Muito antes da ciência, os homens dos primórdios já procuravam por um alimento ideal, que pudesse ter alto poder energético e com propriedades curativas. Será que o TCM, oculto nos cocos, sempre foi a resposta?
Evolução biológica do cocos nucifera
Na maioria da expansão humana nos úmidos trópicos, o homem se deparou com os coqueiros em subespécies, uma delas nas regiões dos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico.
Tornou-se uma fonte de água e alimento, permitindo aos viajantes humanos que fizessem suas longas viagens nas rotas de colonização nessas áreas.
O coco hoje é usado com diversos objetivos, como fonte de energia, bebida, fibra, material de construção, carvão e óleo (usado na cozinha, farmacêutica, aplicação industrial e biocombustível).
E agora ele parece mais interligado com a saúde humana, como óleo para cozinhar, rico em triglicérides de cadeia média.
As qualidades únicas dos TCMs
Ao contrário da maioria dos óleos de cozinha, o TCM é extremamente estável, pois não se torna oxidado.
Retirando-se o ácido palmítico e outros elementos negativos presentes no óleo de coco, a extração permite isolar somente os TCMs.
Nessa produção final, ficam somente o ácido caprílico (cadeia de 8 carbonos) e o ácido cáprico (cadeia de 10 carbonos), numa proporção de aproximadamente 2 para 1.
Revisão da literatura sobre TCM
Uma revisão sistemática da influência do uso dietético dos TCMs na composição corpórea, expedição de energia e saciedade foi conduzida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e publicada.
Os achados confirmam que os TCMs são rapidamente metabolizados e não se depositam no tecido adiposo, sendo um possível aliado para o controle de peso.
Além disso, para analisar a influência do consumo dos TCMs em saciedade, composição corpórea e expedição de energia, a revisão da literatura foi feita através de estudos clínicos controlados reportados no PubMed e Elsevier, entre o ano de 2000 e 2010.
Foram selecionados 14 artigos com usos de curta e longa duração, observando-se que:
- 6 mostraram redução em índice de massa corpórea em consequência da perda de gorduras.
- 1 mostrou efeito positivo em saciedade.
- 4 mostraram um aumento de expedição de energia.
Apesar dos achados dos pesquisadores, não se avaliaram todos os estudos clínicos encontrados no PubMed e Elsevier e muitos outros estudos seguros. Foram resumidos alguns dos mais significativos, confirmando que o uso de TCMs pode agora ser considerado um importante apoio nutricional no arsenal da nutrição contra a obesidade. Ele:
- altera a composição corpórea
- aumenta a expedição de energia
- ajuda no controle de apetite
- aumenta a saciedade
- diminui a necessidade de ingesta alimentar nas refeições do dia
- induz termogênese
- protege de deposição de gordura no fígado
- melhora rendimento no exercício
- aumento da memória, pois melhora a performance cognitiva
- ajuda a estabilizar ondas cerebrais
- controla bactérias desfavoráveis, vírus e fungos no organismo
- metaboliza sem precisar de bile, com isso promove descanso para a vesícula biliar
- mantém o nível de LDL colesterol
- aumenta o nível de HDL colesterol
- tem baixa concentração calórica (8,7 calorias por grama)
- melhora a absorção de vitamina E, cálcio e magnésio
TCMs são a melhor gordura?
Existem muitas gorduras boas como, ômega 3 (de preferência de um bom óleo de peixe ou krill), monoinsaturados (como óleo de oliva) e algumas gorduras saturadas (aonde se inclui o TCM).
O segredo de saúde é mantê-los em proporções adequadas.
Claro que essa dosagem varia de acordo com os objetivos, a quantidade de exercício, com ou sem desgaste mental e muitos outros fatores.
A American Heart Association recomenda limite de 30% de gordura no total de calorias ingeridos. Outros estudos mais atuais apontam bem mais, entre 60 e 80% de gordura.
O TCM, além do mais, é um elemento delicioso e saudável para a sua dieta, e lembre-se… Ele não é convertido em gordura corpórea porque é rapidamente consumido como energia. E os estudos indicam que o TCM não aumenta o colesterol sérico, aliás melhora a relação de risco LDL/HDL, um confiável parâmetro de saúde e risco cardíaco. Eis
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