Olha só que coisa curiosa… Alguns pesquisadores do Reino Unido acabam de afirmar algo intrigante. Eles dizem que algumas pessoas são viciadas em tomar sol! Dá pra acreditar?
À primeira vista essa história parece não fazer muito sentido. Como alguém poderia ser viciado em sol? Será que eles estão falando daquelas pessoas que passam o dia todo na praia?
Para entender essa situação inusitada, vamos dar uma olhada na pesquisa. Primeiro, os cientistas do King’s College London analisaram 2500 gêmeos e a intensidade com que estes gostavam de ficar ao sol.
Eles descobriram que gêmeos idênticos, ou seja, que compartilham do mesmo material genético, tinham comportamentos semelhantes de busca pelo sol. Não era o mesmo caso dos gêmeos não idênticos, o que demonstra que a genética tinha alguma influência nisso.
Depois, os pesquisadores avaliaram os dados de nada mais nada menos que 260 mil pessoas, identificando que 5 genes seriam os responsáveis pelo “vício” de sol. Seriam os mesmos genes relacionados a outros tipos de vício, como consumo de cigarros e álcool em excesso.
Resumindo: por terem os tais genes, essas pessoas poderiam apresentar também uma tendência a se expor de forma prejudicial ao sol, ou seja, ficando longos períodos a mais do que o necessário – ou até buscando o bronzeamento artificial, algo realmente nada recomendável!
O Dr. Mario Falchi, autor do estudo, comenta:
“Nossos resultados sugerem que combater a exposição excessiva ao sol ou o uso de camas de bronzeamento pode ser mais desafiador do que o esperado, pois é influenciado por fatores genéticos.
É importante que o público esteja ciente disso essa predisposição, pois pode tornar as pessoas mais conscientes de seu comportamento e dos danos potenciais da exposição excessiva ao sol.”
Então… Deve-se fugir do sol?
Calma, muita calma. Embora esse tipo de notícia desperte nossa curiosidade, devemos ter muita cautela e analisar corretamente a pesquisa.
Preste atenção: eles estão falando de “viciados em tomar sol”, aqueles pecam pelo excesso – e muitas vezes acabam com queimaduras…
Não veja isso como mais um motivo para fugir do sol. A verdade é que nós precisamos tomar sol!
Nas últimas décadas, fomos orientados a viver dentro de casa e a usar filtros solares químicos o tempo todo. Com isso, as taxas de câncer de pele diminuíram? Não!
Você precisa de exposição solar consciente e equilibrada. Ou seja, nem na forma de “vício” e nem se escondendo eternamente nas sombras. Veja como:
Como tomar sol de forma consciente
1 – Exponha-se ao sol inicialmente sem protetor solar. Esse período varia de 20 a 40 minutos apenas. A melhor medida é a sua pele: se ela começar a ficar rosada, é hora de parar. Assim você já garantirá até 10.000 UI de vitamina D!
2 – O melhor momento é entre 10h e 15h. Sim, este é aquele horário que sempre lhe falaram para evitar… Mas é quando há mais raios UVB, que nos fazem produzir a vitamina D. Atenção, é só pelo tempo que mencionei no item anterior!
3 – Passe um filtro solar ao redor dos olhos, pois nessa região a pele é mais fina. Pode-se ainda usar um chapéu para proteger a área.
4 – Depois desse tempo, aí sim é hora de procurar a sombra, um boné ou um chapéu. Mas se você quiser permanecer no sol, passando um filtro solar, tenha em mente que muitos deles podem causar prejuízos à saúde.
É preciso escolher com cautela e ficar de olho nos rótulos para saber quais químicos estão indo parar na sua pele – e consequentemente adentrando o seu organismo.
Neste outro post eu dou algumas dicas para escolher o seu protetor solar. Assim você e sua família estarão mais seguros. Supersaúde!
–
Referências bibliográficas:
- Como Melhorar sua Vitamina D com Exposição Solar Consciente – www.DrRondo.com
- Como escolher o protetor solar ideal – www.DrRondo.com
- O Filtro Solar que Funciona e Não Agride o Meio Ambiente – www.DrRondo.com
- Addicted to the sun? Research shows it’s in your genes – Eurekalert, 10 set. 2020.
- Sanna Marianna, Li Xin, Visconti Alessia, Freidin Maxim B, Sacco Chiara, Ribero Simone, Hysi Pirro, Bataille Veronique, Han Jiali, Falchi Mario. Looking for Sunshine: Genetic Predisposition to Sun-Seeking in 265,000 Individuals of European Ancestry, Journal of Investigative Dermatology, 2020, ISSN 0022-202X.