Nós fomos educados a evitarmos ao máximo possível o sol. Tanto é que vivemos besuntados de protetor solar e óculos de sol quando estamos em ambiente externo.
Mas entendo que essa “preocupação” foi longe demais…
Na verdade, não se pode esquecer que seus olhos precisam da luz solar, pois foi assim que nossos ancestrais tinham uma visão saudável.
Você já viu índios usarem óculos de sol?
Pois é, e sempre tiveram uma visão maravilhosa.
Por um lado, tanto a nossa pele como nossos olhos, precisam da luz solar para produção de vitamina D. Evitá-lo só piora a situação.
É claro, não podemos esquecer que os raios ultravioletas (UV) do sol podem danificar a esclera (branco dos olhos), a retina e a íris. Além disso, o excesso de luz UV pode induzir cataratas…
Veja o que as novas pesquisas mostram sobre a vitamina D3, que é produzida quando você se expõe ao sol:
- melhora a visão e reduz a inflamação da retina.
- previne a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), a maior causa de cegueira em pessoas com mais de 50 anos de idade.
- reduz o risco de degeneração macular relacionada à idade (DMRI) em 59%.
- níveis baixos de vitamina D aumentam em 74% o risco das pessoas apresentarem olhos secos, uma condição inflamatória que causa desconforto, ardência, vermelhidão e fadiga nos olhos, além de visão embaçada.
- reduz o risco de miopia.
Além das consequências para os olhos, os óculos de sol afetam todo o seu corpo…
Óculos de sol afetam o cérebro
Em condições de exposição normal ao sol, a luz solar entra nos seus olhos, influenciando partes do seu cérebro como:
- hipotálamo, importante área na região cerebral, que tem como função regular determinados processos metabólicos e outras atividades autônomas. Controla o ritmo circadiano do corpo, a temperatura, a fome e a sede. Influencia o equilíbrio da água e a pressão sanguínea.
- hipófise ou glândula pituitária, é considerada uma “glândula mestra”, pois secreta hormônios essenciais que controlam o funcionamento de outras glândulas.
- glândula pineal, que produz melatonina, um hormônio que modula os padrões de sono. Durante o dia, a luz do sol inibe a produção desse hormônio. Com o anoitecer, a glândula pineal começa a liberar melatonina para que você possa dormir. Além de ser um poderoso antioxidante, age regenerando as hastes e os cones da retina propiciando nitidez visual.
Quando se usa óculos de sol por longos períodos do dia, isso confunde nossas glândulas cerebrais…
Como preservar seus olhos e seu cérebro
- Exposição ao sol por pelo menos 20 minutos ao dia, de forma que os olhos recebam essa luminosidade natural, obviamente sem óculos.
- Se o sol estiver muito forte, use um chapéu com aba ou viseira, em vez de óculos de sol. Mesmo assim você obterá os benefícios da luz solar de espectro total.
Quando e como usar óculos de sol
Reserve seus óculos para atividades solares de alta intensidade e de longa exposição ao sol.
Escolha os óculos de sol adequados
Procure um par de óculos que bloqueie todos os raios UVA e UVB. No caso, com “99-100% de absorção de UV”, ou então que promova bloqueio total dos raios.
Astaxantina para sua nutrição oftálmica
Procure ingerir pargo, lagosta, camarão, caranguejo e salmão selvagem, pois são ricos em astaxantina. Ou use um suplemento que a contenha.
A astaxantina aumenta o fluxo sanguíneo e a proteção antioxidante em todo o olho, protegendo-o contra os danos da luz. Age protegendo as partes mais profundas dos olhos, assim como da retina central. Além disso, alivia olhos secos, visão dupla, aumentando a clareza e nitidez.
Por se tratar de um elemento lipossolúvel deve ser ingerida numa refeição ou lanche com gorduras boas, de preferência manteiga, óleo de coco ou ovos. Os estudos mostram bons resultados com cerca de 10 mg por dia.
Medicações que pioram a visão
Certas drogas químicas como diuréticos, tranquilizantes e alguns antibióticos comprometem a sensibilidade dos olhos ao sol.
Portanto, tudo depende da forma como você usa. Cuidar de seus olhos de dentro pra fora é muito importante, assim como tomar sol de forma consciente. Lembre-se disso e tenha uma Supersaúde!
Referências bibliográficas:
- Neurobiol Aging. 2012;33(10):2382-2389.
- Arch Ophthalmol. 2011;129(4):481–489.
- Int J Rheum Dis. 2016;19(1):49-54.
- Ophthalmology. 2008;115(8):1279–1285.
- Regul Toxicol Pharmacol. 2010;58(1):121-130.