Deixe eu lhe fazer uma pergunta… Alguma vez você já ouviu falar do tálio? Calma, já vou explicar…
Saber separar o que é nutriente e tóxico é algo muitas vezes arbitrário. No mundo atual, muitas vezes nos deparamos com um alimento riquíssimo em nutrientes, com importantes indicações para a saúde, mas pelo mundo poluído e agredido especialmente por metais tóxicos, acaba-se colocando o “saudável” em alerta.
Os metais tóxicos, que estão entre os venenos mais conhecidos do homem, provêm de diversas fontes como ar, água, solo e alimentos.
E a presença destes no nosso corpo, geram, potencializam ou simulam doenças.
Quero comentar com vocês sobre um metal altamente tóxico que não tem função fisiológica, que é mais tóxico para os seres humanos do que o mercúrio, o cádmio ou o chumbo, e que está cada vez mais predominante no ambiente.
Trata-se do tálio…
Estamos nos contaminando pela exposição direta, a poeira de cimento, tabagismo, combustão de alguns tipos de carvão,práticas industriais modernas e irrigação das culturas.
Infelizmente, há uma onipresença induzida pelo homem de mais esse metal tóxico que tem grande potencial para diminuir a saúde e o bem-estar.
O tálio provoca efeitos neurotóxicos, uma vez que inibe a síntese de DNA e proteínas, liga grupos sulfidrila a proteínas de neurônios e mitocôndrias, prejudica a produção de ATP e concorre com o potássio.
Acumula-se nos tecidos com alto teor de potássio, como o músculo esquelético e cardíaco, e os sistemas nervoso central e periférico.
Sinais e sintomas de toxicidade
A toxicidade do tálio pode manifestar-se como alopecia areata, fadiga, dores de cabeça, depressão, insônia, ataxia, neuropatia, distúrbios da visão, psicoses, perda de apetite e / ou peso, arritmias cardíacas, dor semelhante à angina, hipertensão e pulso irregular.
Fontes alimentares de contaminação por tálio
A maior exposição ao tálio é dos alimentos.
Legumes mais contaminados com tálio são os vegetais folhosos verde-escuros. Como exemplo temos espinafre, couve, repolho e alfaces, que assimilam o tálio do solo.
Também foi detectado em vitaminas pré-natais, e os médicos devem estar cientes de que o metal neurotóxico atravessa prontamente a placenta para o feto em desenvolvimento.
A questão da saúde humana parece estar relacionada predominantemente à exposição crônica a baixas doses por meio de fontes de ar, água e alimentos ao longo do tempo, ao contrário da exposição aguda a altas doses.
As populações mais vulneráveis do ponto de vista neurológico, como mulheres grávidas, bebês e crianças, são mais preocupantes e merecem mais consideração.
Atualmente se valoriza muito o consumo desses vegetais folhosos verde-escuros como sendo saudáveis devido ao seu conteúdo mineral e folato, sem se ter a noção destas contaminações.
Porém, os riscos para a saúde da exposição ao tálio devem ser pesados em relação aos benefícios.
E os médicos devem estar cientes do potencial neurotóxico do tálio, educando seus pacientes para evitarem o máximo sua exposição, e assim beneficiar a suade humana de forma geral.
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Referências bibliográficas:
- Ind J Occup Environ Med. 2005; 9:53-55
- Environ Int. 2005 May;31(4):493-501
- Toxicology Reports. 2018 March
- Livro: Prevenção: A Medicina do Século XXI. Editora Gaia