Surpreendentemente o último relatório do National Center for Health Statistics revelou que a taxa de mortalidade por demências, como o Alzheimer, praticamente triplicou do ano 2000 até 2017.
E como a forma mais severa de demência, a doença de Alzheimer aumentou cerca de 55% neste mesmo período segundo dados do U.S. Centers for Disease Control and Prevention’s (CDC). Mas todos esses dados na verdade, são subestimados, pois são baseados em atestados de óbito.
Atualmente a doença de Alzheimer já é a terceira maior causa de morte e a maior preocupação das pessoas de terem o problema, superando até o câncer.
Espero que você não queira fazer parte desta estatística. Saiba que todo o problema se inicia por cerca de 20 anos antes de se manifestar, e o que fica de conselho é que comece a se cuidar o quanto antes e não a se preocupar só quando a doença começa a se apresentar.
O problema, nessa fase, começa geralmente com lapsos de memória de curto prazo que evoluem para comprometimento mais sério de habilidade cognitiva e de fala.
Se essas alterações já são notadas por seus amigos e familiares, certamente você já está com um comprometimento cognitivo leve. Porém, se já apresenta comprometimento da capacidade de viver de forma independente, pode ser o início da demência.
Sinais de alerta da doença de Alzheimer
- Dificuldade em realizar tarefas diárias como pagar contas, calçar sapatos ou cuidar de higiene pessoal
- Repetitivo nas perguntas e comentários
- Faz escolhas com dificuldades
- Faz julgamentos errados e até agressivos
- Comportamento social inadequado
- Mudanças na personalidade
- Perda de interesse em atividades favoritas
- Pode colocar as pessoas em perigo, como deixar o gás ou o fogão ligado
- Se coloca em perigo saindo de casa sem destino
- Se torna desorientada em lugares familiares
- Não reconhece as pessoas mesmo mais próximas ou objetos familiares
- Não admite ter um problema de memória
Condições que aumentam o risco da doença
1 – Dieta moderna
Excesso de consumo da alimentação a base de refinados, açúcar, frutose, glúten e óleos vegetais, que aumentam a resistência a insulina, sendo altamente prejudicial ao cérebro.
2 – Deficiência de ômega-3
Este ácido graxo essencial é crucial para a saúde cerebral.Quando a concentração de ômega 3 é baixa, ocorre um efeito inflamatório importante, se tornando uma condiçãoaltamente favorável para doença de Alzheimer.
Segundo publicação no Journal of Alzheimer’s Disease, altas concentrações de ômega 3 tem atividade anti-amilóide, anti-tau e anti-inflamatória no cérebro.
3 – Níveis baixos de vitamina D
Entre todos os seus benefícios, a vitamina D é fundamental para a saúde cerebral, agindo em 3 pontos importantes na indução de Alzheimer: função imunológica, expressão gênica e inflamação.
Uma meta análise publicada na BMC Geriatrics, em 2016, mostra que uma correlação importante entre deficiência de vitamina D e demência.
4 – Falta de exposição ao sol
Há 2 fatores fundamentais em que a deficiência de exposição ao sol influencia:
- a luz solar emite uma frequência eletromagnética que estimula componentes da mitocôndria (citocromo c oxidase) a melhorar o transporte de elétrons e gerar energia (ATP).
- a produção de vitamina D está diretamente ligada a exposição ao sol, e os estudos são claros sobre a importância desta vitamina na prevenção da demência.
5 – Excesso de álcool
Este é um dos fatores mais importantes que está a nosso alcance para evitar o início da demência, segundo estudo recente publicado no The Lancet Public Health em 2018 .
6 – Sedentarismo
A falta de atividade física predispõe doença de Alzheimer e outras demências. O exercício aeróbico, especialmente de alta intensidade, pode desencadear várias ações benéficas como:
- redução da proteína TAU a nível cerebral, que é a responsável por acelerar a morte celular cerebral
- melhora função cognitiva e memória
- promove o crescimento e a conectividade das células cerebrais, por ativação do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF)
- redução da proteína tóxica amiloide associada à doença de Alzheimer.
7 – Doenças cardiovasculares
Tanto a hipertensão arterial como aterosclerose estão associados com comprometimento do fluxo sanguíneo cerebral. E no caso da aterosclerose há maior estímulo de placa beta-amiloide no cérebro.
8 – Agressores ambientais
Segundo a literatura, a exposição a poluentes, pesticidas, linhas de alta tensão e até campo eletromagnético gerado por celular, Wi-Fi etc., são importantes fatores de risco, isolados ou associados.
9 – Proteína infecciosa
Trata-se da proteína TDP-43, responsável pela destruição cerebral que ocorre em vacas loucas e doenças crônicas. Ela está associada à doença de Alzheimer, e sua presença aumenta em 10 vezes as chances da doença.
10 – Predisposição genética
Certos genes estão correlacionados com aumento de risco da doença de Alzheimer. Para riscos de início precoce, as mutações mais importantes são nos genes da presenilina 1 e da presenilina 2.
Nos casos de início tardio, o mais frequente é o gene da apolipoproteína E (APOE), o tipo e2. Por outro lado, o gene APOE e4 está relacionado com a redução de risco.
Fique ligado nesses fatores. Observá-los agora pode garantir uma terceira idade mais saudável e com independência.
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Referências bibliográficas:
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- Reuters May 25, 2017
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- AJC.com March 14, 2019
- CNN Health March 14, 2019
- The Lancet Public Health February 20, 2018; 3(3): PE124-E132
- Science News February 20, 2018
- BMC Geriatrics October 12, 2016
- Neurology August 6, 2014/ 10.1212
- Journal of Alzheimer’s Disease May 19, 2017
- Medicinenet.com July 16, 2014
- National Institutes of Health, December 4, 2018
- New Scientist October 12, 2016
- BBC News October 12, 2016
- Journal of Cellular and Molecular Medicine 2013; 17(8):958
- The Root Cause in the Dramatic Rise of Chronic Disease, May 2016
- Alzheimer’s Association Press Release July 23, 2015
- Medical News Today July 24, 2015
- PNAS February 11, 2011: 108(7); 3017–3022
- PNAS February 15, 2011: 108(7)
- Journal of Neuroscience, April 27, 2005: 25(17); 4217-4221
- Biomedical Reports 2016 Apr; 4(4): 403–407
- Fox News October 12, 2016
- Mayo Clinic, Alzheimer’s Genes