Toda vez que nos deparamos com um prato que contém óleo de trufas, já nos vem a sensação de algo premium, que nos seduz pelo aroma e que certamente terá um preço mais elevado em qualquer restaurante.
Sempre é motivo de alegria pela viagem olfativa e gustativa que ele promove, especialmente por se tratar de um produto alimentar dos mais caros.
Jamais poderíamos pensar da possibilidade de um produto desses ser adulterado.
Mas há uma possibilidade que precisa ser questionada…
Não estou aqui para desanimá-lo, mas preciso que você realmente saiba o que está consumindo quando se pensa em saúde.
O óleo de trufa é derivado obviamente de trufas, tanto a negra quanto a branca. São substâncias que crescem nas raízes de árvores, especialmente o carvalho.
Elas não são cultivadas, mas sim caçadas com a ajuda de cães ou porcos treinados e então colhidas cuidadosamente.
Você pode imaginar que esse produto com um preço bem diferenciado jamais possa ser adulterado.
Triste engano, pois atualmente os químicos podem produzir esses óleos com as mesmas características reais das trufas, usando ingredientes sintéticos como 2,4-ditiapentano, associados ao óleo de oliva.
Além disso, como não é um produto de uso frequente, podemos ter mais dificuldade de discernir o que é real ou não.
Ao comprar, leia os rótulos com bastante atenção e veja se consta os termos como “aroma de trufa”, “essência” e “sabor”. O fato de conter trufas secas no óleo de oliva não é garantia de autenticidade do produto.
E mais, esses produtos podem facilmente enganar, pois poucas pessoas conhecem os sabores reais das trufas.
O fato de terem o preço bem elevado não é garantia de que o seja feito usando-se trufas verdadeiras.
O que esperar de um verdadeiro óleo de trufa
O óleo de trufas deve ser um produto da adição de trufas e do seu óleo ao azeite de oliva.
Seu sabor forte e terroso transfere aos pratos um gosto e perfume achocolatado, no caso das trufas negras. Já no caso da composição ter trufas brancas, o sabor e aroma é de alho.
Como usá-lo de forma eficiente
Procure usar o óleo de trufas em pequena quantidade, o que já é suficiente, sem comprometer o sabor do prato.
Deve ser usado simplesmente para dar um acabamento, transferindo levemente o seu sabor, sem exagerar no paladar.
Vai muito bem em alimentos gordurosos como:
– queijos e molhos lácteos
– alimentos que peçam “um fiozinho” de azeite, como massas, risoto, purê de batata, polenta, salmão, ovos ou usado como um óleo de molho para pão.
Tenha sempre a certeza de usar um óleo de trufas de boa procedência.
Supersaúde!
–
Referências bibliográficas:
- Discover, November 1, 2000
- Food Chem. 2014 Mar 1;146:30-5
- Auguste Escoffier School of Culinary Arts, The Trouble With Truffle Oil
- Toscana Divino, December 6, 2016
- Napa Truffle Festival, January 17, 2015
- Cook’s Illustrated, “The Truth About Truffle Oil”
- Tasting Table, September 7, 2016
- Reader’s Digest, “Why Professional Chefs Refuse to Cook with Truffle Oil”
- The Spruce Eats, May 24, 2020
- BBC Food, “Truffle Oil Recipes”