A maioria das pessoas não tem consciência real da condição de pré-diabetes, e sempre acham que é algo bem distante delas.
Quando vejo os exames laboratoriais desses pacientes e comento sua situação, frequentemente eles se surpreendem!
Por isso vou explicar um pouco mais sobre o assunto para que você também não tenha a mesma surpresa… E, principalmente, se previna!
Entendendo a pré-diabetes
É uma ligeira elevação da glicemia, presente em 33% das pessoas.
Define-se o pré-diabetes como uma elevação na glicemia entre 100 e 125 miligramas por decilitro (mg / dl) . Acima dessa faixa é formalmente considerada diabetes tipo 2.
E o que causa essa elevação?
Se você abusa de refeições ricas em grãos, carboidratos e até frutas, você estará em cada oportunidade dessas gerando um rápido aumento da glicose no sangue.
Como compensação, o seu pâncreas libera insulina em sua corrente sanguínea, reduzindo a glicemia.
Consequentemente, com o passar do tempo, o seu corpo perde a sensibilidade à insulina, havendo necessidadede liberação maior dessa molécula.
Com isso, você se torna resistente à insulina e começa a ganhar peso, acelerando o processo de envelhecimento e contribuindo para o aparecimento das doenças degenerativas. Se continuar com essa mesma dieta, é só questão de tempo e você terá atingido o seu objetivo: diabetes tipo 2.
Cada vez que a insulina sobe ela reduzir o açúcar, mas o resultado é que vai transformá-lo em gordura de depósito.
Pré-diabético ou diabético?
Com esses exames de sangue você pode determinar a sua situação:
– Teste de glicemia de jejum
Valores: glicemia de jejum abaixo de 100 miligramas por decilitro (mg / dl) sugere que você não é resistente à insulina.
Valores entre 100 e 125 mg / dl é sugestivo de pré-diabetes, o que significa que você é levemente resistente à insulina.
– Teste de hemoglobina A1C
É a mensuração da sua glicemia média ao longo do tempo. É um preditor melhor do que a glicemia em jejum.
Valores: abaixo de 5,7 é considerado normal.
Valores: entre 5,7 e 6,4 é considerado pré-diabético.
Valores: acima de 6,5 é diagnosticada como diabetes.
Quanto mais alto for o seu nível, pior será a sua sensibilidade à insulina.
– Teste de insulina no sangue em jejum
Este é um teste mais confiável ainda.
Valores: abaixo de 3 é considerado ideal.
Valores: entre 3 e 5 é considerado normal.
Valores: acima de 5 mostram resistência à insulina.
Valores: acima de 9 já é motivo de preocupação.
Como lidar com essa situação
Basicamente, deve-se fazer mudanças de alimentação e estilo de vida.
A medicação não é a solução. A grande maioria dos casos de diabetes tipo 2 são completamente reversíveis sem drogas.
Todo o problema do pré-diabetes e diabetes tipo 2 se origina na resistência à insulina e leptina, comprometendo cerca de 80% das pessoas.
Portanto, só 20% não precisa rever sua dieta e atividade física, pois essas já estão adequadas.
E saiba que o diabetes tipo 2 é totalmente evitável e reversível sem drogas.
Diretrizes alimentares
1) Limite os açúcares: Se você não é pré-diabético, obeso ou cardíaco, limite os açúcares a um máximo de 25 gramas por dia. Lembre-se, muitas vezes esse açúcar se encontra “escondido” em alimentos aparentemente saudáveis.
Se você for resistente à insulina ou diabético, reduza sua ingestão total de açúcar para 15 gramas por dia até que a resistência à insulina / leptina tenha se resolvido (então pode ser aumentada para 25 gramas).
2) Minimize a ingesta de carboidratos, refinados ou não.
3) Limite as proteínas a 2 g por kg de peso. Atletas, gestantes e idosos podem até dobrar essa quantidade.
4) Aumente a ingesta de gorduras saudáveis de alta qualidade, como sementes, nozes, azeitonas, abacate, óleo de coco, manteiga de vacas criadas a pasto, ovos orgânicos de galinhas criadas soltas e gorduras animais. Inclua também ômega-3, especialmente à base animal e não vegetal.
5) Pratique exercícios regulares de alta intensidade, especialmente como o treino supra aeróbico. (Clique aqui para conhecer) Procure se movimentar bastante durante o dia, evitando longos períodos sentado.
6) Durma o suficiente de sete a oito horas de sono por noite. Com isso você repara o seu sistema hormonal. A privação do sono está relacionada com uma alteração significativa na sua sensibilidade à insulina.
7) Mantenha seus níveis de vitamina D em valores ótimos, pois os estudos mostram que essa deficiência se correlaciona com alteração de sensibilidade à insulina. Procure se expor ao sol de modo sadio. Se necessário associe um suplemento oral de vitamina D3, mas também de magnésio e vitamina K2, pelo seu efeito sinérgico.
8) Procure manter a sua ecologia intestinal balanceada, usando alimentos fermentados e um suplemento probiótico. Isso também influi na sensibilidade à insulina.
Referências bibliográficas:
- Mayo Clinic, Prediabetes Overview
- The Fat Emperor. May 10, 2015
- The Lancet. March 1, 2018
- Medical News Today. March 2, 2018
- Time. March 2, 2018
- https://drrondo.com/conheca-a-sindrome-x-a-principal-causadora-do-aumento-de-peso-no-periodo-da-menopausa/
- https://drrondo.com/uma-grande-ajuda-na-defesa-dos-danos-cerebrais-causados-pelo-alzheimer/
- https://drrondo.com/frutose-aumento-casos-de-diabetes/
- https://drrondo.com/a-diabetes-pode-acabar-com-o-seu-sistema-imune-entenda-como-e-cuide-se/