Sexo, latas, garrafas e mamadeiras sob suspeita.
Garrafas de plástico duro e o revestimento de muitas latas de produtos alimentícios estão entre as principais fontes de bisfenol (BPA), substância química nociva à saúde. Até produtos que deveriam estar acima de qualquer suspeita, como mamadeiras, compõem a lista. Em 2009 o Canadá já queria suspender a importação e a venda de mamadeiras contendo BPA. O programa de Toxicologia Nacional chegou a divulgar um relatório onde expressava uma certa preocupação sobre os efeitos potenciais de BPA no cérebro, no comportamento e nas glândulas prostáticas, inclusive de crianças.
A malha dos interesses
Vários estados americanos, como Minesota, e cidades, como Chicago, também se dedicaram à questão, até o Food and Drug Administration (FDA) emitir sua avaliação. Nela, atestava haver margem adequada de segurança quanto aos níveis então atuais de BPA. Certas alas da comunidade científica, algumas de dentro do próprio FDA, trataram de desacreditar a avaliação, apoiadas em grande número de estudos com BPA realizados em animais e que apontavam a periculosidade da substância. Em agosto passado o FDA anunciou que reconsideraria sua avaliação. Até hoje estamos à espera.
Sexo em segundo plano
Agora, com a mais nova descoberta sobre BPA, o pessoal do FDA talvez se mova mais rápido, já que a maioria é masculina. Pois não é que que a substância química mexe com a sexualidade? Em testes com trabalhadores de fábricas de plásticos e resina de epóxi, comprovou-se que quanto maior a exposição ao BPA, mais severas as possibilidades de disfunções sexuais. Os problemas incluem desejo sexual reduzido, dificuldade de ereção, ejaculação e – pasme! – satisfação com a redução da vida sexual. Ainda estamos nas preliminares, pesquisas adicionais são necessárias. Até lá, nada de enlatados, bebidas em garrafas plásticas ou mamadeira de plástico!