Ao proclamar que a gordura saturada é má e que os carboidratos são os salvadores, a USDA deu um golpe mortal. Esse foi o pior conselho sobre nutrição já visto nos últimos 40 anos.
Graças à crença das pessoas nesse absurdo, olha só aonde chegamos. Desde esse anúncio, a obesidade dobrou, a diabete triplicou e a doença cardíaca é a causa número um de morte.
Mas, recentemente o American Journal of Clinical Nutrition publicou uma análise de estudos múltiplos (alguns durando de 5 a 23 anos e envolvendo mais que 350 mil pessoas) nos quais os autores fizeram uma afirmação chocante:
“Não há NENHUMA ASSOCIAÇÃO entre a quantidade de gordura saturada consumida e o risco de doença cardíaca”.
Reforçando: NENHUMA ASSOCIAÇÃO.
E essa ideia de que a gordura saturada é ruim para o seu coração? “Esta ideia é baseada, em grande parte, em extrapolações que não são apoiadas em dados”, disse Ronald M. Krauss, diretor da pesquisa sobre aterosclerose no Children’s Hospital Oakland Research Institute e supervisor do estudo recentemente publicado no AJCN.
Finalmente, um cientista disposto a dizer que a pirâmide de alimentação inteira da USDA é baseada em nada mais do que em “extrapolações”. Sem dúvida essas afirmações são altamente influenciadas pelos dólares da Grande Indústria do Açúcar.
Outro estudo publicado no New England Journal of Medicine teve resultados semelhantes. Os pesquisadores colocaram 322 pessoas moderadamente gordas em três dietas diferentes: uma de baixa gordura e calorias restritas que seguia as diretrizes da American Heart Association; a dieta mediterrânea, rica em frutas e vegetais e carne vermelha diariamente (1 porção); e uma dieta coma-quantas-calorias-você-quiser, baixa em carboidratos.
Tenho certeza de que você sabe para onde isso está indo, mas vou te dar explicadinho mesmo assim. Depois de dois anos, o grupo de baixos carboidratos (ou seja, o grupo que comeu mais gordura saturada) tinha a mais saudável proporção de bom colesterol para mau colesterol e como bônus, seus integrantes perderam o dobro de peso dos outros grupos.
E, para colocar o último prego no caixão dos carboidratos, um estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology descobriu que as mulheres de sobrepeso que comiam a maior carga glicêmica (vs. aquelas que comiam a mínima) eram 79% mais propensas a desenvolver doenças vasculares coronárias.
Tudo isso faz muito sentido! Afinal, os carboidratos que têm um índice glicêmico alto (aqueles que são fáceis de digerir e absorver) fazem os seus níveis glicêmicos sanguíneos flutuarem, o que pode estimular a produção de gordura e a inflamação, aumentar o número de calorias que você consome e abaixar a sensibilidade à insulina.
O diretor do programa de obesidade no Children’s Hospital Boston, David Ludwig, disse: “se você reduzir a gordura saturada e a substitui por carboidratos de alto índice glicêmico, você pode só não obter benefícios, como estará causando danos à sua saúde”.
Caro David, você está no caminho certo, mas pode tratar de esquecer de usar palavras como talvez e pode. Não se iluda! Consumir muitos carboidratos te LEVARÁ a ter problemas de saúde, sem “talvez”, “pode” ou “provavelmente”.
E vale lembrar que a gordura não te engorda!
[divider]
Referências bibliográficas:
- Nourishing Traditions: The Cookbook that Challenges Politically Correct Nutrition and the Diet Dictocrats by Sally Fallon with Mary G. Enig, PhD (NewTrends Publishing 2000.
- American Journal of Clinical Nutrition 91: 502-509; January 20, 2010
- Livro Sinal Verde para a Carne Vermelha, Editora Gaia; 2011