Poluição de Ambientes pode Prejudicar sua Ecologia Intestinal!

Se você me acompanha por aqui, já leu vários artigos sobre os perigos da poluição de ambientes. Estamos cercados de químicos nocivos não só nas ruas, mas também dentro de casa!

Desde os produtos usados para limpeza até os materiais dos quais são feitos móveis, tintas, carpetes e pisos, há substâncias que podem nos fazer mal.

Diversos estudos já os ligaram a várias doenças do mundo moderno, como diabetes tipo 2, disfunção cardiovascular, doença hepática, obesidade, distúrbios da tireoide, problemas reprodutivos e na função imunológica.

A parte disso, há outra questão que venho abordando com frequência: a importância de uma boa ecologia intestinal. Os micróbios que vivem nos seus intestinos são fundamentais para a saúde.

Eles ajudam na digestão dos alimentos, protegem contra micro-organismos nocivos e tem várias outras funções comprovadas. Quando você tem bactérias boas o suficiente, sua saúde vai de vento em popa. Por outro lado, com uma alimentação, os micróbios nocivos proliferam e se fica mais suscetível a doenças, até mesmo as crônicas.

Mas qual a relação entre essa poluição de ambientes e sua flora intestinal? Segundo uma pesquisa recente, ambas estão mais relacionadas do que se imaginava…

Ecologia intestinal e poluição de ambientes

Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, buscaram avaliar se os poluentes poderiam prejudicar de alguma forma a ecologia intestinal.

Para isso, fizeram uma revisão de vários artigos científicos sobre o assunto, que analisaram humanos e animais. Os principais químicos estudados foram:

  • Bisfenóis (BPAs), encontrados em embalagens plásticas de alimentos;
  • Ftalatos, que estão em pisos de vinil e filmes plásticos;
  • POPs (poluentes orgânicos persistentes), que incluem produtos químicos como PFCs – perfluorquímicos – usados ​​em panelas antiaderentes e embalagens de alimentos;
  • Retardadores de chama conhecidos como éteres difenílicos polibromados;
  • Metais pesados;
  • Pesticidas e herbicidas.

Em todos os casos, foram encontrados prejuízos à ecologia intestinal. Vamos ver cada um deles separadamente:

Bisfenois (BPAs)

Nos Estados Unidos, para se ter uma ideia, as pesquisas indicam que é possível encontra bisfenois (BPAs) na urina de cerca de 90% das pessoas adultas. Em especial no caso dos homens, concluiu-se que esse produto aumenta a quantidade de bactérias Methanobrevibacter nos intestinos.

Uma das particularidades desse tipo de bactéria é fazer com o que o organismo extraia energia dos alimentos em níveis acima do normal. Falando assim pode até parecer algo bom, mas é exatamente o contrário.

Quando você consome mais energia que o necessário, o resultado é o sobrepeso. Essa é mais uma boa explicação de porque a exposição aos BPAs leva as pessoas a engordarem e consequentemente perderem saúde.

Ftalatos (BPAs)

Esses plastificantes e estabilizantes, quando consumidos pelas pessoas junto com a comida, causam desregulação hormonal. As pesquisas indicam que recém-nascidos expostos aos ftalatos tem alterações no microbioma intestinal.

Já testes em ratos mostraram que a exposição ao produto prejudica a produção de butirato, fundamental para o metabolismo e a saúde intestinal.

PFCs

Esses produtos, muito usados em panelas antiaderentes, é uma poluição persistente que afeta os ecossistemas e a sua saúde. Pesquisas mostram que eles alteram a flora intestinal de peixes e de seus filhotes, que tem ainda menor expectativa de vida.

Os perigos conhecidos para os seres humanos são vários, como aumento do risco de vários tipos de câncer, alterações na tireoide e na fertilidade.

Herbicidas e pesticidas

Estudos em animais descobriram que os herbicidas que contêm glifosato alteram o microbioma intestinal de roedores, bovinos e até de abelhas! Outro componente de pesticidas, o clorpirifós, mostrou ser prejudicial também para roedores, além dos peixes.

É claro, para os seres humanos, esse tipo de produto é altamente problemático. O glifosato, por exemplo, pode causar inflamação crônica nos intestinos, aumentando os riscos de câncer, doença de Crohn, hepatite, esquistossomose, tireoidite, prostatite e a doença do intestino inflamatório.

“Todos esses dados juntos sugerem que a exposição a muitos desses produtos químicos ambientais durante vários estágios da vida pode alterar o microbioma intestinal de maneiras que influenciam a saúde.

As patologias associadas aos microbiomas alterados após a exposição a produtos químicos ambientais incluem disfunção imunológica, metabolismo alterado de carboidratos e lipídios e deficiências neurológicas e comportamentais. Também estamos vendo que esses efeitos”, comenta a pesquisadora Karen Chiu, que participou da análise dos dados do estudo.

Cabe então a cada um buscar estratégias para se proteger dessa poluição de ambientes, seja ela interna ou externa. Você pode mudar alguns hábitos, como trocar suas panelas de teflon pelas feitas com outros materiais, ou até mesmo colocar mais plantas nos ambientes nos quais passa mais tempo.

Clicando aqui você verá uma lista de artigos que explicam um pouco melhor sobre esses vários tipos de poluição e como se proteger. Informe-se ao máximo, pois esse é o seu maior trunfo para conquistar uma Supersaúde!

Referências bibliográficas:

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