A maior preocupação das pessoas nesse mundo moderno não é câncer nem doença cardiovascular…
Mas, surpreendentemente…
Trata-se de perdas cognitivas, especialmente a Doença de Alzheimer, que entre 2000 e 2018 apresentou um aumento de mortes em 146%, com expectativa de triplicar essa porcentagem até 2050.
As pesquisas recentes têm buscado soluções mais naturais, para minimizar esse declínio cognitivo por meio de planos alimentares.
É sabido que a Doença de Alzheimer se inicia cerca de 20 anos antes das suas manifestações clássicas, e qualquer atitude que possa reduzir essa perda de memória, cognição e sua evolução, é super valorizada.
Agora, um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease, aonde pesquisadores da Iowa State University avaliaram 1.787 adultos com idades entre 46 e 77 anos, mostrou o impacto direto dos alimentos que comemos na nossa acuidade cognitiva a longo prazo.
O estudo revelou que dos 49 alimentos mais protetores para a saúde mental, entre frutas e vegetais, peixe, carne, pão, café e vinho, o queijo era “disparado”, o mais protetor.
Os indivíduos que comiam queijo diariamente apresentaram melhores resultados nos parâmetros de avaliação, enquanto o consumo de vinho tinto também teve um efeito favorável.
Segundo declaração à imprensa da autora do estudo, Auriel Willette, professora assistente em Ciência dos Alimentos e Nutrição Humana:
“Fiquei agradavelmente surpresa com o fato de que nossos resultados sugerem que comer queijo com responsabilidade e beber vinho tinto diariamente não são bons apenas para nos ajudar a lidar com nossa atual pandemia de COVID-19, mas talvez também a lidar com um mundo cada vez mais complexo que parece nunca desacelerar.
Embora tenhamos levado em consideração se isso era apenas devido ao que as pessoas abastadas comem e bebem, testes clínicos randomizados são necessários para determinar se fazer mudanças fáceis em nossa dieta poderia ajudar nossos cérebros de maneira significativa.”
Já o neurocientista Dr. Brandon Klinedinst, também autor do estudo, enfatizou o poder da dieta na saúde do cérebro a longo prazo:
“Dependendo dos fatores genéticos que você carrega, alguns indivíduos parecem estar mais protegidos dos efeitos do Alzheimer, enquanto outros parecem estar em maior risco. Dito isso, acredito que as escolhas alimentares certas podem prevenir a doença e o declínio cognitivo por completo.
Talvez a solução que procuramos seja melhorar a forma como comemos. Saber o que isso acarreta contribui para uma melhor compreensão do Alzheimer e para colocar essa doença em uma trajetória reversa.”
Queijo como alimento cognitivo
Quando você consome queijo saudável, obtém gorduras, proteínas, vitaminas, minerais e aminoácidos valiosos que protegem o cérebro e a saúde em geral, garantindo um cérebro mais aguçado ao longo do tempo.
Mas para isso, entenda que nem todos os queijos são iguais. É preciso saber qual o mais saudável.
Trata-se de produtos derivados de leite A2A2 de animal à pasto, se possível não pasteurizado.
Características de um queijo saudável
Embora digam por aí que os queijos crus não estão livres de germes que podem causar doenças, convém lembrar que os mais famosos queijos italianos e franceses são feitos com leite cru.
E há centenas de anos, tempo necessário para consolidar a complexidade de gosto e textura que apresentam, características certamente obtidas pelas bactérias boas que contêm. É mais que suficiente para tirarmos da cabeça a ideia de que fazem mal à saúde.
Para o queijo cru ser seguro e de qualidade, reconhecer sua origem é importantíssimo. A produção deve vir de vacas criadas a pasto, pois as criadas em confinamento não apresentam garantia de qualidade. Nem do leite, nem da carne.
A grande maioria das doenças transmitidas por alimentos, nos Estados Unidos, está ligada a gado confinado e alimentos altamente processados.
