Todos os dias dezenas de artigos são publicados confirmando um enorme erro sobre as orientações nutricionais no processo de prevenção da doença cardíaca. Mais recentemente três estudos foram publicados em jornais médicos de grande prestígio reforçando a ilusão do mito das gorduras.
Há pelo menos 40 anos temos acompanhado a insistente pregação sobre a substituição da gordura saturada por carboidratos e gordura poliinsaturada ômega 6 com o objetivo de melhorar o perfil metabólico e diminuir o risco cardiovascular.
Acontece que agora os alguns cientistas têm mostrado evidências claras de que este conselho simplesmente aumenta o seu risco cardiovascular, além de criar mais oportunidades de surgimento de outras doenças crônicas.
Os estudos feitos acerca desta colocação não conseguem achar nenhuma associação significante entre o consumo de gordura saturada e o risco cardiovascular. Na verdade, a gordura saturada tem confirmado cada vez mais que possuir propriedades capazes de diminuir o risco de doença cardiovascular. Isso deixa claro, então, que o problema não é a gordura saturada, mas sim o excesso de açúcar e gordura ômega 6 basicamente provenientes dos óleos vegetais.
Recentemente o cardiologista intervencionista, Ascem Malhortra, escreveu uma excelente revisão científica no British Medical Journal sobre gordura saturada e doença cardiovascular, mostrando não haver nenhuma correlação significativa entre uma e outra.
O médico relata que cerca de 2/3 das pessoas encaminhadas ao hospital com infarto agudo do miocárdio apresentavam um nível normal de colesterol; ele menciona ainda uma publicação recente que aborda um estudo controlado e randomizado que foi encerrado precocemente por evidenciar que, em pessoas de alto risco, a dieta mediterrânea teve 30% de melhora em relação à dieta de pouca gordura em termos de eventos cardiovasculares. O médico concluiu, portanto, que se trata de um mito o papel das gorduras saturadas em doença cardíaca e um estímulo perigoso com o erro dietético com baixo teor de gordura, que também contribui para a obesidade.
Esses achados são resultados de uma pesquisa internacional liderada pela Universidade de Cambridge que analisou informações de 72 estudos sobre o risco cardíaco e ingestão de gordura. Ao todo, os estudos avaliados reuniram 600 mil pessoas em 18 países diferentes.
A equipe de pesquisadores concluiu que a gordura saturada não está correlacionada com risco de doença cardíaca e mostrou que a ciência não suporta essas diretrizes nutricionais para a saúde cardíaca, confirmando tratar-se de um mito potencialmente letal de que uma alimentação rica em gordura poliinsaturada, mas pobre em gordura saturada, vai reduzir a doença cardíaca.
Agora, baseado no editorial do Journal Open Heart, o pesquisador, cientista e doutor em farmácia, James J. DiNicolantonio, revisou as consequências cardiometabólicas causadas pela substituição da gordura saturada por carboidratos e óleo poliinsaturado ômega 6. Suas considerações podem ser pontuadas da seguinte forma:
Riscos potenciais da substituição da gordura pelo carboidrado:
1 – Acentuam o perfil aterogênico;
- diminuem o HDL colesterol
- aumenta os triglicérides
- aumenta a relação Apo B / Apo A
- aumenta o LDL colesterol
2 – Aumentam a oxidação do LDL colesterol;
3 – Aumentam a inflamação;
4 – Aumentam os marcadores trombogênicos;
5 – Alteram a sensibilidade à insulina;
6 – Aumentam a gordura corporal, ganho de peso, obesidade e diabetes;
7 – Aumentam o risco de ataque cardíaco e câncer.
Equilíbrio de ácidos graxos ômega 3 e ômega 6
Neste caso, a primeira coisa que deve ficar clara é que esse equilíbrio é essencial, principalmente se você tem o desejo de ser o mais saudável possível. A proporção ideal desses ômegas varia de um para um até um para cinco, mas na alimentação moderna o que tem se observado é uma variação de um para vinte até um para cinquenta.
Atualmente consumimos muito ômega 6 e com isso passamos a ter uma condição pró-inflamatória que tortura a célula mais propensa à oxidação, o que leva a uma série de problemas como aterosclerose, câncer e outras condições degenerativas.
Benefícios do ômega 3
Os benefícios do ômega 3 são bem conhecidos, tendo ele uma longa lista de estudos científicos que suportam suas qualidades no combate e prevenção de centenas de doenças. Sabemos também que a sua deficiência é um fator significativo. Veja alguns exemplos de associação de deficiência de ômega 3:
- Condições inflamatórias: artrites, dores articulares, asma, etc.
- Problemas cognitivos e emocionais: depressão, psicose, distúrbio do aprendizado, perda de memória, pouca concentração, distúrbio bipolar, autismo, etc.
- Disfunção metabólica: ganho de peso, obesidade, diabetes, compulsão alimentar.
- Problemas de pele: pele seca e desnutrida, alergias, acne, eczema, psoríase.
- Problemas renais e cardíacos: hipertensão arterial ou desregulação imunológica, fibrilação atrial.
- Câncer.
Melhores fontes para o equilíbrio de ômega 3 e ômega 6
Para melhorar este equilíbrio e garantir uma vida mais saudável você pode apostar nos seguintes elementos:
- Óleos orgânicos não processados como azeite extravirgem, óleo de coco, abacate e manteiga proveniente de vacas alimentadas com pastagem. – Nozes e sementes cruas como linhaça orgânica, semente de chia, semente de girassol, semente de gergelim, semente de abóbora e amêndoas, ricas em ômega 3.
- Carne de animais criados em pasto.
- Suplemento de ômega 3 ultrarrefinado e com laudo de pureza para metais tóxicos.
- Gema de ovo de galinhas criadas soltas pastoreando.
- Óleo de coco que, apesar de não conter nem ômega 3 e nem ômega 6, é extremamente benéfico com uma “gama de riquezas” para o seu coração, sistema imunológico, pele e tireoide. Os benefícios de saúde do óleo de coco são derivados dos Triglicérides de Cadeia Média (TCM).
Ao pensar em sua dieta pesquise um pouco mais antes de radicalizar. No anseio de ter uma saúde de ferro você poderá, muito facilmente, trocar alhos por bugalhos e obter resultados nada satisfatórios.
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Referências Bibliográficas:
– BMJ October 2013
– Open Heart March 5, 2014
– Livro Sinal Verde para a Carne Vermelha. Editora Gaia – 2011
– E-book – Óleo de coco: A gordura revolucionária – 2014