Se alguém fala em poluição, você logo imagina a fumaça das chaminés das fábricas e o lixo jogado nos rios, só para citar dois exemplos. Mas, muitas vezes, nos esquecemos que a poluição está também dentro de nossas casas!
A poluição de interiores, ou seja, os agressores que se encontram dentro de casa, são de 8 a 10 vezes mais responsáveis por doenças crônicas em pessoas suscetíveis do que a poluição externa. Dentro de um ambiente estamos sob constante exposição advinda de diversas fontes, ao passo que ficamos expostos à poluição externa somente 10% do tempo de nossa vida – uma exposição intermitente a produtos e de fontes limitadas.
Os poluentes de interiores de maior importância são:
- Pesticidas: inseticidas, herbicidas.
- Produtos para combustão: gás e produtos derivados do tabaco.
- Produtos de construção: derivados de formaldeído, carpetes, azulejos, pisos, tinta de parede, móveis imitando madeira etc.
- Solventes orgânicos: encontrados em pinturas, mobílias, tecidos, produtos de lavanderia para limpeza a seco, amaciantes e engomadores, xampu de tapetes, cola de móveis.
Em relação à poluição de ambientes, temos mais quatro itens de importância secundária:
- Cosméticos e produtos de banheiro: perfumes, desodorantes, xampu, condicionador, tinturas.
- Plásticos.
- Produtos de limpeza: sabões, polidores, detergentes, limpa-vidros, desodorizadores de ambientes etc.
- Material usado para confecção: em tapetes, roupas sintéticas, colchões e edredons, sapatos e estofados etc.
Para que se desencadeie alguma sensibilidade química importante, é necessária a presença de alguns fatores: sua ação negativa depende do tempo e frequência de uso e da toxicidade do produto. Esses produtos podem ser absorvidos de três formas pelo nosso organismo: inalados, ingeridos ou absorvidos pela pele. Quando absorvidos, tem afinidade maior por estruturas lipídicas que são mais vulneráveis aos produtos químicos, como é o caso das células do cérebro (o cérebro é o órgão mais gorduroso do corpo) e do sistema nervoso, principalmente. Tanto é que a membrana celular é uma estrutura lipídica altamente vulnerável a esses elementos, permitindo sua entrada e provocando alterações no metabolismo celular (o cérebro é o principal alvo).
Sintomas mais comuns da exposição a estes xenobióticos ou agentes tóxicos são: depressão, fadiga, memória diminuída, falta de concentração, ideias dispersas, dor de cabeça, sensação espacial ou aérea, tonturas, confusão mental, irritação nos olhos e garganta, laringite, tosse crônica, asma, bronquite, palpitações, erupção de pele e outros sintomas. Muitas vezes o sistema orgânico tem uma ação suicida: para poder eliminar elementos químicos, destrói partes metabólicas próprias.
A desintoxicação natural do nosso organismo pode ser prejudicada ou bloqueada por:
- Deficiências vitamínicas, de minerais, de aminoácidos, de ácidos graxos essenciais.
- Agentes químicos estranhos ao nosso organismo, que este não consegue eliminar.
- Enzimas envenenadas por metais tóxicos, como alumínio, mercúrio, cádmio e chumbo.
- Fatores genéticos (falta de enzimas).
Poluição de exteriores
Metais pesados, como chumbo, mercúrio e alumínio estão cada vez mais se tornando presentes no nosso meio ambiente. Nunca deveríamos ter esses metais no nosso corpo, pois como não temos condições de eliminá-los de forma eficiente, eles geram sérios problemas à nossa saúde. Eles impedem o normal funcionamento celular, causando enfraquecimento do sistema imunológico, envelhecimento precoce e aparecimento de doenças degenerativas.
Por isso, hoje devemos estar conscientes desse problema, procurando o modo ideal de medir a existência desses metais no ar, na água e no nosso alimento. Precisamos aprender mais sobre como nos contaminamos com eles para agirmos de forma preventiva, evitando excessiva exposição e acúmulo, e fazendo programas de desintoxicação periódicos para que se mantenha o menor nível desses metais nas células. A melhor forma de avaliar a presença e o acúmulo de metais tóxicos no organismo é a análise de cabelo (mineralograma). Fique de olho!
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Referências bibliográficas:
- Environmental Health Perspectives May 21, 2013
- Arch Intern Med. 2012;172(3):219-227
- US EPA Science Matters June-July 2012
- Prevenção: A Medicina do Século XX. Editora Gaia 2000 – 2ª Edição
- Clinical Toxicology, 1991;29(3):315-374