O mundo moderno tem algumas particularidades com as quais precisamos aprender a lidar. Um exemplo interessante é o crescimento dos e-sports, ou seja, games em consoles ou computador jogados de forma profissional e em alto rendimento.
Algumas pessoas ainda acham isso estranho, e principalmente o hábito de chamar esse tipo de atividade de esporte. Mas seja qual for o nome, o fato é que tem crescido o número de ligas profissionais de games. As finais de alguns campeonatos são inclusive jogadas em estádios lotados e transmitidas pela TV.
Se você ainda não tem dimensão do fenômeno, as universidades americanas já estão formando suas ligas e times universitários, assim como fazem com os esportes convencionais. 80 delas já tem equipes para vários games e 22 delas já oferecem bolsas de estudo para os e-atletas! A estimativa é de que o mercado dos e-sports movimente 1 bilhão de dólares em 2019 e tenha audiência de meio bilhão de pessoas. Ao que parece, essa é uma realidade irreversível…
Mas, o que os games tem a ver com a sua saúde?
Dr. Hallie Zwibel, diretor de medicina do esporte do New York Institute of Technology College of Osteopathic Medicine, tem observado de perto o que acontece com esses e-atletas de alto rendimento. É que como eles jogam em um nível profissional, costumam treinar cerca de 10 horas por dia…
A intensidade também é muito maior. Enquanto uma pessoa comum jogando faz 50 movimentos por minuto, um profissional faz de 500 a 600 movimentos no mesmo período de tempo – cerca de 10 por segundo! Os resultados para o corpo você pode imaginar…
O Dr. Zwibel cita, por exemplo, Hai Lam, jogador profissional de League of Legends, um dos games mais praticados dessa forma. Lam precisou literalmente se aposentar por causa de uma dor crônica no pulso. E ele só tinha 26 anos! Os estudos mostram ainda que:
- 56% dos atletas de e-sports experimentam fadiga ocular,
- 42% relatam dores no pescoço e nas costas,
- 36% relatam dor no punho,
- 32% relatam dores nas mãos.
É claro que isso se refere a esses atletas de alto rendimento, que jogam em quantidade e intensidade como mencionei acima. A medicina esportiva já está estudando como cuidar desse “atleta moderno”, que por incrível que pareça, precisa fazer exercícios físicos: 40% são sedentários…
Mas agora eu te pergunto: você, que passa boa parte do tempo sentado, trabalhando em computadores ou atividades repetitivas – algo cada vez mais recorrente – já sentiu alguns desses sintomas, pelo menos de forma leve? Posso apostar que a resposta é positiva. Então precisamos ficar alerta!
Os profissionais dos games são uma amostra do que os excessos podem causar e quais seus resultados. Portanto, se você passa muito tempo sentado ao computador, mesmo que não seja profissional dos e-sports, deve ficar atento a essas áreas do corpo que podem ser afetadas.
Mantenha uma boa postura, evite os longos períodos parado e, principalmente, guarde parte do seu dia para atividades físicas. Isso é fundamental para uma Supersaúde, seja nos games ou mesmo no seu escritório!
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Referências bibliográficas:
- https://drrondo.com/apenas-um-pouco-de-ma-postura-ao-computador-e-o-resultado-e-este/
- https://drrondo.com/ma-postura/
- Hallie Zwibel, Joanne DiFrancisco-Donoghue, Amanda DeFeo, Sheldon Yao. An Osteopathic Physician’s Approach to the Esports Athlete. The Journal of the American Osteopathic Association, 2019; 119 (11): 756 DOI: 10.7556/jaoa.2019.125
- American Osteopathic Association. “Elite-level video gaming requires new protocols in sports medicine: Esport athletes at risk for physical, psychological and metabolic disorders.” ScienceDaily. ScienceDaily, 4 November 2019.