Dieta saudável precisa de gordura

Não é de hoje que as gorduras estão na mira dos especialistas em saúde, especialmente a saturada. Acreditava-se que induziam aumento de peso, doenças cardiovasculares e diabetes. Rea-bilitada por pesquisas que afirmam seu insignificante papel em eventos desse tipo, a gordura saturada chegou à glória quando, recentemente, o American Journal of Clinical Nutrition admitiu não ser possível uma nutrição adequada sem sua participação. Inclua gordura normalmente na alimentação. Prefira óleos vegetais como os de oliva extra-virgem, de coco ou de linhaça não refinado. Para frituras ocasionais, o mais indicado é usar gordura animal. Evite as hidrogenadas e os óleos poliinsaturados.Saturada de boas coisas

Gordura de coco

Para cozinhar, não há nada melhor. É estável sob altas temperaturas, ajuda a manter o peso, diminui o colesterol e protege contra doenças cardiovasculares.Esqueça tudo o que você já ouviu ou leu de ruim sobre gorduras saturadas. O óleo de coco é campeão nessas gorduras mas tem ótimo desempenho na cozinha por ser pouco suscetível a alterações quando aquecido. Nem mesmo o óleo de oliva, monoinsaturado louvado como the best, resiste ao confronto. Saudável e saboroso, deve fazer parte da alimentação, sim, desde que não seja aquecido. Neste caso, produz o ácido oléico, que tem sido relacionado com aumento de risco de câncer de mama e doenças cardíacas. Os piores óleos para cozinhar são os polinsaturados, como os de milho, soja, girassol e canola, que apresentam as famigeradas gorduras trans geradas pelo processo de hidrogenação. Essas gorduras, está mais que provado, abrem espaço para doenças crônicas como câncer de mama e problemas cardiovasculares.

Um óleo muito rico

Embora rejeitado por algumas correntes, pelo alto teor de gordura saturada, o óleo de coco é uma opção saudável para o preparo de alimentos.O rico em gorduras saturadas, o óleo de coco foi banido das chamadas dietas saudáveis porque, em tese, favoreceria o bloqueio de artérias e o risco de doenças coronarianas. A evolução das pesquisas, porém, vem mostrando que uma alimentação pobre em gorduras não é a resposta para prevenir problemas cardiovasculares. E, embora a mídia insista em dar voz a uma mania antigordura, muitos cientistas já começam a cobrar a definição de novas diretrizes alimentares. Nesse novo cenário, o óleo de coco tem tudo para sair da posição de vilão diretamente para o papel de herói. Motivos não faltam. Suas altas concentrações de ácido láurico, por exemplo, têm efeito antiviral, antibacteriano e antifúngico. Ele também é rico em vitamina e e possui um poderoso efeito antioxidante. Além disso, conserva-se por longos períodos, sem necessidade de refrigeração ou de outros cuidados especiais. Mas… e a gordura saturada? De fato, o óleo de coco é pródigo nessa substância, mas quase 2/3 de sua gordura saturada é composto por ácidos graxos de cadeia média – os mesmos do leite materno. Significa que ela é de fácil digestão pelo organismo, gera energia rapidamente e tem efeito benéfico sobre o sistema imunológico. Portanto, longe de prejudicar o organismo, a gordura saturada do óleo de coco é uma promotora da saúde. Além de motivos mercadológicos, o conceito negativo que se criou em torno do óleo de coco tem a ver com pesquisas realizadas com gordura de coco hidrogenada – esta, sim, tremendamente nociva. Como todo óleo que passa por processo de hidrogenação (o mesmo usado para a produção das margarinas), também o de coco torna-se rico em gorduras trans, que causam oxidação e prejudicam o equilíbrio entre o bom e o mau colesterol. Para usufruir dos seus benefícios, portanto, é preciso saber escolher. Na hora de comprar, certifique-se de que está adquirindo um óleo de origem orgânica e extraído a frio – do tipo “virgem”. Dispense produtos refinados e que tenham passado por processo de desodorização. No mercado nacional, pode ser difícil encontrar um produto com as melhores características, mas vale a pena procurar em lojas de produtos naturais e grandes supermercados.