Novas evidências em terapia com Testosterona trazem mudanças para o tratamento de doenças

As pesquisas e terapias feitas com testosterona tiveram uma mudança de 180º em somente uma década.

No início desta década, quase todos os urologistas alertavam os homens que apresentavam redução de níveis de testosterona que o tratamento com testosterona, mesmo sendo o bioidêntico, era um risco e poderia aumentar o risco de câncer de próstata. Porém, essa visão está descartada graças a estudos feitos pelo Dr. Abraham Morgentaler, professor associado de Harvard Medical School.

Um dos seus estudos iniciais publicados em 2000, Dr. Morgentaler concluiu que “pacientes com câncer de próstata e testosterona livre baixa tiveram doença mais extensiva. Além disso, todo homem com biopsia com grau oito ou mais de Gleason, tinham testosterona livre baixa”. Esses achados sugerem que testosterona livre baixa pode ser um marcador para doença mais agressiva.

Acontece que a afirmação destes estudos conflita diretamente com a opinião aceita de que quando a testosterona livre é alta ela é ruim para a próstata. É claro que isso já era rejeitado por médicos que praticam a medicina ortomolecular, onde o lógico seria então que indivíduos com 18 a 25 anos com níveis altíssimos de testosterona livre tivessem mais risco de câncer de próstata, o que não acontece!

 

Defesa prostática contra o excesso de testosterona

Em 2008, o Dr. Morgentaler publicou o livro “Testosterona para a Vida”, no qual ele aborda a teoria da saturação da testosterona na glândula prostática.

De acordo com a teoria, a estimulação de testosterona no tecido prostático é dose dependente até o ponto de saturação que se atinge com baixa concentração de testosterona.  Nesse nível baixo de testosterona, o estímulo da próstata é próximo do máximo e a suplementação acima disso não causa grande estimulação do tecido prostático.

Em outras palavras: uma esponja pode somente absorver uma determinada quantidade de água, e depois disso ela estará totalmente encharcada e qualquer quantidade a mais não vai fazê-la mais molhada.

Segundo o Dr. Morgentaler quando a próstata esta maximamente encharcada (estimulada) com testosterona a um nível baixo de testosterona livre, mas ainda assim em valores dentro do normal para testosterona livre, não haverá mais o estímulo na próstata.

A teoria da saturação da testosterona, elaborada por Dr. Morgentaler, parece ser bem aceita atualmente por muitas autoridades no assunto, inclusive alguns que antes tinham opinião contrária sobre a reposição de testosterona.

Isso demonstra que não há evidência conclusiva de que a terapia de testosterona aumenta o risco de câncer de próstata e nem mesmo o risco de promover hiperplasia prostática. Não há também evidências de que a terapia com testosterona vai converter o câncer de próstata subclínico em câncer de próstata detectável.

Outras pesquisas mais aprofundadas de Dr. Morgentaler e sua equipe concluíram que a terapia com testosterona em homens com câncer de próstata não tratado não está associada com a progressão de câncer de próstata a curto e médio prazo.

Ainda sim, outras avaliações precisam ser feitas para que se possa optar pelo uso, ou não, da testosterona em indivíduos com câncer de próstata diagnosticado.

 

Como saber se a terapia com testosterona é correta para você?

Se você é um homem com níveis de testosterona abaixo do desejável e não consegue reverter essa situação com alimentação, desintoxicação, vitaminas, minerais e fitoterápicos o uso da testosterona bioidêntica é a sua solução, especialmente se você está interessado em reduzir o risco de doenças como Alzheimer, aterosclerose e osteoporose e estar mais forte e capaz do que você está sendo hoje.

Porém, se você tem câncer de próstata, a resposta pode ser sim ou não! A questão está em aberto diferentemente do que era no passado quando a resposta era somente não.

Mas, para que a decisão tomada seja a certeira, você precisa ser muito bem acompanhado por um profissional que seja familiarizado com o uso do hormônio bioidêntico e um urologista, para o máximo de segurança.

J. Urol 2010 Mar; 163 (3): 824-7

J. Sex Med 2011 Apr; 8 (4): 940-55

J. Urol 2011 Apr; 185 (4): 1256-61

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