Na verdade, nenhum alimento é complemante seguro, mas leite e queijos crus não são mais perigosos que alface!
Há numerosos estudos provando que a gordura saturada não está associada à doença cardíaca e obesidade. Ao contrário! Gordura saturada é um agregador de saúde. Os países onde se consome mais queijo, como França, Itália e Grécia, apresentam baixas taxas de obesidade e hipertensão.
Queijos naturais
É um produto simplesmente fermentado, feito com ingredientes básicos: leite, cultura-mãe, sal e coalho (enzima). Quando produzido a partir de leite cru de boa origem, os queijos naturais são livres de antibióticos, de hormônios de crescimento, e riquíssimos em elementos fundamentais à saúde.
- Oferecem muitas proteínas e aminoácidos de alta qualidade.
- São ricos em ômega 3 e gordura saturada de alta qualidade.
- Contêm ômega 3 e ômega 6 em proporções equilibradas (1:2), o que significa um combate mais efetivo à inflamação do organismo. O leite pasteurizado, ao contrário, quase sempre produzido por gado confinado, apresenta uma proporção entre ômega 3 e ômega 6 (1:25), muito preocupante.
- Maior concentração de CLA (ácido linoleico conjugado), um poderoso combatente do câncer e da obesidade
- Oferecem boa quantidade de vitaminas A, B2, B12, D, K2 e minerais, como cálcio, fósforo e zinco. Importante: estão presentes três nutrientes (vitaminas D, K2 e cálcio) que agem sinergicamente, importantes na prevenção de doença cardiovascular, cerebral e osteoporose.
- Queijos de leite cru têm sabor mais pronunciado e rico que os feitos com leite pasteurizado. É que a pasteurização destrói enzimas e bactérias boas que dão mais sabor aos queijos. Mesmo intolerantes à lactose podem incluí-los na alimentação, pois a lactose é removida durante sua produção.
- Apresenta altos níveis de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), que está envolvido no crescimento e na sobrevivência de células nervosas, estando associado à inibição de demência, Doença de Alzheimer, Parkinson, Huntington e esquizofrenia.
- Contém lactopeptídeos que inibem a atividade da monoamina oxidase-B (MAO-B), um biomarcador de neuroinflamação em doenças neurodegenerativas, colaborando na prevenção do declínio cognitivo.
Além disso, esses queijos contribuem para efeitos em todo o corpo, podendo ajudar a prevenir doenças crônicas, que mesmo fora do cérebro indiretamente agravam os problemas cerebrais, síndrome metabólica, doença cardiovascular, hipertensão e diabetes tipo 2. No caso do diabetes, é sabido que o cérebro envelhece cerca de cinco anos mais rápido do que o normal.
Então, vamos ter atenção ao que realmente importa e tentar sempre as abordagens mais naturais possíveis.
Supersaúde!
–
Referências bibliográficas:
- Alzheimer’s Association. March 11, 2020
- Science Daily. Dec 10, 2020
- Journal of Alzheimer’s Disease. 2020; 78 (3): 1245
- J Alzheimers Dis. 2020;78(3):1245-1257
- Arch Med Sci. 2015;11(6):1164-78
- Aging Dis. 2015;6(5):331-41
- Int J Mol Sci. 2019;20(2)
- J Biomed Sci. 2016;23:17
- Neurobiology of Aging. Dec 2018, Volume 72, Pages 23-31
- Science Direct, Monoamine Oxidase B
- Nutrients. Apr 2018; 10(4): 446
- The Journal of Nutrition. November 1, 2004: 134(11); 3100-3105
- Dairy Council of California
- BMJ Open Diabetes Research and Care. 2020;8:e000826
- Ann Intern Med. 2014;161(11):785-793
- British Journal of Nutrition. 2018;120(11)
- Eur J Nutr. Dec; 2017. 56(8):2565-2575
- British Journal of Nutrition. October 29, 2018