower Extremity Wounds, 2006:5;40
- Otolaryngology Head Neck Surgery, July 2009;141(1):114-8
- Scientific American January 31, 2012
- Medical Science Monitor 10(8):MT94-98; August 2004
- Eur J Med Res. 2001 Jul 30;6(7):306-8.
- Int Arch Allergy Immunol. 2011;155:160–166.