Lembrando de uma velha expressão, clássica, de conselho de mães para suas filhas:
“Você ganha o coração de um homem através do estômago dele”.
Imagino o que esteja pensando, mas não é este o caso, ao menos da maneira como pode estar imaginando…
Os estudos modernos confirmam essa velha expressão, mas em outro plano.
Nestes últimos 70 anos, temos ouvido o “mantra” de que gordura saturada faz mal, colesterol alto é a causa das doenças cardíacas e a solução para a saúde é uma dieta virtualmente zero de gordura.
Nada poderia estar mais distante do que os estudos mostram, pois o que se observa é que pessoas com colesterol baixo têm quase duas vezes mais ataques cardíacos do que aquelas com colesterol alto.
Isso quem está dizendo são os pesquisadores do Departamento de Medicina Cardiovascular de Yale, que através observaram este fato através de um extenso ensaio clínico.
Já uma meta análise revisional de 72 estudos diferentes feita por equipe da Universidade de Cambridge não encontrou nenhuma evidência que suporte que doenças cardíacas são causadas por gordura e colesterol.
Hoje se sabe que o grande vilão se chama inflamação silenciosa…
E os causadores disso são:
- aumento do consumo de alimentos refinados, industrializados e açúcares
- aumento do consumo de óleos vegetais baratos (óleos poli-insaturados)
- aumento do consumo de frutose (xarope de milho e frutas)
- desequilíbrio ômega 3 e ômega 6
Como se não bastasse, esse erro nutricional pró-inflamatório ainda causa um desequilíbrio de ecologia intestinal, gerando inflamação da mucosa, que se torna porosa, permitindo que bactérias desfavoráveis entrem na circulação e avancem até o coração…
Com isso as células cardíacas se tornam inflamadas, comprometendo o fluxo sanguíneo, podendo até gerar obstruções arteriais, os causadores de ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e derrame.
Por outro lado, pesquisas da Cleveland Clinic mostram que a aterosclerose está diretamente ligada à TMAO, uma substância química intestinal que aumenta quando o intestino está com disbiose, inflamado e com alto grau de estresse oxidativo.
E quanto mais altos os níveis de TMAO, maiores as probabilidades de se apresentar problemas cardiovasculares graves.
Para proteger seu coração, neste caso, consuma:
- gorduras boas (azeite, óleo de coco, abacate, manteiga, ghee e ômega-3) em abundância
- proteínas em moderação, provenientes de carne de gado, vísceras e miúdos, laticínios e ovos de animais criados a pasto.
- carboidrato virtualmente zero (alimentos refinados, grãos, legumes e vegetais ricos em amido). Saiba que você não precisa deles, pois seu corpo pode produzir carboidrato que necessita a partir de gordura e proteína.
- alimentos prebióticos, um tipo especial de fibra não digerível. Agem alimentando seus probióticos para que eles possam fazer seu trabalho. Bons exemplos são: bananas, espargos, cebola, alho, alho-poró e alcachofra de Jerusalém.
- alimentos probióticos. São culturas de boas bactérias vivas que promovem a recolonização de bactérias saudáveis e expulsam as ruins. Fica como sugestão os fermentados como chucrute fresco, kefir, kvass e kimchi e laticínios cultivados.
Suplementação probiótica
É imprescindível nos dias atuais o uso de suplementos probióticos.
- procure um que contenha especialmente Lactobacillus acidophilus e, que garanta 200 milhões de CFUs (unidades formadoras de colônia).
O produto precisa ser confiável para que essas bactérias vivas chegarem ao cólon ainda eficazes, pois mais de 40% desses produtos não se mostram eficientes nos testes. Cuide da sua ecologia intestinal e tenha uma Supersaúde!
–
Referências bibliográficas:
- JAMA. 1994;272(17):1335-1340.
- Ann Intern Med. 2014;160(6):398-406.
- Harvard Heart Letter. June 2018.
- www.drrondo.com/probioticos-papel-crucial-na-sua-saude/
- www.drrondo.com/bacterias-boas-aliadas-saude/
- www.drrondo.com/bacterias-intestinais-boas/