Medir a ferritina sérica é fundamental, apesar de ela ainda mal compreendida por muitos médicos.
A ferritina é uma proteína de armazenamento e transporte de ferro, que determina o nível circulante desse metal no organismo.
E o que nem todo mundo sabe é que, em excesso, ele é desastroso para a saúde.
Certa vez, perguntaram ao Dr. Douglas Kell, um pesquisador de ferro de renome mundial, qual seria o nível ideal de ferritina para um ser humano…
Sabe o que ele respondeu?
Zero.
No início, todos acharam que ele estava brincando, mas o Dr. Kell disse:
“O aumento da ferritina não é um sinal de vitalidade do ferro. É um sinal de fisiopatologia do órgão.”
Ou seja, quanto menor esse valor, menor será a carga de ferro que tem efeito desastroso, pois o seu excesso acelera o envelhecimento e o estresse oxidativo.
Na velhice há um acúmulo de ferro nos olhos, na audição, no cabelo, no coração, no fígado e nas articulações, mostrando que não estamos conseguindo reciclá-lo.
Além disso, à medida que o ferro aumenta, haverá perda de energia progressiva de 40%, 60%, 80% até mesmo mais de 90%, pelo fato de estar danificando a cadeia de transporte de elétrons, o que compromete o transporte do oxigênio.
Simplificando, é a oxidação, que nada mais é do que a ferrugem, causando aumento de moléculas altamente oxidativas com o radical hidroxila [*OH], o mais lesivo de todos.
Como consequência, haverá aumento de acidez intracelular, impedindo a geração de energia.
Além disso, essa condição está ligada ao aumento dos riscos de:
- doença cardíaca
- diabete melitus
- doença neurodegenerativa
- doença óssea e articular
- doença hepática / vesícula biliar
- câncer
- desequilíbrios hormonais
- envelhecimento precoce
- cirrose hepática não alcoólica
- infecções
Por que e como remover o ferro
Normalmente o que aprendemos é que temos 5.000 mg (5 gramas) de ferro em nosso corpo, mas isso significa o circulante no sangue, e não o ferro armazenado nas células.
Diariamente acumulamos cerca de 1 mg de ferro, proveniente de alimentos processados que sabemos serem enriquecidos com ferro, além de vegetais e proteínas animais.
Conforme envelhecemos, esse ferro só está aumentando nas nossas células, induzindo estresse oxidativo, danos nos tecidos e perda de energia por comprometimento mitocondrial.
Portanto, o ideal é promover remoções que permitam reduzir o estoque de ferro pois este NÃO é excretado naturalmente do nosso corpo.
A maneira considerada a mais pratica é a doação de sangue, aonde se retira cerca de meio litro de sangue, que promoverá a remoção aproximada de 250 mg de ferro das suas células.
Porém, essa medida pode ser um problema para muitos, causando sensação de fraqueza, hipotensão, mal estar por cerca de 2 a 3 dias.
Além disso, a retirada dessa quantidade de ferro não é acompanhada da correção de alguns minerais vitais para o metabolismo do ferro na eficiência intra mitocondrial.
Com isso, não se consegue reparar totalmente a disfunção mitocondrial, o que causa persistência do estrago oxidativo gerado.
A solução, então, é a retirada de sangue em quantidades menores com mais frequência e ao mesmo tempo promovendo-se a correção dos outros minerais e eletrólitos, reparando assim o dano mitocondrial.
O aconselhável em termos de remoção do sangue:
Homens Entre 150 ml e 180 ml
Mulheres pós-menopausa Entre 100 ml e 120 ml
Mulheres na pré-menopausa Entre 50 ml e 60 ml
Parâmetros confiáveis para o exame de sangue
É necessário entender que há 10 vezes mais ferro na célula do que no sangue, de acordo com o bioquímico Bruce Ames.
Com isso, os exames, quando vistos de forma simples e direta, não traduzem a realidade.
Outra confusão é que deficiência de ferro no sangue e desregulação de ferro nas mitocôndrias são condições distintas.
Portanto, a ferritina só pode ser considerada como uma avaliação do estoque de ferro na circulação e não a realidade da concentração de ferro intercelular, que é o parâmetro mais importante.
Para se saber com mais precisão dos valores do ferro na célula, deve-se medir:
– Hemoglobina
– Porcentagem de saturação de transferrina
– Ferritina
– Ferro sérico
– Capacidade total de ligação de ferro
Valor de referência da ferritina
Os valores de referência de ferritina sérica diferem por idade e sexo.
Os recém-nascidos e os bebês têm níveis muito elevados de ferritina.
Mulheres 15 a 200 ng / mL
Homens 20 a 300 ng / mL
Em alguns laboratórios, dependendo da metodologia, um nível de ferritina de 395 ng / ml cai no intervalo normal, o que é muito alto para uma saúde ideal.
Valor de referência da ferritina para uma saúde ideal
Não cometa o erro de se guiar pelo que é considerado “normal”.
Esses são os níveis de garantia de uma saúde ideal e para não desenvolver doenças crônicas:
Mulheres 40 a 60 ng / mL
Homens 40 a 80 ng / mL
Converse com seu médico sobre isso. Supersaúde!
Referências bibliográficas: