O que não querem que você saiba: tratamentos para a azia podem ser fatais

homem de meia idade com azia recebendo ajuda de sua filha

Os inibidores da bomba de prótons (IBP’s) são aqueles medicamentos antiácidos, indicados para azia, má-digestão etc. O grande problema é que, hoje em dia, se você assistir TV o suficiente, vai acreditar que pode comer tudo o que quiser, desde que tenha à mão um frasco de IBP.

Bem, com sorte esta linha de pensamento está prestes a acabar. Um relatório recente sobre cinco estudos, que aparece nos Arquivos da Medicina Generalista, tem notícias que eu espero que possam (finalmente) acabar com a festa dos IBP’s.  Final da história?  Os inibidores da bomba de prótons podem causar efeitos colaterais sérios!

Um dos estudos acompanhou 161.806 mulheres entre 50 e 79 anos por oito anos.  Os pesquisadores descobriram que as mulheres que tomavam as drogas estavam com maior risco para fraturas, especialmente da coluna e do pulso.

Dois dos estudos desvendaram uma ligação entre os IBP’s e uma infecção bacteriana fatal.  Um deles descobriu um aumento de 74% nos casos de infecção com a Clostridium difficile, uma causa de diarreia às vezes fatal, entre pessoas que tomavam os IBPs diariamente.

O Dr. Mitchell Katz, diretor do Departamento de Saúde Pública de San Francisco, deixou cair uma bomba especialmente grande em cima dos IBPs, dizendo que 60 a 70% das pessoas que os tomam provavelmente não precisam deles.

Então é isto, certo?  Chega de IBP’s?

Bem, não sejamos tão apressados!  Não queremos que ninguém tenha a ideia errada aqui — só porque uma droga aumenta o risco de fraturas e talvez cause infecções bacterianas fatais não é razão suficiente para parar de tomá-la!

Afinal, a assessoria da maioria se apressa em dizer que “as drogas são de grande ajuda para os pacientes certos.”

Diz-se que a resposta está no “uso apropriado.”  E o que isto significa exatamente?  É meio difícil de saber quando os comerciais estão me dizendo que devo engolir uma pílula toda vez que sinto os efeitos de uma refeição bem condimentada.

Desculpem-me, amigos, mas por mais que vocês tentem disfarçar os perigos aqui, simplesmente isso não está funcionando.  Quaisquer palavras negativas sobre estas drogas são palavras negativas contra as vendas de US$ 13,9 bilhões por ano, amealhados pelas companhias que as vendem.  É bastante óbvio que elas não vão desistir sem uma briga.

Mas isto não quer dizer que nós temos que ficar sentados esperando a maioria ficar mais esperta.

Especialmente quando há evidências bastante convincentes que estas drogas na verdade CONTRIBUAM para o problema da azia e outros males estomacais.

Fique atento! Converse com seu médico!

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Referências bibliográficas:

  • “Over use of heart burn drugs is risky: study,” (“Uso exagerado de drogas para azia é arriscado: estudo”) Reuters (www.reuters.com)
  • “Are too many people taking heartburn drugs?,” (“Pessoas demais estão tomando drogas para azia?”) CNN (www.cnn.com)
  • FDA May 25, 2010
  • Archives of Internal Medicine May 10, 2010; 170(9):772-8
  • Molecular Nutrition & Food Research Mar 2007, 51(3):324-32
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