Sabemos da importância da ecologia intestinal influenciando para o bem ou para o mal, o aparecimento das manifestações patológicas no nosso corpo.
E na saúde óssea não é diferente, pois os pesquisadores mostram que essa comunicação entre microbioma e homeostase óssea, pode garantir uma boa remodelação óssea.
Uma meta análise recente observou mais uma vez que a flora intestinal fortalece toda a saúde óssea.
Administrou-se probióticos para a correção da flora intestinal e os resultados foram surpreendentes para a saúde óssea, em especial para a mulher no pós menopausa.
Os pesquisadores avaliaram 12 estudos randomizados, controlados que incluem 1.183 mulheres na pós menopausa e observaram que as mulheres que receberam a suplementação com probióticos apresentaram melhora em comparação com o grupo controle:
– melhor densidade óssea tanto na coluna lombar como costelas
– menor perda óssea
– mulheres com osteopenia tiveram melhor resposta que as que já estavam com osteoporose
Outra meta analise de 44 estudos, ficou demonstrada que o consumo de probióticos, afeta positivamente os parâmetros de saúde óssea, sendo que os mais indicados neste caso são os Bifidumbacterium e Lactobacillus, os quais promovem:
– impacto positivo na absorção dos nutrientes, promovendo aumento de assimilação de cálcio, magnésio e fósforo, vitais na saúde óssea.
– a produção de ácidos graxos de cadeia curta (ácido Butirico), importantes na regulação dos osteocitos e massa óssea. Os estudos indicam que esses ácidos graxos inibem a reabsorção óssea através da regulação da diferenciação dos osteoclastos e estimulam a mineralização óssea.
– ativação de células Treg (potencializadoras de celulas tronco nos ossos).
– aumento da produção de hormônios a nível intestinal, que desempenham um papel importante na homeostase e metabolismo ósseo.
Portanto, os probióticos podem ser particularmente mais efetivos como medida preventiva, antes de perdas ósseas mais importantes.
Outras medidas para restaurar a microbiota intestinal
A primeira medida, sempre é se possível, através da alimentação, evitando-se uma dieta à base de carboidratos refinados e açúcares. Enfatize as proteínas, além da abundância de vegetais.
Minimizar ao máximo o consumo de óleos vegetais (milho, soja, canola, etc..) que promovem desregulação da flora intestinal.
Priorizar gorduras boas (manteiga, ghee, sebo, óleo de coco, banha de porco de animais à pasto). Lembre-se que o óleo de oliva pode ser consumido, mas sem abuso pela riqueza de ácido linoleico que também altera a flora intestinal.
Associar prebióticos, pois o consumo de vegetais e de fibras ricas em Inulina e oligofrutose, presentes em alcachofras, aspargos, cebola e bananas, agem alimentando os probióticos para se desenvolverem.
Consuma alimentos fermentados, pois estes estimulam a produção de numerosos compostos bioativos, que são importantes para a saúde óssea, como vitaminas do complexo B e vitamina K, como:
- iogurte de leite cru de animais a pasto, além de outros lácteos cultivados como queijo e kefir, uma bebida láctea fermentada
- chucrute, picles e outros vegetais fermentados
- kimchi, natto e kefir
- sopa de missô
- bebida orgânica fermentada por método natural, como por exemplo o Zenkoô
Conclusão:
Estes estudos mostra também que o equilíbrio da flora intestinal tem papel importante na manutenção da qualidade óssea e produção hormonal.
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