Os perigos da soja

Os especialistas já não morrem de amores por esse alimento cheio de contradições.

Por suas decantadas qualidades, a soja quase transformou-se em milagreira e está presente em inúmeros produtos industrializados – você já leu com atenção os rótulos do que compra? Vai se surpreender… Mas ela não cumpre tudo o que promete. Acontece que o mercado se apropria de dados de pesquisas nem sempre consistentes e monta seus argumentos de olho no consumidor. É o caso da soja, cujos “benefícios” são manipulados sem constrangimentos e que pode causar problemas à saúde.

NÃO HÁ MILAGRES

Após décadas de estudos, o comitê nutricional da Associação Americana encontrou poucas evidências de que a soja reduza significativamente o colesterol, como tem sido divulgado. Uma grande quantidade de proteína de soja até pode diminuir o LDL colesterol em pequena porcentagem, mas não traz nenhum benefício em relação ao HDL (bom colesterol), aos triglicérides, às lipoproteínas ou à hipertensão. Para melhorar o colesterol, exercícios cardiovasculares diários e dieta pobre em alimentos refinados, que mantêm a insulina baixa, ainda são o mais indicado.

ESTÍMULO E SAÚDE

A Associação Americana de Cardiologia também expõe suas conclusões:

-ao contrário do que se acreditava, isoflavonas de soja não previnem câncer de próstata, seio e útero;

-proteínas de soja e isoflavonas de soja não suaviazam os sintomas da menopausa;

-são questionáveis os benefícios da soja na prevenção da osteoporose.

Também são grandes os efeitos adversos da soja na absorção de nutrientes que comprometem a saúde, como o ácido fítico. A fermentação torna a soja menos agressiva (molho de soja, missô, nato), mas não espere milagres. Se puder, evite:

-tofu;

-leite de soja;

-proteína texturizada vegetal de soja;

-iogurte e sorvete com soja;

-proteína de soja.

Apesar do empobrecimento nutritivo causado pelo refino e da contaminação por agrotóxicos e adubos, não é possívcel viver sem alimentos. Mas sua escolha deve ser consciente, o que não é fácil. Decidir o que levar à mesa é um trabalho de especialista, que não deve abrir mão de antioxidantes e suplementação alimentar, cada vez mais necessários à boa saúde.

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