O uso de protetores solares químicos, que teoricamente são para proteger sua pele contra a luz ultravioleta, acabam fazendo mais mal do que bem.
Houve um aumento drástico na última década do uso destes produtos, pois a comunidade médica começou a alertar contra a queimadura solar e a exposição ao sol para reduzir o risco de câncer de pele.
Agora, veja bem… Um dos componentes mais comuns encontrados em produtos de proteção solar é a oxibenzona (benzofenona-3), que por ser barata, está presente na imensa maioria dos protetores solares em todo o mundo.
Para você ter uma ideia, uma pesquisa do Environmental Working Group (EWG) revela que a oxibenzona, uma das substâncias químicas mais “preocupantes” encontradas no filtro solar, está presente em 65% dos produtos de proteção solar.
A grande preocupação é o fato desse produto químico causar reações alérgicas na pele, além de causar um desequilíbrio hormonal, pois age como um estrógeno “fake”. E o problema é que isso causa um poderoso efeito antiandrogênico no corpo.
Dados coletados de adolescentes revelam que meninos com níveis mais altos de oxibenzona apresentaram níveis mais baixos de testosterona.
Em adultos, promove alteração na produção de espermatozoides em homens e potencializa o desenvolvimento da endometriose nas mulheres.
O agravante é que a orientação de uso de protetores solares é que você deve reaplicar o produto a cada duas horas. Portanto, em um dia de exposição ao sol você está exposto a mais de 100 g desse disruptor hormonal.
Essa absorção também é potencializada, pois nos protetores solares se incluem ingredientes destinados a aumentar a penetração dos produtos químicos em sua pele, chamados de “intensificadores de penetração”.
Só que os estudos também sugerem que a oxibenzona não agride apenas o homem, mas promove também alteração hormonal nas criaturas marinhas, além de comprometer recifes e corais.
Tanto é que a legislação do Havaí proibiu o uso de protetor solar que contenha oxibenzona, um esforço para proteger os recifes de corais circundantes às ilhas havaianas.
Vitamina D baixa significa risco de câncer alto
A classificação dos filtros solares, em SPF, refere-se à proteção contra a luz UVB, que são os raios dentro do espectro de luz que permitem que seu corpo produza vitamina D.
Porém, essa classificação não indica proteção contra os raios UVA associados a danos na pele e câncer.
Os estudos são muito claros de que bloquear a capacidade do organismo de produzir vitamina D aumentam o risco de câncer. Níveis de vitamina D acima de 40 ng / mL estão associados a uma redução do risco de câncer em mais de 65%. Os pesquisadores comentaram:
“Nós encontramos uma associação clara entre a concentração sérica de 25 (OH) D (Vitamina D) e o risco de câncer, de acordo com vários tipos de análises. Esses resultados sugerem a importância da vitamina D na prevenção do câncer. Mulheres com 25 (OH) D concentrações ≥40 ng / ml tiveram um risco significativamente menor de câncer (~ 70 [por cento]) em comparação com mulheres com concentrações <20 ng / ml.”
Recomendo exposição solar sensata
A exposição solar é importante para o organismo produzir vitamina D, além de outras funções, como melhorar a saúde mental, prevenir doenças crônicas, melhorar a saúde cardiovascular e reduzir o risco de morte por doenças cardiovasculares ou derrame.
Há no mercado uma imensa variedade de diferentes produtos de proteção solar, o que permite encontrar um protetor solar adequados a todos– e em especial para mulheres grávidas e crianças – que não tenha potencial de desequilíbrio hormonal ou potencial carcinogênico.
Além dos produtos que contém oxibenzonas, afaste-se daqueles que contêm fragrâncias sintéticas, que são criados com nanopartículas ou que têm em sua fórmula o palmitato de retinila, uma forma de vitamina A que promove o desenvolvimento de tumores de pele quando aplicado topicamente e exposto ao sol.
As escolhas seguras são loções ou cremes com óxido de zinco, pois é estável ao sol e fornece a melhor proteção contra raios UVA.
Certamente você procura um protetor com classificação mais elevada de SPF, mas saiba que isso pode gerar uma falsa sensação de segurança: acaba-se ficando mais tempo ao sol sem a proteção adequada de UVA. Portanto, procure um produto que tenha alta proteção UVA.
Tenha atenção aos rótulos dos protetores solares! Assim você pode fazer uma escolha mais sensata para curtir o sol sem riscos para a saúde.
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Referências bibliográficas:
- SunlightInstitute, Sun Exposure Reduces Cardiovascular Disease Independently of VitaminD
- Truthin Aging, Benzophenone-3
- Women’sHealth Research Institute, Study Finds Link Between Sunscreen Ingredient and Endometriosis
- Environmental Working Group, The Trouble With Ingredients in Sunscreen
- AmericanAcademy of Dermatology, Sunscreen FAQs
- EnvironmentalWorking Group, The Problem with Vitamin A
- The Guardian, October 21, 2015
- Hormones,2015, 14(1)
- Wavescape, November 13, 2017
- BlockIsland Organics, July 8, 2015
- GreenPeople, April 2, 2014
- Environmental Health Perspectives, 2016;124(12):1898
- NationalToxicology Program, August 2012
- PLOS|One2016;11(4):e0152441
- BBCNews, May 8, 2013