O Mediterrâneo é uma região aonde se encontram grande número de pessoas centenárias e com ótima saúde. Acredita-se que o vinho é a chave dessa extraordinária expectativa de vida.
O vinho é enfatizado nos estudos da dieta mediterrânea (tanto cetônica quanto regular) porque é considerado uma parte importante das cozinhas da maioria dos países do Mediterrâneo, como Itália, França, Espanha, Portugal e Grécia.
Os pesquisadores estão avaliando tudo o que compreende a “dieta mediterrânea” de forma ampla, para saber como a bebida pode estar contribuindo para esses efeitos na saúde.
E eles já encontraram uma característica em comum: consumir álcool diariamente com moderação…
Veja 3 modos que o vinho pode contribuir para longevidade nesta região:
1 – Socialização
Esta condição é muito bem documentada como sendo a chave da longevidade entre essas pessoas. Vinho aumenta o amor, felicidade e o senso de integração social.
Por exemplo, famílias italianas sempre fazem as refeições juntos, vivem próximos uns dos outros e frequentemente criam eventos sociais juntos. Nessa situação, o vinho é parte da confraternização amorosa. Independe de ser uma refeição ou somente um bom bate papo, a bebida tem a força de manter as pessoas juntas e dar coragem para se compartilhar experiências.
2 – Ecologia intestinal saudável
Quanto mais natural, mais bactérias vivas o vinho apresenta, assim como polifenóis e antioxidantes que alimentam as boas bactérias. Para citar como exemplo, temos os Pediococcus pentosaceus, uma bactéria que se liga à parede intestinal protegendo-a contra patógenos. Além disso, tem bactérias originadas do ácido láctico que apresentam benefício probiótico similar a alimentos fermentados, como kimchi e missô.
Já nos vinhos comerciais, que contém alta concentração de dióxido de enxofre, há esterilização dessas bactérias.
3 – Saúde cerebral
Enquanto nós sabemos que beber em excesso pode ser deletério em diversas maneiras, a ingesta de leve a moderada pode na verdade, melhorar a saúde cerebral.
s pesquisadores mostram que as pessoas que consomem um a três copos de vinho por dia são cerca de 3 vezes mais saudáveis mentalmente do que os abstêmios e estão mais protegidos contra o declínio cognitivo.
Além disso, os estudos mostram que o consumo moderado dobra a saúde cognitiva de pessoas na faixa dos 85 anos, e os abstêmios ou que bebem em excesso são mais propensos a desenvolver demência ou Alzheimer.
Além destes benefícios bem documentados na população do mediterrâneo, veja outras vantagens agregadas:
- Estresse oxidativo pós-prandial: fazer uma refeição acompanhado de uma taça de vinho reduz o estresse oxidativo quando comparado com uma outra pessoa que faz a mesma refeição, mas sem a bebida
- Inflamação e expressão gênica inflamatória: um estudo observou que os não-bebedores que começam a beber regularmente quantidades moderadas de vinho tinto siciliano desfrutam de marcadores inflamatórios reduzidos e de lipídios sanguíneos melhorados.
- Pressão arterial: em pessoas com uma propensão genética para metabolizar o álcool de forma eficiente ou “rápida”, beber vinho tinto no jantar parece reduzir a pressão arterial.
- Diabetes tipo 2: diabéticos tipo 2 que iniciam o consumo de vinho tinto durante o jantar apresentam sinais reduzidos de síndrome metabólica, incluindo controle glicêmico moderadamente melhorado e lipídios no sangue.
Dieta Keto e vinho
O vinho pode ser uma adição terapêutica à dieta keto do mediterrâneo. Tenha em mente que se você está bebendo uma taça por dia, certamente isso não vai influenciar o seu nível de cetona.
Porém, se você bebe 2 taças por dia, já há uma discreta interferência na produção de cetona. E acima disso corre o risco de inibir a produção de cetonas.
Sabemos que o vinho tem efeitos terapêuticos para muitas pessoas, mas nem todos se sentem melhor ao incluí-lo na dieta. É uma opção, mas não uma obrigação para uma dieta saudável: seus polifenóis podem ser suplementados de outra forma.
E lembre-se, se beber o faça com consciência e moderação. Supersaúde!
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Referências bibliográficas: