As pesquisas intensas sobre uma terapêutica eficaz para o Covid-19 estão ocorrendo em todo o mundo. São mais de 80 ensaios clínicos em andamento…
Quero comentar de um elemento extremamente barato, e que vem sendo testado com mais ênfase desde que a SARS atingiu 26 países, em 2003.
Alguns pesquisadores canadenses, que depois se juntaram a uma equipe chinesa, vem testando esse grande aliado imunológico natural, que já tem se mostrado de grande valia contra vários vírus, incluindo SARS, Ebola e H1N1.
Agora, os ensaios clínicos miram no novo coronavírus.
Trata-se da quercetina: um poderoso antioxidante com potencial imunológico e antiviral surpreendente.
Além disso, ele evita as tempestades pro-inflamatórias causadas pelas citoquinas, responsáveis pelas infecções graves e mortes por COVID-19.
Como ela age? De 3 maneiras:
- Inibe a habilidade viral de infectar as células
- Reduz a replicação das células já infectadas
- Reduz a resistência das células já infectadas ao tratamento antiviral
Veja o que os estudos mostram:
Em publicação de 1985, se evidenciou que a quercetina inibe a infectividade e a replicação viral em condições como: herpes simples, vírus sincicial respiratório e poliomielite, entre outros.
No ano de 2004, em estudo emanimaisque investigou seus efeitos terapêuticos contra a gripe, utilizando cepa do vírus H3N2, os autores comentaram:
“Durante a infecção pelo vírus influenza, há ‘estresse oxidativo’. Como a quercetina restaurou as concentrações de muitos antioxidantes, propõe-se que seja útil como um medicamento na proteção do pulmão dos efeitos deletérios dos radicais livres derivados do oxigênio liberados durante a infecção pelo vírus influenza”.
Em 2007, após o episódio da gripe aviária, estudo em soldados, realizado pelo Departamento de Defesa dos EUA, mostrou que a quercetina poderia proteger contra infecções virais mortais.
Submeteram ciclistas a estresse intenso por 3 dias, sendo que uma parte do grupo recebeu, durante 5 semanas antes desse desafio, 1.000 mg de quercetina, combinado com vitamina C (que aumenta os níveis plasmáticos de quercetina) e niacina (para melhorar a absorção) diariamente.
No final, 45% do grupo placebo ficou doente, enquanto apenas 5% do grupo da quercetina adoeceu.
Em 2008, estudo mostrou que os animais tratados com quercetina foram desafiados com um vírus da gripe H1N1 altamente patogênico, aonde o grupo tratado teve morbimortalidade significativamente menor do que o grupo placebo.
Outro estudo em 2010, também com animais, descobriu que a quercetina inibe os vírus influenza A e B. E mais, os vírus não conseguiram desenvolver resistência à quercetina, e quando usada associada a medicamentos antivirais, gerou um efeito terapêutico amplificado.
Pesquisa de 2014 observou que a quercetina pode ser “um tratamento promissor para o resfriado comum”. Age reduzindo o dano oxidativo, a replicação e carga viral e inflamação pulmonar.
Outro estudo, de 2016, descobriu que a quercetina oferecia proteção contra o vírus influenza A, H1N1, H3N2 e H5N1. Isso indica tratar-se de uma ótima opção terapêutica natural contra esse tipo de infecção.
Em um estudo em animais, de 2016, observou-se que a quercetina também inibe o vírus da dengue, da hepatite B e C.
Agora, em 2020, uma publicação mostrou que a quercetina “fornece proteção abrangente contra a infecção por Streptococcus pneumoniae“, tanto in vitro quanto in vivo.
Mas a quercetina pode fazer mais do que essa eficiência contra vírus, protegendo também contra:
- fadiga e estresse;
- dano oxidativo ligado a doença de Alzheimer;
- redução da pressão arterial;
- fortalece os vasos sanguíneos;
- diabetes e obesidade.
Aonde você encontra?
1. As fontes alimentares são a sua primeira escolha. É encontrada especialmente em.
- Cebola roxa
- Cebola branca
- Pimentão verde
- Maçã vermelha
- Alface americana
- Tomate
2. Suplemento com quercetina. Segundo as publicações, cápsulas de 500 mg ao dia oferecem bons resultados. No caso de pessoas infectadas pelo vírus, a sugestão dos estudos é 1 cápsula 2 vezes ao dia.
Nos dias de hoje, qualquer ajuda é fundamental. E quando estamos falando de algo natural, encontrado nos nossos alimentos, melhor ainda! Supersaúde!
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