Estima-se que a doença de Alzheimer deverá afetar cerca de 50% da população idosa na próxima geração. Sabemos da importância da predisposição genética, mas mesmo assim você ainda pode evitar o desenvolvimento do Alzheimer. Para isso, precisa ser proativo.
Digo isso pois, se influenciarmos positivamente e preventivamente nos fatores ambientais e de estilo de vida, temos uma maior chance de impedir a manifestação genética.
Pensando assim, é necessário agir o quanto antes. Como já falei, essa doença se inicia aproximadamente 20 anos antes dos primeiros sintomas. Não deixe para se movimentar quando começam algumas manifestações clínicas, como memória diminuída etc.
Ou seja, não durma com o inimigo!
Para isso, é importante intervir em todos os fatores que possam estar induzindo a essa situação. Não podemos então esperar por um único fator causador, pois há muitos componentes moleculares envolvidos, o que é exatamente a colocação da epidemiologia.
Neste caso, a abordagem ideal deve ser ampla atendendo ao máximo de fatores. O tratamento deve ser algo personalizado!
Como existem vários subtipos de doença de Alzheimer, precisamos pensar em uma abordagem bioquímica ampla, para assim não ficarmos dependentes de um raciocínio simplista, aonde se usa uma “receita básica” e igual para todos.
É necessário entender o que está causando o problema e a partir daí efetuarmos as correções terapêuticas, neutralizando o que está impulsionando a doença.
Dessa forma, examinando um amplo conjunto de dados, há uma grande possibilidade de prevenir e reverter esse declínio cognitivo. Veja alguns exemplos:
Painel de exames e referências
1 – Lipoperoxidação e perfil antioxidante: poucos antioxidantes e muitos radicais livres. Os pacientes com Alzheimer não têm boa defesa antioxidante para proteger seus cérebros contra o ataque dos radicais livres.
Antioxidantes moleculares:
Catalase 120,0 a 160,0 U/mg Hb
SOD 6,5 a 14,5 U/mg Hb
Glutationa Total 5,8 a 6,5 μmol/g Hb
Vitamina B12 500 a 1.500
Vitamina C Acima de 150 μmoles/l
25-Hidroxi Vitamina D 80 a 100 ng/ml
Vitamina E (alfa tocoferol) 15 a 40 μmol/L
Ácido úrico Inferior a 4,0 mg/dl homem
Inferior a 5,0 mg/dl mulher
Coenzima Q10 0,4 a 2,0 umoles/L
2 – Homocisteína elevada: numerosos estudos têm correlacionado a Doença de Alzheimer à demência e ao desempenho cognitivo fraco. A homocisteína pode causar lesão direta no hipocampo. Acredita-se que seja a responsável pela formação de placas de beta-amiloide no cérebro. Ela deve ser:
Inferior a 10 mcmol/l
3 – Proteína C reativa (PCR Ultra Sensível): marcador de inflamação elevada. A inflamação também gera muitos radicais livres. Quanto maior esse marcador, maior o risco de se desenvolver Alzheimer. A homocisteína também causa aumento de inflamação além de altos níveis de alumínio. Deve ser:
Inferior a 0,9 mg/ml (quanto menor o nível, melhor)
4- Degradação oxidativa de ácidos graxos plasmáticos (MDA/ ml plasma)
Inferior a 2,5 nmol/ml para homem
Inferior a 2,0 nmol/ml para mulher
Relação ômega 6:3 0,5 a 3,0
4 – Mineralograma: para checar a presença de metais tóxicos no organismo (em especial alumínio e mercúrio). Exames para detectar tais situações são elementos básicos a serem solicitados pelos médicos para educar seus pacientes sobre o problema e assim alertá-los sobre a importância da prevenção.
5 – Ecologia intestinal: nos casos de disbiose intestinal, aonde na imensa maioria das vezes há a Síndrome do intestino poroso, é necessário sua avaliação e correção. Isso é básico, pois tudo começa no intestino e na doença de Alzheimer não é diferente
6 – Ecologia rinosinal: quando ocorre desequilíbrio desta ecologia rinosinal, há um predomínio desfavorável dos micróbios residentes no nariz e nos seios nasais, podendo influir na doença. É frequente nestes casos aumento de bactérias desfavoráveis como P. gingivalis e vírus herpes simples tipo 1.
7 – Tipo metabólico – determinação das proporções mais adequadas de macronutrientes: proteína, carboidrato e gorduras.
8 – Exames adicionais:
Exame Valor de referência
Hemoglobina a1c Inferior a5,5 (quanto menor o nível, melhor)
Insulina de jejum Inferior a 4,5 ulU/ml (quanto menor o nível, melhor)
Ferritina 40 a 60 ng/ml para mulheres
40 a 80 ng/ml para homens
GGT Inferior a 16 U/L para homens
Inferior a 9 U/L para mulheres
T3 70 a 200 ng/dL
T3 Reverso Inferior a 20 ng/ml
T4L 0,6 a 1,3 ng/dL
TSH Inferior a 2,0 mUI/L
Apo E4 (teste de DNA) Veja quantos alelos você tem: 0,1 ou 2
Cetose entre 0,5 e 3 mml/L
Se você tem mais que 40 anos, certamente é o momento de agir de forma pró-ativa preventivamente, com isso evitando esses desvios que podem influir na evolução de uma possível doença de Alzheimer, mesmo que o seu teste genético indique risco. Não seja escravo de “uma sentença de morte”, pois entendo que é perfeitamente possível inibir essas manifestações. Supersaúde!
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Referências bibliografias:
- Aging 2014 Sep; 6(9): 707–717
- Aging 2015 Aug;7(8):595-600
- www.drrondo.com/doenca-alzheimer-o-que-e/
- www.drrondo.com/como-proteger-seu-cerebro-do-alzheimer/
- www.drrondo.com/os-10-causadores-de-risco-de-alzheimer/
- www.drrondo.com/como-seu-risco-genetico-te-influencia/
- www.drrondo.com/muita-cautela-com-testes-geneticos/
- www.drrondo.com/diagnosticos-errados-aumentando-alzheimer/
- www.drrondo.com/pesquisadores-alegam-novo-teste-alzheimer/
- www.drrondo.com/uma-grande-ajuda-na-defesa-dos-danos-cerebrais- causados-pelo-alzheimer/