Muitas pessoas consideram o SPF (fator de proteção solar) a referência na decisão sobre qual protetor solar comprar, apesar do fato de que pouquíssimos sabem o que SPF significa. A maioria das pessoas acredita que SPF 30 oferece o dobro de proteção do que o SPF 15. Parece óbvio, não é mesmo? Mas isso é falso, pois a diferença real de proteção é muito pequena, cerca de 4%.
Na verdade, esses protetores são efetivos contra UVB, que é a principal causa de queimaduras solares, e são classificados de acordo com o nível de proteção solar ou SPF:
- SPF 15 Bloqueia 93% da radiação UVB
- SPF 30 Bloqueia 97% da radiação UVB
- SPF 50 Bloqueia 98% da radiação UVB
- SPF 100 Bloqueia 99% da radiação UVB
Enquanto o SPF age absorvendo, refletindo ou disseminando os raios solares na sua pele, sua proteção não é linear e não fornece grande vantagem de proteção em níveis altos.
SPF só protege radiação UVB e não UVA
O SPF só protege de radiação UVB, que é a que produz vitamina D. Os UVA, os mais perigosos, ficam sem proteção, o que causa lesão de pele, envelhecimento e maior risco de câncer! De acordo com o Dr. Steven Q. Wang, diretor do Dermatologic Surgery at Memorial Sloan – Kettering Cancer Center em Basking Ridge, New Jersey:
“Indivíduos que aplicam SPF alto podem não se queimar (UVB é a causa principal), mas sem ingredientes de proteção UVA, podem estar recebendo grandes quantidades de radiação lesiva para a pele”.
Com isso, fazem mais mal que bem. A quantidade de protetor solar, intensidade da luz solar, suor, banho de piscina ou mar, podem afetar quanto de proteção você está realmente recebendo. O que ocorre é que as pessoas ficam mais ao sol quando usam protetor SPF, ficando com maior risco de exposição excessiva.
Protetores solares conhecidos causam câncer de pele
O que se ouve diariamente é que se deve usar protetor solar em adultos e crianças para prevenção de câncer de pele, mas além do uso exclusivo como protetor de rugas, o uso do protetor solar na verdade NÃO o protege de câncer de pele, e em alguns casos até aumenta o seu risco.
Veja agora 2 exemplos bem comuns no nosso dia a dia:
- Protetor contendo vitamina A – apesar de parecer que pode ser benéfico para a pele pela presença desse antioxidante, entretanto, retinyl palmitato, uma forma de vitamina A, tem se mostrado indutor de lesões e câncer de pele, quando aplicado topicamente e exposto à luz solar. Mesmo com FDA estudando a sua retirada do mercado, ele ainda está presente em diversos produtos, apesar dos estudos já serem bem conclusivos. A recomendação é que se evite esse tipo de produto contendo vitamina A, retinyl palmitato, retinol, retinyl acetato, retinyl linoleato e ácido retinóico.
- Oxibenzona – um ingrediente bem popular nos protetores solares, acredita-se que cause alteração hormonal e lesão celular que pode provocar câncer. Essa alteração hormonal age como se fosse estrógeno no seu corpo, alterando a produção de espermatozoides em animais e endometriose nas mulheres. Apresenta altas taxas de reação alérgica na pele. Como existem alternativas mais seguras, deve se evitar esse tipo de produto!
Portanto, preste muita atenção no filtro solar que você vai usar neste verão. Sei que a intenção é boa, mas nem sempre temos os benefícios que esperamos!
Referências bibliográficas:
- Cancer.org. 30 May 2016
- American Academy of Dermatology. 30 May 2016
- CNN. 30 May 2016