Será que seu metabolismo é assim? A flexibilidade metabólica é a capacidade de alternar entre a queima de carboidratos e a queima de gordura. Quem tem boa flexibilidade metabólica pode com facilidade queimar carboidratos quando consumi-los e pode queimar gordura quando comem (ou quando não comem nada).
Esse é o melhor dos mundos, não?
Poder alternar entre o metabolismo de carboidratos e o metabolismo da gordura com relativa facilidade, permite “comer o que quiserem”.
Veja as vantagens:
1) Permite utilizar com segurança e eficácia uma maior variedade de nutrientes.
Isso significa que podemos explorar diferentes fontes de combustível para alimentar diferentes atividades.
Mas entenda que qualquer sistema metabólico, por mais flexível que seja, irá desmoronar sob o peso de um bolo de brigadeiro inteiro. O conteúdo calórico total ainda é importante, mesmo você tendo mais espaço para erro.
Veja se seu metabolismo se encaixa neste perfil:
- Você fica com sono depois de comer carboidratos?
- Você não pode ficar 5 h sem comer entre as refeições?
- Você precisa comer de 3 em 3 h, para sustentar seus níveis de energia?
- O jejum é difícil, e se você conseguir controlar o desconforto, terá resultados piores do que esperava (perda de massa muscular, muito pouca perda de gordura).
- Você precisa ingerir estimulantes constantemente, como café, chá ou coisas piores?
Se você respondeu afirmativo em pelo menos uma questão, então você apresenta inflexibilidade metabólica.
O que causa a inflexibilidade metabólica
Certamente você está com uma disfunção mitocondrial. Lembre-se que as mitocôndrias são as usinas de energia das células, que processam o combustível (alimento) e o transformam em energia utilizável.
Quanto menos você tem, e quanto mais disfuncionais e deficientes elas são, mais prejudicada é a produção de energia e consequentemente menos flexível você é.
Pessoas com pouca flexibilidade metabólica carregam menos mitocôndrias em seus músculos. Um estudo de 2007 realizou biópsias musculares de indivíduos metabolicamente flexíveis e inflexíveis da mesma idade. Os sujeitos flexíveis tinham uma densidade mitocondrial muito maior e queimavam mais gordura em uma dieta rica em gordura.
Pessoas com pouca flexibilidade metabólica têm mitocôndrias disfuncionais que produzem menos energia que as mitocôndrias saudáveis. Se suas mitocôndrias estão sujeitas a muito estresse oxidativo, elas não funcionam tão bem. Se eles contêm uma proporção excessiva de ácido linoleico (ômega 6) na membrana mitocondrial, eles não produzem tanta energia.
Essa condição torna difícil alternar o tipo de combustível. Além disso, não há uma boa utilização da gordura corporal armazenada nos períodos entre as refeições, tornando os lanches quase inevitáveis.
E se você não está queimando o combustível que está ingerindo, só se depositando, então está evoluindo para a resistência à insulina. Aí é que o problema realmente começa.
Se você for resistente à insulina, terá mais dificuldade em queimar glicose e armazenar glicogênio, sua capacidade de queimar sua própria gordura corporal será prejudicada ainda mais.
Nessa condição, você terá disfunção mitocondrial ruim e resistência à insulina.
São dois fatores desfavoráveis.
O que pode ser feito?
Como recuperar a flexibilidade metabólica perdida
1) Exercício físico, com treinos de alta intensidade, intervalado, pois são os que mais aumentam a biogênese mitocondrial – a criação de novas mitocôndrias.
2) Dieta keto para adaptação à gordura como combustível. Isso irá melhorar a função mitocondrial, melhorando suas habilidades de queima de gordura e até mesmo aumentar a biogênese mitocondrial.
3) Depois de ter 4-6 semanas de adaptação à dieta keto, você poderá começar a ingerir mais carboidratos.
4) Alimentos e nutrientes que suportam a flexibilidade metabólica:
– Magnésio: A deficiência de magnésio aumenta o estresse oxidativo mitocondrial, inibindo a função mitocondrial. Além disso, a falta de magnésio também tem sido associada à resistência à insulina.
– Polifenóis: Uma variedade de alimentos ricos em polifenóis parece ter efeitos pró-flexibilidade, incluindo chocolate amargo, frutas vermelhas, cacau e vinho tinto.
– Gorduras ômega-3: encontradas em peixes gordurosos e óleo de peixe, podem melhorar a função mitocondrial eliminando o excesso de ácido linoléico nas membranas mitocondriais. Promoverá uma melhor relação ômega 3/ ômega 6.
– Cetonas exógenas:
- Sais cetônicos e ésteres cetônicos (Beta-hidroxibutirato). São corpos cetônicos ligados a uma molécula de álcool ou balanceada com minerais como cálcio, sódio e magnésio ou aminoácidos.
- Triglicérides de Cadeia Média (TCM).Estes são a forma natural mais próxima e eficiente para você obter estas cetonas exógenas. Seria um atalho nesse programa.
Como certificar-se que atingiu a flexibilidade metabólica
Se você responder positivo a estas perguntas, certamente você se tornou um bi-flex metabólico:
- Você pode pular uma refeição sem problema?
- Você está comendo menos?
- Os seus treinos estão melhorando?
- Você tem mais energia?
- Seu humor está melhor?
Parabéns, você atingiu seu objetivo. Se não, apenas tome as informações acima como o que será no futuro, quando seu metabolismo de modificar pra melhor. É hora de mudar! Que tal começar agora?
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Referências bibliográficas:
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- Biomedicine (Taipei). 2016;6(4):20.
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- www.drrondo.com/8-maneiras-de-alcancar-a-sua-eficiencia-calorica/
- www.drrondo.com/5-beneficios-da-dieta-keto-para-o-desempenho-atletico/
- www.drrondo.com/este-suplemento-e-o-atalho-da-dieta-keto/