Estamos vivendo uma situação de um mundo conectado ao virtual, algo nunca antes enfrentada por todos nós, pois só a pouco mais de uma década foram criados o Facebook, YouTube o Twitter… E faz apenas 10 anos desde o lançamento do iPhone.
O Instagram e o iPad foram há apenas sete anos, e o Snapchat, há seis anos.
Com isso, nesse período de tempo, o uso de tecnologia e mídia social cresceu a um ritmo impressionante.
Hoje, será que alguém pode imaginar a sua vida sem celulares?
Você parou para pensar como está conectado às redes sociais?
Quantas vezes por dia você verifica as suas mensagens?
Será que você é um “verificador constante” de e-mail, mensagens de texto e mídia social ao longo do dia?
Pois é… Quem não se sente envolvido com isso?
O constante uso da tecnologia está associado a maior nível de estresse para as pessoas, especialmente as que são muito ligadas às mídias sociais. Além disso, a imensa maioria se sente, de certa forma, desconectado da família devido à tecnologia, o que pode estar trazendo efeitos negativos sobre sua saúde física e mental.
Segundo a pesquisa da American Psychological Association (APA), em 2005, somente 7% dos americanos adultos usavam a mídia social, e, em 2015 isso cresceu para 65%.
Entre os jovens, isso saltou de 12% em 2005 para 90% em 2015.
Recentemente, pressionada por médicos e acadêmicos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deverá passar a classificar o vicio dos eletrônicos como um transtorno psiquiátrico.
A situação que mais chama a atenção é o vicio em jogos eletrônicos, que é a atividade de lazer favorito da maior parte dos jovens do planeta.
Segundo pesquisador e diretor do Instituto Delete, Eduardo Guedes, grupo que trabalha com viciados digitais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), há três tipos de usuários de videogame e de outras tecnologias: o consciente, o abusivo e o dependente.
“O consciente pode até usar a tecnologia por muitas horas, mas é aquele que não deixa o virtual atrapalhar a vida real. O abusivo já tem algumas interferências do virtual no real, como usar o celular durante as refeições, no transito ou em outras situações inadequadas, mas ainda tem controle da situação. Já o dependente perde totalmente o controle sobre o uso e deixa essa atividade virar a prioridade. Qualquer uso abusivo tem um fator de fuga da realidade muito grande”, diz Guedes.
O Instituto Delete listou sentimentos e ações que podem indicar perda de controle no uso da tecnologia.
Confira as dez situações a seguir e veja em quais delas você se reconhece com frequência. Se você se identificar ou reconhecer um parente em pelo menos 5 delas, é possível que haja algum tipo de dependência digital:
- Abandono: Fica triste se não receber ligações ou mensagens ao longo do dia.
- Solidão: Usa a internet para evitar a sensação de estar só.
- Comunicação: Ignora pessoas ao seu lado para se comunicar pela internet.
- Off-line: Sente-se deprimido, instável ou nervoso quando não está conectado e isso desaparece quando volta a se conectar.
- Direção perigosa: Envia ou consulta mensagens no celular enquanto dirige.
- Insegurança: Autoestima baixa quando os amigos recebem mais “curtidas”.
- Mundo virtual: Deixa de fazer atividade na vida real para ficar na internet.
- Viagens: Já deixou ou deixaria de viajar para não ficar desconectado.
- Comparação: Fica triste quando vê nas redes sociais que seus amigos tem vida mais interessante do que a sua.
- Relacionamento: Passa por conflitos de relacionamento por ficar muito tempo conectado.
Parece que todos nós de certa forma, acabamos sendo ratos de laboratório, de uma grande experiência global. Fique atento aos sinais da dependência digital!
Referências bibliográficas:
- APA, Stress in America 2017: Technology and Social Media
- Computer World. December 14, 2015
- Pediatrics.November 2016
- Proceedings of the National Academy of Sciences. January 26, 2016
- Jornal O Estado de São Paulo. Caderno Metropole A12 . 03/07/17