A abordagem terapêutica para doenças cardíacas tem as suas medicações especificas. E em outras condições, como na depressão, as medicações são outras.
Os tratamentos são baseados em um sintoma, um remédio, mas aqui está um exemplo que a visão do problema deve ser bem mais ampla, e não tratada como duas condições completamente diferentes.
Na verdade, essas duas doenças têm uma causa básica em comum: inflamação.
E os estudos mostram que um nutriente natural pode tratar essas duas condições ao mesmo tempo, ambas causadas por inflamação silenciosa.
Trata-se do ácido graxo essencial ômega 3
Pesquisadores da Universidade de Cincinnat, revisaram 30 anos de estudos e observaram uma forte ligação entre ômega-3, depressão e doenças cardíacas.
Os resultados mostraram que a deficiência de duas gorduras ômega 3 aumentam o risco de depressão grave e doença cardiovascular.
E esses dois ácidos graxos são:
- EPA (ácido eicosapentaenóico)
- DHA (ácido docosahexaenóico)
Os ômega-3 são anti-inflamatórios. E eles combatem o estresse oxidativo que é comum em doenças cardíacas e depressão.
Em outro estudo, mediram em 79 pacientes com doença coronariana o estresse oxidativo, e em paralelo a isso classificaram os pacientes em seus níveis de depressão.
Metade dos pacientes tomaram um placebo, e o restante 2 gramas de ômega-3 por dia.
Após 12 semanas, o grupo que tomava o nutriente apresentava escores de depressão muito melhores. Já no grupo placebo, não houve melhoras.
Fontes de ômega-3
Por se tratar de ácido graxo essencial, o ômega-3 não pode ser produzido pelo corpo. Você tem que obtê-los de alimentos ou suplementos.
Nos primórdios se consumia muitos peixes e animais selvagens, o que garantia um aporte ótimo de ômega 3.
E eles não tinham epidemia de doença cardíaca ou depressão.
Mas isso no mundo moderno mudou drasticamente. Nos últimos 100 anos, desenvolvemos tecnologias para extrair gordura das plantas. Em vez de gordura de peixes e animais, nós comemos óleos de milho, soja, girassol e algodão.
E esses óleos vegetais são ricos em gorduras ômega-6, pro-inflamatória, comprometendo todo o corpo, induzindo doenças crônicas e até mesmo o câncer.
Então, para obter mais ômega-3, é aconselhável que se consuma duas porções de peixe gordo de água fria como salmão toda semana. Infelizmente, esses peixes quando de criação, apresentam pouquíssimo ômega 3 e muito ômega 6, pois são alimentados com rações a base de soja e milho.
Outras boas fontes de ômega-3 são peixes oleosos como cavala, arenque, anchova, sardinha, truta e atum fresco.
Consuma carnes, laticínios e ovos de animais criados a pasto, pois também são ricos em ômega 3.
As nozes cruas, castanhas do Pará, amêndoas e sementes de abóbora completam essa lista.
Evite as gorduras ômega-6, presente nos óleos vegetais como os de milho, soja, girassol ou caroço de algodão. Os alimentos processados também devem ser evitados porque são muito ricos nesses óleos.
Mesmo assim, muitas vezes é quase impossível para a maioria das pessoas obterem ômega-3 suficiente da comida.
Deve-se então suplementar com 2 a 4 gramas de ômega-3 todos os dias.
Mas lembre-se, a maioria dessas capsulas de óleo de peixe são feitas com matéria prima de peixes provenientes de águas poluídas.
Outra sugestão para evitar esse problema é usar o óleo de krill. Fique atento e coloque o ômega-3 na sua alimentação diária! Ele é um nutriente que não pode faltar!
Referências bibliográficas:
- J Am Coll Nutr February 2010
- JAMA 2010
- American Journal of Clinical Nutrition May 2011; 93(5): 1073-1079
- Lipids January 2011
- J NutrIntermed Metab. 2016.
- Brain Behav Immun. 2017.
- Enig M. et al. Federation Proceedings. Jul 1978.