A exposição ao chumbo é algo que muito pouco se fala atualmente. Esse metal pesado era muito comentado até o início da década de 80, pela sua presença na gasolina.
Porém, com a sua remoção do combustível, deixou de chamar a atenção.
Será que ainda devemos nos preocupar com ele?
Na verdade, a contaminação por chumbo continua sendo um problema, especialmente se você nasceu antes de 1980, sendo que pode ainda ter alta concentração desse metal no seu corpo.
Altos níveis de chumbo no sangue podem comprometer o desenvolvimento cerebral, além de causar lesões orgânicas, perda de função cognitiva, agressividade e até morte.
Uma criança que é contaminada com chumbo compromete todo o seu desenvolvimento.
Mesmo exposição a níveis baixos é problemático e pode causar consequências trágicas e até fatais.
Baixos níveis de chumbo podem matar
Segundo um estudo publicado no Circulation em 2006, observou-se que mesmo níveis baixos de chumbo no sangue, entre 3,6 e 10 mcg por decilitros, foram associados com 25% mais risco de morte por qualquer causa, 55% mais risco de morte por doença cardiovascular, 89% maior de ataque cardíaco, além de 3 vezes mais risco de morte por derrame.
Em outro estudo, de 2010, aonde se acompanhou 10.000 pacientes com mais de 40 anos de idade com discreto aumento de chumbo, observou-se que:
- níveis ente 5 e 9 mcg / decilitros eram associados a um aumento de risco de morte por qualquer causa, especialmente doença cardiovascular e câncer
Se você deseja saber o nível de chumbo, converse com o seu médico para lhe solicitar um exame especifico, como um exame de cabelo (que lhe dará um perfil preciso, pois avalia cerca de 3 meses retrógrados). Exames de sangue e urina lhe mostrarão as últimas horas anteriores e, portanto, são menos precisos, apresentando apenas os níveis momentâneos, que podem ter sido afetados pela alimentação recente.
Tenha em mente que você não deve ter nenhum chumbo no seu corpo, mesmo o que consideram dentro dos valores normais. Se o nível estiver acima de zero já é algo que pode gerar problemas em potencial.
Com essas alterações, converse com o seu médico sobre estratégias de desintoxicação de metais pesados.Lembre-se que metal pesado, qualquer um deles, uma vez dentro da célula do seu corpo, não sai espontaneamente, devendo ser removido através de terapêuticas específicas.
Referências bibliográficas:
- Hair, Trace Elements And Human Illness. Praeger Publishers. 1980
- Prevenção: A Medicina do Século XXI. Editora Gaia. 2000
- Science, September 11, 1998;281:1617-1618
- Cortlandt Forum, March 1992;50
- Reproductive Toxicology, 1992;6:9-19
- Archives of Internal Medicine, September 1991;151:1718-1720.
- Toxicology, 2002;180:33-44